Palangre – Wikipédia, a enciclopédia livre
O palangre,[1][2] espinhel,[2][3][4] ou páter-nóster,[4] é um tipo de apetrecho de pesca artesanal, ou arte de pesca usando a linha, constituído por uma linha principal, forte e comprida, de onde dependem várias linhas secundárias curtas em intervalos regulares com um anzol na ponta.[1][2]
Este é colocado no rio no período da vazante e retirado no período em que está enchendo, na maioria das vezes e colocado nas primeiras horas da manhã e retirado no final da tarde.[3] Não é popular, devido o valor do investimento para fabrica-lo e ter pouca captura.[3]
Características
[editar | editar código-fonte]A linha principal possui tamanho de aproximadamente 20/30 metros de comprimento.[3] É iscado com isca fresca do tipo peixes pequenos ou frutas.[3]
Existem também flutuadores (boias) e lastros (por exemplo: chumbo ou pedras) que são responsáveis, respectivamente pela flutuabilidade e afundamento consoante a necessidade do apetrecho. Existem várias maneiras de montar estas, consoante a espécie alvo e a tecnologia disponível.[3]
Este apetrecho não é muito usado, devido ter um valor de investimento alto dos materiais para fabrica-lo (anzóis e linhas), e por ter pouca produtividade na captura do pescado.[3]
Na praia da Nazaré é chamado corrimão ou aparelho e é usado para a pesca do robalo e safio. Pode ser usado "estacado " na baixa mar ou a correr, se o mar tem correntes fortes. Habitualmente compõe-se de várias secções chamadas de talas, cada uma das quais leva cerca de 50 anzóis. É iscado com isca fresca (polvo ou sardinha) ou com amostras ("chuchas").
Este tipo de artes é utilizado em praticamente todo o mundo e é considerado como uma das artes de pesca mais selectivas. A selectividade da arte de pesca está directamente relacionada com o seu impacte no meio ambiente. Quanto menos selectiva for a arte, maior será o impacte negativo provocado pela mesma.
Apetrechos
[editar | editar código-fonte]As técnicas e apetrechos são baseados de experiência históricas realizadas na Amazônia, que repassadas hereditariamente ou adaptadas conforme a demanda de cada usuário.[5] Os petrechos da pesca artesanal utilizados na região podem ser classificados em:[6][7]
- técnicas fixas: curral; fuzarca; matapi; muzuá/covo; tapagem, e; zangaria.
- técnicas móveis: arrastão; espinhel/palangre; linha de mão; malhadeira, e; tarrafa.
Os outros apetrechos: guizo; poitamento; timbó;[8] cavalinho; pari; fisga; garateia; arpão;[9] puçá; caniço; cacuri; rabiola; socó; moponga; paneirão.[10]
A maioria destes são confeccionados pelos pescadores da região, usando náilon e anzol ou recursos naturais como cipó titica, tala de jupati ou de miriti.[7] Os apetrechos artesanais são de fácil produção, de fácil uso e, de baixo custo. Os apetrechos mais usados na pesca artesanal na Amazônia são: rede de espera, para captura de peixes de maior valor comercial durante a safra; malhadeira, baixo custo sendo confeccionada pelo pescador; cacuri, baixo custo confeccionado com produtos da floresta, e; matapi, usado na captura do camarão.[11]
Referências
- ↑ a b Infopédia. «palangre». Dicionário Infopédia. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ a b c «Palangre». Dicionário Priberam On-line. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g «Pesca e influências territoriais em rios da Amazônia». Núcleo de Altos Estudos Amazônicos / Universidade Federal do Pará (UFPA). Novos Cadernos NAEA. 19 (1). 23 de junho de 2016. ISSN 2179-7536. doi:10.5801/ncn.v19i1.3391. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ a b «Páter-nóster». Dicionário Michaelis On-Line. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ «Pesca e influências territoriais em rios da Amazônia». Núcleo de Altos Estudos Amazônicos / Universidade Federal do Pará (UFPA). Novos Cadernos NAEA. 19 (1). 23 de junho de 2016. ISSN 2179-7536. doi:10.5801/ncn.v19i1.3391. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Braga, Cesar França; do Espírito-Santo, Roberto Vilhena; da Silva, Bianca Bentes; Giarrizzo, Tommaso; Castro, Edna Ramos (31 de dezembro de 2006). «CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE PESCADO EM BRAGANÇA – PARÁ» (PDF). Belém. Boletim Técnico Científico do CEPNOR. 6 (1): 105–120. doi:10.17080/1676-5664/btcc.v6n1p105-120. Consultado em 15 de setembro de 2023. Resumo divulgativo
- ↑ a b «Pesca e influências territoriais em rios da Amazônia». Núcleo de Altos Estudos Amazônicos / Universidade Federal do Pará (UFPA). Novos Cadernos NAEA. 19 (1). 23 de junho de 2016. ISSN 2179-7536. doi:10.5801/ncn.v19i1.3391. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ DIRETORIA DE CRIAÇÃO E MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (2012). «PLANO DE MANEJO DA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE CAETÉTAPERAÇU (PA)» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Resex Caeté-Taperaçu. Brasília. Consultado em 3 de agosto de 2023. Resumo divulgativo
- ↑ «Saiba o que é proibido pela lei de pesca». Diário Digital. 5 de março de 2019. Consultado em 3 de agosto de 2023
- ↑ PORTARIA Nº 626, DE 5 DE JULHO DE 2018. [S.l.]: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
- ↑ «Pesca e influências territoriais em rios da Amazônia». Núcleo de Altos Estudos Amazônicos / Universidade Federal do Pará (UFPA). Novos Cadernos NAEA. 19 (1). 23 de junho de 2016. ISSN 2179-7536. doi:10.5801/ncn.v19i1.3391. Consultado em 13 de dezembro de 2024