Bebé – Wikipédia, a enciclopédia livre
Bebé (português europeu) ou bebê (português brasileiro), também designado por lactente, é a denominação clínica usada em Pediatria dada a todas as crianças desde o 28º dia após o nascimento até atingirem os 24 meses de idade. Até aos 28 dias de vida tem a designação de recém-nascido[1] e a partir dos 2 anos a designação é de criança. O termo aplica-se a bebés prematuros, a termo e pós-termo. Outras terminologias são: infante[2] (criança que não fala), infante novo-nascido, neonato, recém-nato e nenê/neném.
Os bebés nascidos antes das 37 semanas de gestação são chamados "prematuros",[3] aqueles nascidos entre as 39 e as 40 semanas são considerados "a termo", aqueles nascidos até às 41 semanas são considerados "a termo tardio" e qualquer bebé que passe das 42 semanas é considerado "pós-termo".[4]
A proporção entre cabeça e tronco em bebés é de aproximadamente um para quatro, enquanto em adultos é de um para oito. Este tipo de crescimento, que envolve uma mudança de proporção, é denominado crescimento alométrico.[5] A avaliação da relação entre altura e peso corporal baseia-se em valores que levam em conta os chamados percentis, mas também leva em consideração outros fatores. O curso da curva de crescimento individual é de particular importância aqui.
O período entre a concepção e o segundo ano de idade é particularmente importante para o desenvolvimento ao longo de toda a vida, pois é o momento em que são lançadas as bases fundamentais para a saúde, o crescimento e o desenvolvimento neuronal.[6]
Parto a termo
[editar | editar código-fonte]A designação "parto a termo" é usada pela Organização Mundial de Saúde para designar toda criança nascida viva entre as 37 e as 41 semanas e seis dias de gestação (aproximadamente entre 259 a 293 dias), por oposição a ideia de pré-maturo.[7]
Sono do bebê
[editar | editar código-fonte]De acordo com a idade, o sono do bebê.[8] ao longo dos meses tende a variar. A necessidade de horas de sono varia de organismo para organismo. Segue uma média básica das horas de sono necessárias:
Bebê com 1 semana:
- 8h de dia e 8h15 à noite. Total: 16h15;
Bebê com 1 mês:
- 7h de dia e 8h30 à noite. Total: 15h30;
Bebê com 3 meses:
- 5h de dia e 10h à noite. Total: 15h;
Bebê com 6 meses:
- 4h15 de dia e 11h à noite. Total: 15h15;
Bebê com 9 meses:
- 3-4h de dia e 11h à noite. Total: 15h;
Bebê com 12 meses:
- 3-4h de dia e 11h15 à noite. Total: 15h;
Bebê com 18 meses:
- 2h15 de dia e 11h15 à noite. Total: 13h30;
Cuidados do bebé
[editar | editar código-fonte]A qualidade da relação dos cuidadores e as formas de interação que podem ser aprendidas são de extrema importância para o desenvolvimento psicossocial e a formação de competências socioculturais.[9] No primeiro ano de vida, é importante que o bebé seja bem alimentado, aquecido, vestido, protegido e trocado. Além do correcto cuidado íntimo recebido, o relacionamento próximo e contínuo de pessoas atenciosas e de confiança é essencial para o seu bem-estar e desenvolvimento. O cuidador principal geralmente é a mãe, mas o pai também pode acompanhar o filho durante as fases do sono e dar-lhe atenção ou oferecer comunicação durante as fases de vigília. Responder prontamente aos sinais do bebé só é possível para um cuidador que esteja disponível para fazê-lo e em contato constante. A interpretação destes sinais é geralmente intuitiva; à medida que conhecimento mútuo aumenta, os sinais mais subtis da sensibilidade para com o bebé emergem à medida que a compreensão se intensifica. O contato físico é mais importante para a comunicação; nas primeiras horas após o parto, o contacto entre a pele da mãe e do bebé diminui o choro, melhora a interação mãe-filho e ajuda a mãe a conseguir amamentar. Esse contacto pele a pele nos primeiros dias é importante para desenvolver uma boa adaptação ao meio extra-uterino; o contato posterior pode ser mantido através do olhar e sons.[10]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Perímetro encefálico | ||
(valores médios) | ||
Idade (meses) | Menino (cm) | Menina (cm) |
ao nascer | 35.4 | 34.6 |
1 | 37.8 | 37.0 |
2 | 39.8 | 38.7 |
3 | 41.4 | 40.2 |
4 | 42.6 | 41.2 |
5 | 43.6 | 42.2 |
6 | 44.4 | 43.0 |
7 | 45.1 | 43.8 |
8 | 45.7 | 44.3 |
9 | 46.2 | 44.8 |
10 | 46.6 | 45.3 |
11 | 47.0 | 45.6 |
12 | 47.2 | 46.0 |
24 | 49.2 | 48.2 |
Idade (meses) | Peso ideal (kg) | Estatura ideal (cm) |
---|---|---|
Ao nacer | 3,2 | 49,9 |
1 | 4,5 | 54,7 |
2 | 5,6 | 58,4 |
3 | 6,4 | 61,4 |
4 | 7,0 | 63,9 |
5 | 7,5 | 65,9 |
6 | 7,9 | 67,6 |
7 | 8,3 | 69,2 |
8 | 8,6 | 70,6 |
9 | 8,9 | 72,0 |
10 | 9,2 | 73,3 |
11 | 9,4 | 74,5 |
12 | 9,6 | 75,7 |
Idade (meses) | Peso ideal (kg) | Estatura ideal (cm) |
---|---|---|
Ao nascer | 3,1 | 49,1 |
1 | 4,2 | 53,7 |
2 | 5,1 | 57,1 |
3 | 5,8 | 59,8 |
4 | 6,4 | 62,1 |
5 | 6,9 | 64,0 |
6 | 7,3 | 65,7 |
7 | 7,6 | 67,3 |
8 | 7,9 | 68,7 |
9 | 8,2 | 70,1 |
10 | 8,5 | 71,5 |
11 | 8,7 | 72,8 |
12 | 8,9 | 74,0 |
- Período de recém-nascido
- Nesta fase a criança produz movimentos descoordenados
- Sobressaltos repentínos e tremores devido ao pouco desenvolvimento do sistema nervoso
- Quando chora sacode o corpo todo e move todos os membros
- Algumas partes do seu corpo ainda se apresentam com estrutura cartilaginosa, Com o passar do tempo seus ossos vão se fortalecendo e isso irá se estabelecer na sua vida até que ele atinja finalmente a fase adulta!
- O bebê assim que nasce chega a ter 270 ossos em todo corpo e esse número cai para 206 até a fase adulta. – isso porque alguns deles acabam sofrendo uma fusão para formar uma estrutura única.
- De 2 a 3 meses
- Move a cabeça para visualização do exterior
- Sorri quando balbuciado
- Emite sons
- As primeiras lágrimas surgem
- Inicio da vacinação
- Aos seis meses
- Movimenta a mão para pegar objetos
- Começa a reconhecer a mãe
- Começa a distinção entre rostos familiares e desconhecidos
- Brinca com as mãos
- Rola de um lado para o outro com facilidade
- Início da dentição
- Iniciação da alimentação sólida
- Dos 7 aos 8 meses
- Consegue se sentar sem apoio
- Movimenta objetos de uma mão para a outra
- Começa a engatinhar
- Consegue enxergar com clareza e profundidade
- Aos 10 meses
- Primeiros movimentos bípede
- Se mantém em pé com apoio, mas não consegue se sentar
- Formata fonologicamente as primeiras palavras
- Arremessa objetos
- Sua personalidade começa a se formar
- Aos 12 meses
- Dá seus primeiros passos independente, melhora na inteligência motora e já consegue se levantar sozinho.
Número de ossos
[editar | editar código-fonte]Bebés possuem, ao nascer, cerca de 300 ossos, enquanto um adulto possui apenas cerca de 206. Isso ocorre porque, ao longo da vida, alguns ossos vão fundindo-se com outros.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Teste do pezinho
- Malformação congénita
- Teste de Ortolani
- Aleitamento
- Puericultura
- Desenvolvimento infantil
Referências
- ↑ «Neonate». Merriam-Webster online dictionary. Merriam-Webster. Consultado em 27 de março de 2007. Cópia arquivada em 11 de março de 2007
- ↑ «Charlton T. Lewis, An Elementary Latin Dictionary, īnfāns». www.perseus.tufts.edu. Consultado em 5 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ Nöcker-Ribaupierre, Monika (1 de junho de 2015). «Originalbeiträge. Internationale musiktherapeutische Ansätze für frühgeborene Kinder/ International Music Therapy Approaches with premature Infants». Musiktherapeutische Umschau. 36 (2): 106–118. ISSN 0172-5505. doi:10.13109/muum.2015.36.2.106
- ↑ «Definition of Term Pregnancy». www.acog.org (em inglês). Consultado em 20 de dezembro de 2023
- ↑ J., Gayon (2000). History of the Concept of Allometry. [S.l.: s.n.]
- ↑ UNICEF Office of Research-Innocenti (28 de março de 2019). «The first 1,000 days of life: The brain's window of opportunity» (em inglês)
- ↑ Ig. «Prematuro se iguala a bebê a termo até adolescência, diz estudo». Consultado em 29 de junho de 2016
- ↑ [Gestação Bebê]. «Tabela do sono para saber se o bebê dorme o suficiente». Consultado em 15 de maio de 2017
- ↑ Angela Moré: Die unbewusste Weitergabe von Traumata und Schuldverstrickungen an nachfolgende Generationen. Journal für Psychologie, Jg. 21(2013), Ausgabe 2 (PDF, 34 Seiten, 353 kB).
- ↑ Helmut Johnson (2006) Bindungsstörungen Material zur Systemischen Arbeit in Erziehung und Betreuung. (PDF; 72 kB).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Herrera, Julio Nazer. Neonatologia, textos. Santiago, Chile, Universitaria, 2002 Google Libros Acess. Jan. 2015