Paulo Ricardo (padre) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Paulo Ricardo
Presbítero da Igreja Católica
Paulo Ricardo (padre)
Padre Paulo Ricardo na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) em 2015
Hierarquia
Papa Francisco
Arcebispo metropolita Dom Mário Antônio da Silva
Atividade eclesiástica
Diocese Arquidiocese de Cuiabá
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 14 de junho de 1992
Roma, Itália
por Papa João Paulo II
Dados pessoais
Nascimento Recife, Pernambuco
7 de novembro de 1967 (57 anos)
Nome nascimento Paulo Ricardo de Azevedo Júnior
Nacionalidade brasileiro
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, mais conhecido como Padre Paulo Ricardo (Recife, 7 de novembro de 1967), é um sacerdote católico, escritor e professor universitário brasileiro.[1]

Foi ordenado sacerdote no dia 14 de junho de 1992, pelo Papa João Paulo II.[2] Atualmente, é vigário paroquial na paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande (Mato Grosso), e se dedica à evangelização através dos meios de comunicação. Leciona teologia no Instituto Bento XVI, da Diocese de Lorena (São Paulo), desde 2011.[3]

Foi apresentador do programa semanal Oitavo Dia, pela TV Canção Nova, em 2007.[4] Com mais de 1,4 milhão de seguidores no Facebook,[5][6] é uma liderança da direita conservadora no Brasil,[7][8] seguidor de Olavo de Carvalho e apoiador de Jair Bolsonaro.[9]

Atuação

Foi um dos sacerdotes brasileiros selecionados para pregarem na Jornada Mundial da Juventude 2013, no Rio de Janeiro.[10]

Participa, eventualmente, de comemorações católicas e manifestações na região de Cuiabá.[11][12][13]

Seguidor do autointitulado filósofo Olavo de Carvalho, Paulo Ricardo é adepto da direita política e apoiador de Jair Bolsonaro,[9] já conferenciou no Senado,[14][15] na Câmara dos Deputados[16][17] e na Câmara Municipal de São Paulo.[18][19]

Várias vezes foi convidado para palestrar na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados sobre assuntos como aborto e teorias da conspiração tais como "marxismo cultural",[20][21] "ideologia de gênero"[17][22] e Escola sem Partido.[23]

Suas posições políticas, que seguem a linha da direita e ideias conspiratórias de Olavo de Carvalho e a artigos para o site Mídia Sem Máscara nos quais critica o marxismo[24] e a Teologia da Libertação, renderam-lhe desavenças com alguns padres da diocese de Cuiabá no Mato Grosso[25][26] e retaliações por meio de ataque hacker.[27][28]

Em 4 de janeiro de 2019, Paulo Ricardo divulgou um vídeo com alegações infundadas de que, na Suécia, crianças são obrigadas a frequentar a escola vestidas da cor laranja dentro de um projeto educacional de ideologia de gênero, que obriga as crianças a ter uma sexualidade neutra. A declaração foi feita no programa Canção Nova e comentava a fala de Damares Alves segundo a qual "meninos vestem azul e meninas, rosa". Paulo Ricardo também alegou que os pais que não aceitassem, são obrigados a se exilar em ilhas no "Atlântico Norte". A Embaixada da Suécia em Brasília desmentiu as informações e explicou que o uso do uniforme escolar não é obrigatório no país, que todos são tratados iguais independente de gênero, origem, cor e religião. Também explicou que a Suécia não possui ilhas no Atlântico Norte e que o Estado não interfere em questões de cunho familiar.[29]

Livros

  • A resposta católica. Campinas: Ecclesiae, 2013. ISBN 9788563160386
  • Cristologia e Soteriologia. Campinas: Ecclesiae, 2011. ISBN 9788563160089
  • Os mártires de hoje. Campinas: Ecclesiae, 2013. ISBN 9788563160256
  • Teologia Fundamental I: Introdução à Teologia. Campinas: Ecclesiae, 2010. ISBN 9788563160010
  • Trindade. Campinas: Ecclesiae, 2010. ISBN 9788563160133
  • Vaticano II: ruptura ou continuidade? Campinas: Ecclesiae, 2009. ISBN 9788563160003
  • Um Olhar que Cura. São Paulo: Editora Canção Nova, 2008. ISBN 9788576776734
  • Uma Flor do Clero Cuiabano: biografia do Padre Armindo Maria de Oliveira, SDB (1882-1918). São Paulo: Paulus Editora, 1999. ISBN 9788534914819
  • O Diário do Silêncio - O Alerta da Virgem Maria Contra o Comunismo no Brasil: o Alerta da Virgem Maria Contra o Comunismo no Brasil. Ecclesiae. (Prefácio.) ISBN 8584911049

Ver também

Referências

  1. «Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior». Arquidiocese do Rio de Janeiro. Consultado em 15 de maio de 2017 
  2. «Pe. Paulo Ricardo». Vide Editorial. Consultado em 16 de maio de 2017 
  3. «Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior». PadrePauloRicardo.org. Consultado em 14 de maio de 2017. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2018 
  4. Azevedo, Reinaldo (12 de março de 2012). «Ainda o padre Paulo Ricardo e as hostes da difamação. Ou: "Ou falem ou se calem"». Veja. Consultado em 14 de maio de 2017 
  5. «Católicos conservadores idolatram Trump e atacam Francisco abertamente». Instituto Humanitas - Unisinos. Consultado em 16 de maio de 2017 
  6. «Católicos e evangélicos em cruzada contra a palavra gênero na educação». El Pais. Consultado em 16 de maio de 2016 
  7. da Silveira, Emerson José Sena; da Silveira, Dayana Dar’C Silva. «VII CONGRESSO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO: A RELIGIÃO ENTRE O ESPETÁCULO E A INTIMIDADE» (PDF). p. 25. ISSN 2177-3963 
  8. Marcos Paulo dos Reis Quadros (2015). Conservadorismo à Brasileira (PDF). Sociedade e Elites Políticas na Contemporaneidade (Tese de doutorado em Ciências Sociais). Porto Alegre: PUC-RS. p. 168. Consultado em 16 de maio de 2017. Arquivado do original (PDF) em 10 de janeiro de 2018 
  9. a b Guerini, Cristina. «Embaixada da Suécia desmente fakenews de 'padre bélico'». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 25 de abril de 2021 
  10. «Doe de coração». Rádio Vaticano. Consultado em 15 de maio de 2017 
  11. «Fiéis participam de cenáculo nesta segunda-feira no Vinde e Vede em MT». G1 Mato Grosso. Consultado em 15 de maio de 2017 
  12. «Agenda Cultural tem shows regionais e exposições na Grande Cuiabá». G1 Mato Grosso. Consultado em 15 de maio de 2017 
  13. «Religiosos fazem manifesto em MT por revisão no novo Código Penal». G1 Mato Grosso. Consultado em 15 de maio de 2017 
  14. «Aborto divide opiniões em debate na Comissão de Direitos Humanos». Senado Notícias. Consultado em 15 de maio de 2017 
  15. «Padre Paulo Ricardo destaca que o feto de 12 semanas não é uma bola de sangue, mas sim um ser humano». TV Senado. Consultado em 15 de maio de 2017 
  16. «Comissão realiza seminário sobre valorização da vida». Câmara Notícias. Câmara dos Deputados. Consultado em 15 de maio de 2017 
  17. a b «Significado de "gênero" será discutido em Comissão dos Direitos da Mulher». Câmara Notícias. Consultado em 15 de maio de 2017 
  18. Domingos, Roney. «Câmara de SP aprova em 1ª votação plano de educação sem termo 'gênero'». G1 São Paulo. Consultado em 15 de maio de 2017 
  19. «Termo 'gênero' no Plano Municipal de Educação gera protesto na Câmara». G1 São Paulo. Globo.com. Consultado em 15 de maio de 2017 
  20. Gonçalves, Letícia; Dias, Maria Clara (16 de março de 2018). «O debate sobre aborto no Brasil: bioética, biopolítica e a Perspectiva dos Funcionamentos como horizonte de justiça». METAXY: Revista Brasileira de Cultura e Políticas em Direitos Humanos. 1 (2). ISSN 2526-5229. Porque o mundo até a década de 60 era um mundo totalmente contrário ao aborto. De repente, na década de 60 eclode essa vontade de legalizar o aborto. (...) nós estamos diante uma coisa chamada engenharia social. (...) Porque eu temo que vocês estejam sendo manipuladas (Padre Paulo Ricardo, audiência 3, contrário à SUG) 
  21. Wellington Teodoro Da Silva; Alexandre Sugamosto; Uriel Irigaray Araujo (junho de 2021), «O marxismo cultural no Brasil: origens e desdobramentos de uma teoria conservadora», Revista Cultura & Religión, ISSN 0718-4727 (em espanhol), 15 (1): 180-222, doi:10.4067/S0718-47272021000100180, Wikidata Q109843661 
  22. Brandão, Elaine Reis; Lopes, Rebecca Faray Ferreira (2018). «"Não é competência do professor ser sexólogo": o debate público sobre gênero e sexualidade no Plano Nacional de Educação». Civitas - Revista de Ciências Sociais. 18 (1): 100–123. ISSN 1984-7289. doi:10.15448/1984-7289.2018.1.28265. Padre Paulo Ricardo (2014), da arquidiocese de Cuiabá, Mato Grosso, apresentador do programa de televisão da comunidade Canção Nova, alertou que de forma “urgente” o Congresso poderia aprovar a “ideologia de gênero”, conclamando seus leitores a enviarem cartas aos deputados para barrar a redação original do PL. Em texto na Gazeta do Povo (2014), ressaltam-se as faixas estampadas por religiosos no plenário da Câmara: “abaixo à ideologia de gênero”. 
  23. «PL 7180/14 -ESCOLA SEM PARTIDO» (PDF). 2006. Cópia arquivada (PDF) em 19 de janeiro de 2021. REQUERIMENTO Nº 9/16 do Sr. Flavinho -(PL 7180/2014) que 'requer a realização de Audiência Pública destinada a debater o Projeto de Lei nº 7.180/2014. Convidados: Dom Olido Scherer -Grão Chanceler da PUC/SP; Padre Paulo Ricardo; Padre José Eduardo [...] 
  24. «PADRE PAULO RICARDO: A IDEOLOGIA DE GÊNERO E O ESTADO TOTALITÁRIO». Gazeta do Povo. 25 de outubro de 2015. Consultado em 15 de maio de 2017 
  25. Azevedo, Reinaldo (9 de março de 2012). «"Cristianismo stalinista" do Mato Grosso pede a cassação do padre Paulo Ricardo. Entendi que seu pecado é ser católico demais! Cadê a solidariedade de Chalita?». Veja. Consultado em 14 de maio de 2017 
  26. «Padre Paulo Ricardo se manifesta em comunicado sobre "carta aberta" de alguns sacerdotes divulgados na Internet». Comunidade Shalom. Consultado em 15 de maio de 2017 
  27. dos Anjos, Lislaine (14 de março de 2017). «Site de padre sofre ataque de hackers e é retirado do ar em Mato Grosso». G1 Mato Grosso. Consultado em 15 de maio de 2017 
  28. «Site do Padre Paulo Ricardo já está novamente on line». Arquidiocese de Cuiabá. Consultado em 15 de maio de 2017 
  29. Notícia, Isso É. «Embaixada da Suécia desmente fakenews de 'padre bélico' de MT ligado a Bolsonaro». Isso É Notícia. Consultado em 25 de abril de 2021 

Bibliografia

Ligações externas

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