Palacete de São Bento – Wikipédia, a enciclopédia livre
Palacete de São Bento Residência Oficial do Primeiro-Ministro | |
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Informações gerais | |
Construção | 1877 |
Proprietário inicial | Joaquim Machado Cayres |
Função inicial | Residência particular |
Proprietário atual | Estado Português |
Função atual | Residência oficial do Primeiro-Ministro de Portugal |
Andares sobre o solo | 3 |
Património de Portugal | |
SIPA | 23170 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Lisboa |
Coordenadas | 38° 42′ 46,4″ N, 9° 09′ 19″ O |
Geolocalização no mapa: Lisboa |
O Palacete de São Bento é um edifício do último quartel do século XIX, que é, actualmente, a residência oficial do Primeiro-Ministro de Portugal. Situa-se em Lisboa, na freguesia da Estrela, nas traseiras do Palácio de São Bento, sede da Assembleia da República.
História
[editar | editar código-fonte]Construção
[editar | editar código-fonte]O edifício foi mandado construir em 1877 pelo bracarense Joaquim Machado Cayres (1827-1886) para sua residência particular, num lugar com cerca de 2 hectares que integrava o Convento de São Bento desde 1598.[1]
Aquisição pelo Estado
[editar | editar código-fonte]Em 1934, o palacete foi comprado pelas Escravas do Sagrado Coração de Jesus, religiosas espanholas que estavam então a estabelecer-se em Portugal, para ali fundarem o seu Colégio de Lisboa. Este abriu em dezembro de 1934, primeiro com alunas espanholas e, no ano seguinte, também com portuguesas. Três anos depois, a 4 de julho de 1937, deu-se o atentado à bomba contra António de Oliveira Salazar, que fez com que o ditador decidisse mudar a sua residência oficial para outro local. O palacete foi então expropriado pelo Estado, sendo o colégio das Escravas realojado provisoriamente em dois pavilhões do Hospital Júlio de Matos.[2]
Adaptação e renovação
[editar | editar código-fonte]Concluídas as obras de adaptação, Salazar instalou-se no palacete em maio de 1938, ainda que a inauguração só tenha tido lugar onze meses mais tarde, em abril de 1939. Aquando das obras, construiu-se uma escadaria monumental, da autoria do arquitecto Cristino da Silva, ligando o terreno do palacete aos jardins do Parlamento.[1]
Com Marcello Caetano a chefiar o governo, a residência sofreu uma grande renovação e transformação. Pouco mais do que as fachadas foram mantidas. Estas obras incluíram ainda a edificação de um novo andar no lugar do antigo sótão.[1]
Modificações após 1974
[editar | editar código-fonte]Depois da Revolução dos Cravos, a moradia e o jardim sofreram algumas modificações, mas foi após 1986, com novas renovações, que o palacete e o jardim ganharam uma maior operacionalidade uma imagem mais moderna e adequada aos novos tempos. A garagem, existente até à altura, deu lugar a um edifício para receber visitantes estrangeiros. O antigo pavimento de alcatrão foi substituído por calçada portuguesa.[1]
Em 2007, com o fim de aumentar a eficiência energética da residência, foram instalados uma microturbina eólica de concepção nacional, com uma capacidade de produção de 3,5 MWh/ano, e painéis fotovoltaicos, capazes de produzir até 6,7 MWh/ano.[3]
Organização
[editar | editar código-fonte]No rés-do-chão do edifício encontra-se, imediatamente à direita do vestíbulo, a Sala de Visitas. Esta comunica através de uma porta com a Sala de Audiências, que fica adjacente à Sala de Jantar, com vista sobre os jardins. Os jardins abrigam uma piscina, um parque arborizado, e uma pérgula.
O piso superior é destinado à actividade do executivo propriamente dito, com a Sala de Reuniões do Conselho de Ministros, e os gabinetes do Primeiro-Ministro.
Lista de ocupantes desde 1938
[editar | editar código-fonte]Nome | Período no poder | Período em residência | |
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Estado Novo | |||
António de Oliveira Salazar | 19 de Março de 1933 – 27 de Setembro de 1968 | Maio de 1938 – Julho de 1970 | |
Marcello Caetano | 27 de Setembro de 1968 – 25 de Abril de 1974 | Não residiu | |
PREC | |||
Adelino da Palma Carlos | 16 de Maio – 18 de Julho de 1974 | Não residiu | |
Vasco Gonçalves | 18 de Julho de 1974 – 19 de Setembro de 1975 | Setembro de 1974 – Setembro de 1975 | |
José Pinheiro de Azevedo | 19 de Setembro de 1975 – 23 de Junho de 1976 | Setembro de 1975 – Julho de 1976 | |
Terceira República Portuguesa | |||
Mário Soares | 23 de Julho de 1976 – 28 de Agosto de 1978 | Não residiu | |
Alfredo Nobre da Costa | 28 de Agosto – 22 de Novembro de 1978 | Não residiu | |
Carlos Mota Pinto | 22 de Novembro de 1978 – 1 de Agosto de 1979 | Novembro de 1978 – Julho de 1979 | |
Maria de Lourdes Pintasilgo | 1 de Agosto de 1979 – 3 de Janeiro de 1980 | Não residiu | |
Francisco Sá Carneiro | 3 de Janeiro – 4 de Dezembro de 1980 | Não residiu | |
Francisco Pinto Balsemão | 9 de Janeiro de 1981 – 9 de Junho de 1983 | Não residiu | |
Mário Soares | 9 de Junho de 1983 – 6 de Novembro de 1985 | Não residiu | |
Aníbal Cavaco Silva | 6 de Novembro de 1985 – 28 de Outubro de 1995 | Novembro de 1985 – Outubro de 1995 | |
António Guterres | 28 de Outubro de 1995 – 6 de Abril de 2002 | Não residiu | |
José Manuel Durão Barroso | 6 de Abril de 2002 – 17 de Julho de 2004 | Não residiu | |
Pedro Santana Lopes | 17 de Julho de 2004 – 12 de Março de 2005 | Julho 2004 – Março de 2005 | |
José Sócrates | 12 de Março de 2005 - 21 de Junho de 2011 | Não residiu | |
Pedro Passos Coelho | 21 de Junho de 2011 - 26 de Novembro de 2015 | Não residiu | |
António Costa | 26 de Novembro de 2015 - 2 de Abril de 2024 | Não residiu | |
Luís Montenegro | Desde 2 de Abril de 2024 | Não reside |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d «Primeiro-Ministro: Residência Oficial - História». Governo de Portugal. Consultado em 25 de abril de 2018. Cópia arquivada em 29 de novembro de 2009
- ↑ Escravas do Sagrado Coração de Jesus - História em Portugal.
- ↑ «Primeiro-Ministro: Residência Oficial do Primeiro-Ministro - Eficiência Energética». Governo de Portugal. Consultado em 25 de abril de 2018. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2009