Paulo Lins – Wikipédia, a enciclopédia livre
Paulo Lins | |
---|---|
Nascimento | 11 de junho de 1958 (66 anos) Bairro Estácio de Sá, Rio de Janeiro |
Residência | São Paulo |
Nacionalidade | Brasileiro |
Prémios | Melhor roteiro da Associação Paulista de Críticos de Arte (2005) |
Gênero literário | Romance |
Movimento literário | Literatura Marginal |
Magnum opus | Cidade de Deus |
Paulo Lins (Rio de Janeiro, 11 de junho de 1958) é um escritor brasileiro que ganhou fama internacional com a publicação, em 1997, do livro Cidade de Deus, sobre a vida nas favelas do Rio de Janeiro.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de pais baianos[2], foi morador da favela carioca Cidade de Deus. Começou como poeta nos anos 1980 como integrante do grupo Cooperativa de Poetas, por onde publicou seu primeiro livro de poesia: Sobre o sol (UFRJ, 1986). Graduado no curso de Letras, foi contemplado – em 1995 – com a Bolsa Vitae de Literatura.
Participou como assistente de um estudo sociológico/antropológico e nesse período escreveu Cidade de Deus. Inicialmente foi pensado como um relato sobre a vida de Paulo Lins na comunidade, um trabalho de antropologia sobre a criminalidade.
Em 2002, o diretor Fernando Meirelles produziu o filme Cidade de Deus, com base no livro, que recebeu quatro indicações ao Oscar 2004 (melhor diretor, melhor fotografia, melhor montagem e melhor roteiro adaptado) e foi indicado para o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. O roteiro é de Bráulio Mantovani.
Após, fez roteiros para alguns episódios de Cidade dos Homens, da TV Globo, e o roteiro do filme Quase dois irmãos, de 2004, de Lúcia Murat, que recebeu o prêmio de melhor roteiro da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2005.
Em 2008, Paulo Lins trabalhou com René Sampaio, no roteiro de mais um longa-metragem, adaptação cinematográfica da letra da canção de Renato Russo, Faroeste Caboclo. [3]
Após quatorze anos de trabalho intermitente, em 2012 Paulo Lins lançou a sua segunda obra-prima, Desde que o Samba é Samba, que recria meio ficcionalmente e meio historicamente a invenção do samba moderno por músicos do bairro carioca da Estácio na década de 1920.[4] Citação: “Até o vento fazia a curva em causa própria, assim como as pessoas que sentiam aquela energia vinda da criação artística para superar a vida em que o povo negro da pós-escravidão colocou a cultura como arma para conquistar dignidade com duas batidas fortes no surdo feito deixa para o solista sair improvisando (...). Tiveram a ideia de fazer parte da sociedade em forma de canto, mas mesmo assim foram espancados pela polícia, sofreram desdém, foram presos, tiveram a dor do preconceito, mas saíram sambando em busca de uma avenida para fazer dela uma passarela com o reforço do tamborim, do reco-reco, da cuíca e do surdo.”[5]
Sua obra tem atraído interesse acadêmico na forma de vários artigos, dissertações e até mesmo teses.[6]
Obras
[editar | editar código-fonte]- Sobre o sol (1986)
- Cidade de Deus (1997)
- Desde que o samba é samba (2012)
- Era uma vez... Eu! (2014)
Roteiros
[editar | editar código-fonte]- Episódios da série Cidade dos Homens (TV Globo)
- Quase dois irmãos (2005) de Lúcia Murat
- Suburbia (2012) em parceria com Luiz Fernando Carvalho
- Faroeste Caboclo (filme) (2013) de René Sampaio
Referências
- ↑ Cidade de Deus (resenha).
- ↑ Revista Cândido n,.º 78 (Janeiro de 2018), pág. 5.
- ↑ O Globo, 22/09/2008 Fim de caso: Acordo encerra disputa judicial sobre adaptação para o cinema da música 'Faroeste caboclo' por Márcia Abos
- ↑ Artigo de 03/04/2012 d'O Globo sobre o lançamento do livro Desde que o Samba é Samba
- ↑ Paulo Lins: Desde que o Samba é Samba, 2012, p. 294.
- ↑ De Rubem Fonseca a Paulo Lins : a violência na literatura dos 90, 2011