Antipapa Bento XIII – Wikipédia, a enciclopédia livre
Antipapa Bento XIII | |
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Nascimento | Pedro Martínez de Luna y Pérez de Gotor 25 de novembro de 1328 Papa Luna palace (Reino de Aragão) |
Morte | 23 de maio de 1423 (94 anos) Castelo de Peníscola (Reino de Valência) |
Cidadania | Reino de Aragão |
Progenitores |
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Irmão(ã)(s) | Juan Martinez de Luna, Señor de Illueca |
Alma mater | |
Ocupação | padre católico de rito romano, professor universitário, bispo católico romano |
Religião | Igreja Católica |
O Antipapa Bento XIII, nascido Pedro Martínez de Luna (1328 – 1423), mais conhecido como Papa Luna, foi um antipapa de origem aragonesa eleito pelos cardeais de Avinhão para suceder ao Antipapa Clemente VII em 1394, durante o Grande Cisma do Ocidente.
Pedro de Luna foi um protegido do Papa Gregório XI que o fez Cardeal em 1375. Após a sua morte, participou no conturbado conclave que elegeu Urbano VI e foi um dos poucos cardeais que permaneceu em Roma durante os motins que rodearam esta eleição. Pouco depois, a personalidade conflituosa de Urbano VI afastou-o do círculo próximo do Papa e a 20 de Setembro de 1378 esteve presente na reunião que nomeou Clemente VII substituto de Urbano e iniciou o cisma do Ocidente. Regressando a Avinhão com Clemente VII, foi nomeado legado papal para as Espanhas.
A 28 de Setembro de 1394, Pedro de Luna foi eleito Papa em Avinhão por unanimidade. Uma das condições requeridas pelos Cardeais era a promessa de, se necessário fosse, abdicar do pontificado para resolver o cisma. Bento XIII aceitou dar a sua palavra. Em 1395 os Cardeais franceses iniciaram negociações para pôr fim ao cisma, mas para seu espanto, Bento XIII voltou com a promessa atrás e recusou-se a colaborar. Em resultado, a Igreja de França retirou o seu apoio a Avinhão em 1398. Bento XIII foi preso no mesmo ano no seu palácio de Avinhão.
Em 1403 consegue fugir para as terras de Luís II, Duque de Anjou e recupera parte do seu poder. De Anjou, enviou emissários a Roma para negociar uma resolução com o Papa Bonifácio IX, mas o Papa romano declinou ter qualquer interesse em discutir termos. O seu sucessor Inocêncio VII manteve a mesma posição, adiando uma solução diplomática.
Em 1409 reuniu-se o concílio de Pisa, que depôs Gregório XII e Bento XIII, substituindo-os por Alexandre V que não obteve reconhecimento nem dos dois papas rivais nem de nenhuma casa real. Mesmo assim, Alexandre V tomou Avinhão, obrigando Bento XIII a fugir para Peñíscola, em Aragão.
Em 1414 iniciou-se o Concílio de Constança. Após três anos de negociação que envolveram os poderes seculares e ecuménicos, chegou-se a um acordo que previa a demissão dos três papas rivais João XXIII (sucessor de Alexandre V), Gregório XII (sucessor de Inocêncio VII) e Bento XIII, e a instalação em Roma do Papa Martinho V, universalmente aceite.
Bento XIII recusou-se a abdicar e refugiou-se em Peníscola, em 21 de Julho de 1411, comparando a fortaleza à Arca de Noé. Apesar de ter perdido quase todos os seus apoiantes nunca reconheceu Martinho V como papa. Os seus secretários acabavam as cartas com estas palavras: script in arca Nohe, in domo Dei ubi est vera ecclesia (escrita na Arca de Noé, na Casa de Deus onde está a verdadeira igreja).
Morreu em 23 de maio de 1423, convencido do seu próprio estatuto. Um dia antes da sua morte, nomeou Cardeais quatro dos seus seguidores, para assegurar a continuidade do seu papado.
Em 10 de Junho de 1423, três dos quatro cardeais nomeados (Julián Lobera, Jimeno Dahé e Domenica de Bonnefoi), reuniram-se no Castelo de Peníscola e elegeram o aragonês Gil Sanches, Papa, ficando conhecido como Antipapa Clemente VIII, segundo Papa de Peníscola, que governou entre 1424 e 1429. A sua renúncia ao cargo em San Mateo de Castellón em 15 de Agosto de 1429 acabou definitivamente com o Cisma do Ocidente.
O quarto Cardeal, Jean Carrier, de Rodez, Toulouse, nomeou o padre de Rodez, Bernard Garnier como Bento XIV.
Pedro de Luna e Portugal
[editar | editar código-fonte]Pedro de Luna foi o enviado de Clemente VII a Portugal aquando do fim das guerras fernandinas. Depois de alcançado um acordo em Agosto de 1382, que ficou conhecido como Tratado de Elvas, a solicitação de Pedro de Luna, Clemente VII foi reconhecido oficialmente Papa por D. Fernando (além de França, Escócia, Sicília, Castela, Aragão e Navarra).
Com a subida ao poder de João I, na crise de 1383-1385, Portugal muda a sua política externa e passa a apoiar o Papa de Roma.
Referências
[editar | editar código-fonte]- Hughes, Philip E. (1947). A History of the Church:Volume 3: The Revolt Against the Church: Aquinas to Luther (em inglês). Londres: Continuum International Publishing Group. ISBN 978-0-7220-7983-6
- Brusher, Rev. Joseph Stanislaus (1980). «The Great Schism». Popes through the Ages 3ª ed. [S.l.]: Neff-Kane. ISBN 978-0-89141-110-9
Ligações externas
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