Philip Guston – Wikipédia, a enciclopédia livre
Philip Guston (Montreal, 27 de Julho de 1913 — Woodstock, Nova Iorque, 7 de Junho de 1980) foi um importante pintor norte-americano.
Biografia / Obra
[editar | editar código-fonte]Nascido no Canadá, no seio de uma família judia oriunda de Odessa, Guston passou a maior parte da infância e juventude em Los Angeles, onde fez amizade com Jackson Pollock. Foi um artista em grande parte autodidata; não completou o ensino secundário e apenas frequentou o Otis Art Institute durante um breve período.[1]
A sua obra inicial pode conotar-se com as preocupações político-sociais do Movimento Muralista Mexicano. Em 1934 realiza - em parceria com Reuben Kadish -, um grande mural em Morelia, México, a convite de David Alfaro Siqueiros. Em 1935 fixa-se em Nova Iorque, realizando murais para o WPA (Federal Arts Project / Works Progress Administration), e em 1941 parte para Iowa City, para ensinar na School of Art and Art History; postas de parte as grandes encomendas, dedica-se a uma arte mais íntima e pessoal.[2]
Na década de 1950 regressa a Nova Iorque, abandona a figuração e integra-se na corrente abstracta emergente – Escola de Nova Iorque / Expressionismo Abstracto –, a par de Mark Rothko, Willem de Kooning ou Jackson Pollock. O seu trabalho integra a grande exposição The New American Painting, organizada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque em 1958, que dá a conhecer, na Europa, os mais importantes artistas do movimento.[2]
Em 1962 realiza uma grande exposição retrospectiva no Guggenheim Museum de Nova Iorque. A partir de 1968 regressa à figuração, apresentando os primeiros trabalhos dessa nova via numa exposição controversa na Marlborough Gallery de Nova Iorque em 1970.[2]
No fim da década de 1960, Guston começa a exprimir dúvidas sobre a arte abstrata perante a violença do mundo contemporâneo (racismo do Ku Klux Klan, guerra do Vietnam). Ele opera então uma verdadeira viravolta rumo à figura com pinturas e desenhos povoados por seres inquietantes e grotescos, inspiradas pela figura do Klansman (o integrante do Ku Klux Klan).Este novo stilo é violentamente criticado pelo New York Times (Hilton Kramer) e pelo Time Magazine (Robert Hughes). A maioria dos críticos consideram que a volta a uma arte figurativa reminiscente aos cartoons constitui uma traição. Na década de 1970 Guston isola-se em Woodstock, e realiza uma obra intensamente pessoal, antecipando e influenciando a figuração expressionista que haveria de se afirmar internacionalmente já depois da sua morte. Se pode afirmar hoje que pintores como Baselitz, Dana Schutz, Amy Sillman, e muitos artistas figurativos de hoje nos Estados Unidos ou na Europa foram marcados pela revolução figurativa iniciado por Philip Guston.[2]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ASHTON, Dore. A Critical Study of Philip Guston (1976). Berkeley; Los Angeles; Oxford: University of California Press, 1990. ISBN 0-520-06931-5
- AUPING, Michael. Philip Guston: Retrospective. New York: Thames & Hudson; Modern Art Museum of Fort Worth, 2003. ISBN 0-500-09308-3
- BOTELHO, Manuel. Guston em contexto: até ao regresso da figura. Lisboa: Livros Vendaval, 2007. ISBN 978-972-8984-05-2
- MAYER, Musa. Night Studio: A Memoir of Philip Guston (1988). New York: Da Capo Press, 1997. ISBN 0-306-80767-X
- STORR, Robert. Philip Guston. New York, London, Paris: Abbeville Press, 1983. ISBN 1-55859-250-4
- DE BARANANO, Kosme, Philip Guston and the Poets, Hauser & Wirth Publishers 2017 ISBN 978-3-906915-00-5
- OTTINGER, Didier, Philip Guston, peintures 1947-1979, Editions di Centre Pompidou, 2000 ISBN 2-84426-072-1
- DABROWSKI, Magdalena, the Drawings of Philip Guston, the Museum of Modern Art, New York, 1988 ISBN 0-87070-352-8
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Philip Guston (Art Point France)» (em francês)