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Pandorga
Pandorga
Logotipo da temporada de 2015
Informação geral
Formato didático
Gênero infantil[1]
educomunicação[1]
Duração 15 minutos
Criador(es) Maria Inês Falcão
País de origem Brasil
Idioma original português
Produção
Tema de abertura "Papagaio Pandorga", Gelson Oliveira[2]
Composto por Gelson Oliveira
Empresa(s) produtora(s) TVE RS
Localização Porto Alegre
Exibição
Emissora original TVE RS
TV Brasil (2015)
Formato de exibição 480p (1988–2015)
1080p (2015)
Transmissão original agosto de 1988 – 22 de abril de 2015

Pandorga é um programa de televisão infantil brasileiro produzido e exibido pela TV Educativa do Rio Grande do Sul (TVE RS). Voltada a menores de sete a dez anos de idade, a produção era protagonizada por um grupo de crianças gaúchas incorporadas em bonecos de manipulação que passavam através histórias e quadros conhecimentos gerais priorizando a representatividade local. Exibido de 1988 a 2015, o infantil teve sua última temporada veiculada também em rede nacional pela TV Brasil.

Um grupo de crianças formado por Beti, Nina, Jura, Tinta e Tuca e o cachorro Zé Cão protagonizavam histórias que buscavam estimular o público-alvo, formado principalmente por crianças de sete a dez anos das classes C, D e E, a obter consciência crítica, criatividade e participação ativa na comunicação, sendo contrário ao apelo ao consumismo. Além de dramatizações os personagens apresentavam quadros sobre cultura em geral, ecologia, cotidiano, receitas culinárias e bem-estar animal, havendo também seções de interação com respostas a cartas e exposição de desenhos enviados pelo público.[1][3]

Pandorga estreou na TV Educativa do Rio Grande do Sul em agosto de 1988, tendo sido um projeto idealizado pela pedagoga Maria Inês Falcão e aprovado pelo Ministério da Educação. Sua criação ocorreu em meio a mudanças estruturais na programação da TVE, que não contava com uma faixa infantil, sendo planejado um programa com características regionais para as crianças gaúchas, o que influenciou na escolha do seu título — pandorga é o nome dado no Rio Grande do Sul ao brinquedo artesanal feito com papel, bambu e corda, chamado em outras regiões do Brasil de pipa ou papagaio, representando também uma metáfora de que a produção do infantil era artesanal, com poucos recursos.[1][4]

Os personagens do Pandorga eram incorporados em bonecos de manipulação cuja primeira confecção ficou a cargo do grupo Caixa do Elefante e foi coordenada por Paulo Balardim e Mário de Ballentti, que havia trabalhado no programa Firulim, exibido na TV Guaíba de Porto Alegre entre 1985 e 1986; na década de 1990 seria encarregado de manipular bonecos para TV Colosso, na TV Globo, e A Turma do Arrepio, na Rede Manchete.[2] No seu início o programa era exibido uma vez por dia, tendo ganhado uma faixa para reprise a pedido de crianças que enviavam cartas à equipe de produção sugerindo veiculações alternativas em função dos horários escolares. O primeiro formato contava com episódios diários distintos que passaram a ser capitulados como uma novela, tornando-se depois uma revista com quadros gravados em estúdio e alguns em locações externas, havendo a presença de pessoas, entre elas Maria Inês Falcão e Oscar Simch, que além de manipular os bonecos interpretavam Anete Email e Carlos @ no Jornal Legal.[1]

Como forma aproximar-se do público infantil a produção do Pandorga promovia eventos em escolas e praças públicas, debates e concursos de desenhos. Em 1999, no seu 11.º aniversário, distribuiu o Almanaque Pandorga com histórias, enigmas e dicas sobre livros.[1]

Em 2013 a TVE e a TV Brasil firmaram uma parceria para a produção de uma nova temporada do Pandorga, que teve seus 26 episódios estreados em rede nacional entre março e abril de 2015.[3][5] O programa já havia sido exibido fora do Rio Grande do Sul em 2004 pela TV Nacional de Brasília.[1] Nesta fase, para apresentar a diversidade cultural do país em virtude de sua veiculação para outros estados, foi acrescida no programa uma família de Manaus, Amazonas, que chega a Porto Alegre para morar e interagir com os personagens.[5] Esta última temporada foi reprisada na TVE em outubro de 2023 como comemoração ao dia das crianças.[6]

Reconhecimentos

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Entre indicações a premiações locais Pandorga venceu a categoria Especial de TV do Prêmio ARI, da Associação Riograndense de Imprensa, em 1991, o Prêmio Açorianos, da prefeitura de Porto Alegre, como destaque em mídia televisiva em 2003 e o prêmio especial da Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos em 2004.[2] Outras indicações ocorreram em países da América Latina, como o Chile — onde foi um dos finalistas da segunda edição do festival Prix Jeunesse Ibero-Americano, na categoria Programa de Ficção de Seis a Onze Anos, em 2005[7][8] —, na Alemanha e na Eslováquia.[1] Na condição de seu carro-chefe, o programa levou a grade infantil da TVE a ser considerada uma das mais qualificadas do Brasil por uma comissão parlamentar no Senado Federal formada para avaliar a televisão brasileira.[9]

Referências

  1. a b c d e f g h Pollake, Carla (2005). Programa Pandorga: a identidade regional preservada no imaginário infantil. Revista Acadêmica do Grupo Comunicacional de São Bernardo (Artigo). Universidade Metodista de São Paulo 
  2. a b c «Teatro de bonecos na TVERS: O programa Pandorga». Imagina Conteúdo Criativo. 21 de outubro de 2020 
  3. a b Metz, Anahy (17 de dezembro de 2013). «TV Brasil e TVE estabelecem parceria para produção de nova temporada do Pandorga». Portal do Estado do Rio Grande do Sul 
  4. Miola, Edna (2005). Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini: história, funcionamento e representatividade (PDF) (Monografia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 20 
  5. a b Passos, Clarice (9 de março de 2015). «Pandorga estreia nova temporada na TVE». Portal do Estado do Rio Grande do Sul 
  6. «TVE reexibe programa Pandorga para celebrar o mês das crianças». Secretaria de Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul. 1 de outubro de 2023 
  7. «Programa infantil da TVE/RS é destaque em festival internacional». Coletiva.net. 5 de setembro de 2005 
  8. «PANDORGA SELECIONADO NO FESTIVAL PRIX JEUNESSE IBERO-AMERICANO». Pautasocial. 26 de julho de 2005. Consultado em 14 de setembro de 2008. Cópia arquivada em 3 de março de 2016 
  9. Cunha, José Antonio Vieira da (8 de abril de 2024). «TVE, uma história real (III)». Coletiva.net