Pierre Savorgnan de Brazza – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pierre Savorgnan de Brazza
Pierre Savorgnan de Brazza
Nascimento Pietro Paolo Savorgnan di Brazzà
26 de janeiro de 1852
Castel Gandolfo
Morte 14 de setembro de 1905 (53 anos)
Dacar
Sepultamento Brazavile
Nacionalidade Francês
Cidadania França, Reino de Itália, Estados Papais
Progenitores
  • Ascanio di Brazzà
Alma mater
Ocupação Explorador
Distinções
  • Comandante da Legião de Honra (1895)
  • Oficial da Legião de Honra (1885)
  • Cavaleiro da Legião de Honra (1879)
  • Grande Medalha de Ouro das Explorações (1879)
Causa da morte doença
Assinatura
Assinatura de Pierre Savorgnan de Brazza

Pietro Paolo Savorgnan di Brazzà, conhecido como Pierre Savorgnan de Brazza (Castelgandolfo, 26 de janeiro de 1852Dacar, 14 de setembro de 1905), foi um explorador de origem italiana e nacionalizado francês. Fundou e deu nome à capital da República do Congo, Brazavile.[1] [2]

Primeiros anos

[editar | editar código-fonte]

Nascido em Castel Gandolfo, perto de Roma, Pietro di Savorgnan Brazza foi o sétimo filho do Conde Ascanio Savorgnan di Brazza, um nobre de Udine, e sua esposa Giacinta Simonetti. Pietro estava interessado na exploração e ganhou entrada para a escola naval francesa em Brest. Graduou-se como um alferes e navegou a bordo do navio francês Jeanne d'Arc até à Argélia.[3]

Exploração em África

[editar | editar código-fonte]

Brazza encontrou pela primeira vez a África em 1872, enquanto navegava em uma missão anti-escravagista perto do Gabão. Seu próximo navio foi o Vénus, que parou no Gabão regularmente. Em 1874 Brazza fez duas viagens, até os rios Gabão e Ogoué. Ele, então, propôs ao governo explorar o rio Ogoué até à sua fonte. Com a ajuda de amigos garantiu financiamento parcial, e o resto saiu do seu próprio bolso. Também se tornou um cidadão naturalizado francês, e nesse momento adotou a grafia francesa de seu nome.[4]

Imagem de Pierre de Brazza

Nesta expedição, que durou de 1875-1878, "armados" apenas com tecidos e ferramentas a serem usadas para a troca de algodão, e foi acompanhado por Noel Ballay, um médico, o naturalista Alfred Marche, um marinheiro, treze senegaleses e quatro intérpretes locais.[5]

O governo francês autorizou uma segunda missão, 1879-1882. Seguindo o rio Ogoué e prosseguindo por terra para o rio Lefini, Brazza conseguiu alcançar o rio Congo em 1880 sem invadir reivindicações portuguesas. Ele, então, propôs ao rei Makoko do Batekes que colocasse o seu reino sob a proteção da bandeira francesa. Makoko, interessado nas possibilidades de comércio e na obtenção de uma vantagem sobre os seus rivais, assinou o tratado. Makoko arranjou o estabelecimento de um assentamento francês no Congo nas proximidades do Lago Malebo, lugar mais tarde conhecido como Brazavile , após a partida de Brazza, o posto foi ocupado por dois Laptots sob o comando do Sargento senegalês Malamine Camara.[6]

Em 1883, Brazza foi nomeado governador-geral do Congo francês em 1886. Ele foi demitido em 1897 devido à baixa rentabilidade da colônia.[7][8]

Em 1905, as histórias de injustiça foram chegando a Paris, o trabalho forçado e brutalidade pelo novo governador do Congo, Emile Gentil em conjunto com as novas empresas de concessão estabelecidas pelo Escritório Colonial Francês e toleradas pelo Bispo do Congo.[9]

Brazza foi enviado para investigar e o relatório resultante foi revelador e contundente, apesar de muitos obstáculos colocados em seu caminho. Quando seu apoiador Félicien Challaye colocou o relatório embaraçoso na frente da Assembleia Nacional, foi suprimido e essas condições opressivas permaneceram no Congo francês durante décadas.[10]

A última ida ao Congo teve um preço duro para ele pois sua viagem de regresso a Dacar morreu de disenteria e febre (em meio a rumores de que ele havia sido envenenado). Seu corpo foi repatriado para a França e foi dado um funeral de Estado na Igreja Sainte-Clotilde em Paris teve seu corpo exumado e transportado para Argel. O epitáfio para o seu local de enterro em Argel se-lê: "une mémoire puro de sang humain " ("Uma memória limpa sem sangue humano").[11][12]

Referências

  1. Petringa, Maria (2006). Brazza, A Life for Africa. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4259-1198-0 
  2. Vicent Mottez. «Brazza, o explorador apagado da memória». Historia Viva. Consultado em 28 de Março de 2015 
  3. Pakenham, Thomas (1992). The Scramble For Africa. [S.l.: s.n.] ISBN 0349104492 
  4. West, Richard (1973). Brazza of the Congo. [S.l.: s.n.] 
  5. Ortis, Emanuela (2003). Pierre Savorgnan de Brazza: heròs du Friul. [S.l.: s.n.] 
  6. Mark Doyle (30 de Setembro de 2006). «Africa explorer's remains exhumed». BBC News. Consultado em 28 de março de 2015 
  7. Rémi Carayol (30 de Abril de 2014). «Colonialisme au Congo : le brûlot de Pierre Savorgnan de Brazza enfin publié». Jeune Afrique. Consultado em 28 de Março de 2015 
  8. Bruno Okokana (4 de Outubro de 2014). «134e anniversaire de la fondation de Brazzaville: la famille de Pierre Savorgnan de Brazza plante un palmier au Mémorial éponyme». Adiac. Consultado em 28 de Março de 2015 
  9. APA (6 de Março de 2015). «Le Mémorial Pierre Savorgnan De Brazza s'enrichit de 29 documents». Starafrica. Consultado em 28 de Março de 2015 
  10. Chris McGreal (4 de Outubro de 2006). «African nation builds £1.4m marble mausoleum for colonial master». The Guardian. Consultado em 28 de Março de 2015 
  11. Pauline Simonet (4 de Outubro de 2006). «Un mausolée pour Brazza». RFI. Consultado em 28 de Março de 2015 
  12. «Pierre Savorgnan de Brazza - Memorial, legado e Cultura» 
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.