Partido da Justiça e Desenvolvimento (Turquia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Partido da Justiça e Desenvolvimento
Adalet ve Kalkınma Partisi
Presidente Recep Tayyip Erdoğan
Secretário Fatih Şahin
Porta-voz Ömer Çelik
Fundador Recep Tayyip Erdoğan
Fundação 14 de agosto de 2001 (23 anos)
Sede Ancara,  Turquia
Ideologia
Espectro político Direita a extrema-direita (de jure)
Membros (2023) Aumento 11,241,230[9]
Afiliação europeia Partido dos Conservadores e Reformistas Europeus (2013–2018)
Assembleia Nacional
265 / 600
Cores      Laranja
     Azul
     Branco
Página oficial
akparti.org.tr

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (em turco: Adalet ve Kalkınma Partisi, abreviado como AK Parti ou AKP) é um partido político turco que se autodescreve como "democrata conservador".[10] Fontes de terceiros se referem ao partido como nacional-conservador, socialmente conservador e defensor do neo-otomanismo, além de o considerarem como sendo de direita[11][12][13][14][15] ou até de extrema-direita.[16][17][18][19] Atualmente, o AKP é um dos dois maiores partidos da Turquia, juntamente com o Partido Republicano do Povo.

Tendo Recep Tayyip Erdoğan como seu presidente desde o congresso partidário de 2017,[20] o AKP é o maior partido da Grande Assembleia Nacional, com 285 dos 600 assentos, tendo conquistado 42,6% dos votos nas eleições parlamentares turcas de 2018. Junto com o ultranacionalista Partido da Ação Nacionalista, forma a coalizão eleitoral Aliança do Povo.

Fundado em 2001 por membros de vários partidos como o Partido da Virtude, o Partido da Pátria e o Partido do Verdadeiro Caminho, o AKP tem uma forte base de apoio entre conservadores turcos mas nega ser islamista.[21] Inicialmente economicamente liberal e favorável a adesão da Turquia à União Europeia,[22] atualmente o partido é economicamente nacionalista[23] e eurocético.[24][25]

O AKP é o único partido na Turquia com presença significativa em todas as províncias do país. Desde o início da democracia multipartidária da Turquia, em 1946, o AKP é o único partido a vencer seis eleições parlamentares consecutivas. O partido chefia o governo nacional desde 2002 sob Abdullah Gül (2002–2003), Recep Tayyip Erdoğan (2003–2014), Ahmet Davutoğlu (2014–2016), Binali Yıldırım (2016–2018) e Recep Tayyip Erdoğan (2018–presente). O governo do AKP tem sido marcado pelo crescente autoritarismo, expansionismo, censura e proibição de outros partidos políticos e dissidentes.[26][27][28][29][30]

O partido foi um observador no Partido Popular Europeu entre 2005 e 2013, mas depois de não ter obtido adesão plena no mesmo, tornou-se membro da Partido dos Conservadores e Reformistas Europeus de 2013 a 2018.[31]

O AKP domina a política turca desde 2002 e é o sexto maior partido político do mundo em número de membros.

Historicamente, o Partido da Justiça e Desenvolvimento atuou como um partido de centro-direita conservador liberal[32] e liberal conservador,[33][34][35] favorável ao liberalismo econômico[36] e ao europeísmo.[37][38] Porém, atualmente, é adepto do conservadorismo nacional,[39][40] do conservadorismo social, do euroceticismo[41][42] e do erdoğanismo,[43] além de apontado como defensor do neo-otomanismo[44][45] e do nacionalismo econômico.[46][47][48][49]

Resultados eleitorais

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Eleições legislativas

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Data Cl. Votos % +/- Deputados +/- Status
2002 1.º 10 808 229
34,3 / 100,0
363 / 550
Governo
2007 1.º 16 327 291
46,6 / 100,0
Aumento12,3
341 / 550
Baixa22 Governo
2011 1.º 21 399 082
49,8 / 100,0
Aumento3,2
327 / 550
Baixa14 Governo
06/2015 1.º 18 867 411
40,9 / 100,0
Baixa8,9
258 / 550
Baixa69 Governo
11/2015 1.º 22 947 478
49,5 / 100,0
Aumento8,6
317 / 550
Aumento59 Governo
2018 1.º 21 335 579
42,6 / 100,0
Baixa6,9
295 / 600
Baixa27 Governo
2023 1.º 19 187 170
35,6 / 100,0
Baixa7,0
268 / 600
Baixa27 Governo

Eleições presidenciais

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Data Candidato

apoiado

1.ª Volta 2.ª Volta
Cl. Votos % Cl. Votos %
2014 Recep Tayyip Erdoğan 1.º 21 000 143
51,8 / 100,0
2018 1.º 26 330 823
52,6 / 100,0
2023 1.º 27 133 849
49,5 / 100,0
1.º 27 725 131
52,1 / 100,0

Eleições autárquicas

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Data Cl. Votos % +/-
2004 1.º 13 477 287
41,7 / 100,0
2009 1.º 15 353 553
38,4 / 100,0
Baixa4,3
2014 1.º 17 802 976
42,9 / 100,0
Aumento4,5
2019 1.º 20 578 911
44,3 / 100,0
Aumento1,4

Referências

  1. Yilmaz, Ihsan; Bashirov, Galib (julho de 2017). «The AKP after 15 years: emergence of Erdoganism in Turkey». Third World Quarterly. 39 (9): 1812–1830. doi:10.1080/01436597.2018.1447371Acessível livremente 
  2. Borger, Julian (26 de outubro de 2020). «Republicans closely resemble autocratic parties in Hungary and Turkey – study» (em inglês). The Guardian. Consultado em 7 de fevereiro de 2020 
  3. «AKP and the great neo-Ottoman travesty». Al Jazeera. Consultado em 1 de maio de 2022 
  4. «Erdogan thinks he's Caliph, new sultan of the Ottoman». RT. Consultado em 1 de maio de 2022 
  5. Baris Gulmez, Seckin (1 de julho de 2013). «Rising euroscepticism in Turkish politics: The cases of the AKP and the CHP». Acta Politica (em inglês) (3): 326–344. ISSN 1741-1416. doi:10.1057/ap.2013.2. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  6. Gülmez, Seçkin Barış (30 de abril de 2020). «Rethinking Euroscepticism in Turkey: Government, Opposition and Public Opinion». Ekonomi Politika ve Finans Araştırmaları Dergisi (em inglês) (1): 1–22. ISSN 2587-151X. doi:10.30784/epfad.684764. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  7. «Erdogan: The World's Newest Strongman». Bloomberg.com (em inglês). 25 de junho de 2018. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  8. «Trump's 'attempted economic assassination' hits Turks, helps Erdogan». NBC News (em inglês). 23 de setembro de 2018. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  9. «Adalet ve Kalkınma Partisi» (em turco). Supremo Tribunal da Turquia. Consultado em 17 de maio de 2023 
  10. Taşpınar, Ömer (25 de abril de 2017). «Turkey: The New Model?». Brookings (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2023 
  11. Gunes, Cengiz (2013). «The Kurdish Question in Turkey». Routledge (em inglês): 270 
  12. Konak, Nahide (2015). Waves of Social Movement Mobilizations in the Twenty-First Century: Challenges to the Neo-Liberal World Order and Democracy (em inglês). [S.l.]: Lexington Books. p. 64 
  13. Çevik, Savaş; Batrancea, Larissa; Erdoğdu, M. Mustafa, eds. (19 de novembro de 2020). Behavioural Public Finance Individuals, Society, and the State (em inglês). Reino Unido: Taylor & Francis. p. 135. ISBN 9781351107365 
  14. Erisen, Cengiz (2016). Political Psychology of Turkish Political Behavior (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 102 
  15. Aditya, Prasanna (31 de agosto de 2020). «'Neo-Ottomanism' in Turkish foreign policy». Observer Research Foundation (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2023 
  16. Jongerden, Joost; Gunes, Cengiz; Day, Bahar Simsek (18 de dezembro de 2021). The Commentaries – Volume 1, 2021 (em inglês). [S.l.]: Transnational Press London. ISBN 978-1-80135-107-2 
  17. Frantzman, Seth J. (12 de outubro de 2021). «Twitter suspends, reinstates key Syria coverage account». The Jerusalem Post (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2023 
  18. Geiger, Gabriel (24 de maio de 2021). «A Mob Boss's YouTube Channel Is Causing Political Havoc in Turkey». Vice (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2023 
  19. Çınar, Alev (2011). «The Justice and Development Party: Turkey's Experience with Islam, Democracy, Liberalism, and Secularism». International Journal of Middle East Studies (em inglês). 43 (3): 529–541. JSTOR 23017316. doi:10.1017/S0020743811000651. hdl:11693/38147 
  20. «Erdogan returns as ruling AKP party chief after referendum win». Deutsche Welle (em inglês). 21 de maio de 2017. Consultado em 16 de maio de 2023 
  21. «Turkey: AKP's Hidden Agenda or a Different Vision of Secularism?». Nouvelle Europe (em inglês). 7 de abril de 2011. Consultado em 16 de maio de 2023 «Support for Muslim Brotherhood isolates Turkey». Die Weld (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2023 Ömer Taşpınar (1 de abril de 2012). «Islamist Politics in Turkey: The New Model?» (em inglês). The Brookings Institution. Consultado em 16 de maio de 2023 
  22. «New to Turkish politics? Here's a rough primer». Turkish Daily News (em inglês). 22 de julho de 2007. Consultado em 16 de maio de 2023. Arquivado do original em 8 de julho de 2012 
  23. «"Erdogan: The World's Newest Strongman".» (em inglês). 2018. Consultado em 25 de junho de 2018 
  24. «Rising euroscepticism in Turkish politics: The cases of the AKP and the CHP» (em inglês). 2013. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  25. «Rethinking Euroscepticism in Turkey: Government, Opposition and Public Opinion» (em inglês). 2020. Consultado em 30 de abril de 2020 
  26. Cook, Steven A. (8 de abril de 2021). «How Erdogan Got His Groove Back». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2023 
  27. «Democratic decay and uncertainty in Turkey» (em inglês). Movimento Democracia na Europa 2025. 25 de março de 2021. Consultado em 16 de maio de 2023 
  28. Goodman, Peter S. (18 de agosto de 2018). «The West Hoped for Democracy in Turkey. Erdogan Had Other Ideas.». The New York Times (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2023 
  29. Ben-Meir, Alon (24 de outubro de 2020). «Erdogan's Calamitous Authoritarianism». Modern Diplomacy (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2023 
  30. Aytaç, Selim Erdem (2021). «Effectiveness of Incumbent's Strategic Communication during Economic Crisis under Electoral Authoritarianism: Evidence from Turkey». American Political Science Review (em inglês). 115 (4): 1517–1523. ISSN 0003-0554. doi:10.1017/S0003055421000587Acessível livremente 
  31. «Conservative Eurosceptic alliance reaches out to far-right»Subscrição paga é requerida. Financial Times (em inglês). 12 de novembro de 2018. Consultado em 16 de maio de 2023. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2022 
  32. Kastoryano, Riva (2013). Turkey between Nationalism and Globalization (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 97 
  33. Picq, Manuela (2015). Sexualities in World Politics (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 126 
  34. Bugra, Ayse (2014). New Capitalism in Turkey: The Relationship between Politics, Religion and Business (em inglês). [S.l.]: Edward Elgar Publishing. p. 49 
  35. Yesilada, Birol (2013). Islamization of Turkey under the AKP Rule (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 63 
  36. Guerin, Selen Sarisoy (2011). On the Road to EU Membership: The Economic Transformation of Turkey (em inglês). [S.l.]: Brussels University Press. p. 63 
  37. «When democratic spin conceals a descent into dictatorship». Financial Times (em inglês). 13 de maio de 2022. Consultado em 17 de maio de 2023. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2022 
  38. «Are the fortunes of Turkey's AKP on the wane?». openDemocracy (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2023 
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  41. Baris Gulmez, Seckin (fevereiro de 2013). «Rising euroscepticism in Turkish politics: The cases of the AKP and the CHP». Acta Politica (em inglês). 48 (3). pp. 326–344. doi:10.1057/ap.2013.2 
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  43. Yilmaz, Ihsan; Bashirov, Galib (julho de 2017). «The AKP after 15 years: emergence of Erdoganism in Turkey». Third World Quarterly (em inglês). 39 (9): 1812–1830. doi:10.1080/01436597.2018.1447371Acessível livremente 
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  48. «Erdogan aide calls for nationalisation of Turkey's Isbank». Reuters (em inglês). 20 de janeiro de 2016. Consultado em 31 de maio de 2023 
  49. Kuru, Ahmet T. (25 de abril de 2023). «In centennial year, Turkish voters will choose between Erdoğan's conservative path and the founder's modernist vision». The Conversation (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2023