Pinhão – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pinhão é a designação genérica da semente de várias espécies de pinaceaes, plantas gimnospérmicas, isto é, cuja semente não se encerra num fruto. O pinhão se forma dentro de uma pinha, fechada, que com o tempo vai-se abrindo até liberar o pinhão. Nas pináceas (a exemplo do Pinus elliottii), as sementes são dotadas de uma película, como uma espécie de asa, que se descola da pinha madura e possibilita que as sementes sejam espalhadas pelo vento, iniciando-se assim o processo de crescimento de um novo pinheiro.
Pinhão do pinheiro europeu
[editar | editar código-fonte]Os pinoli (do italiano pinolo, plural pinoli) ou, em Portugal, simplesmente pinhões, são pinhões de Pinus pinea, árvore nativa da franja mediterrânea. Esses pequenos pinhões de formato ovalado, textura macia e coloração amanteigada são usados na culinária, especialmente do Oriente Médio—por exemplo para o recheio de quibes—e na Itália—notadamente no preparo do pesto genovês. Seu sabor assemelha-se ao da amêndoa. São comidos como snack em Portugal e em Espanha, onde também são utilizados na culinária, particularmente na doçaria. No Brasil, seu uso é difundido em áreas de colonização libanesa ou italiana. Entre os libaneses, são chamados snoubar.
Produção em Portugal
[editar | editar código-fonte]O pinhão foi o segundo fruto seco mais exportado, em 2013, em Portugal, a seguir à castanha.[1]
O pinheiro manso ocupa, em Portugal, uma área total de cerca de 176 mil hectares e corresponde à espécie florestal com maior incremento na área arborizada (54%) relativamente ao inventário florestal nacional de 2005. A produção de pinhão ocupa um lugar importante na economia das regiões onde se desenvolve, pelo rendimento que traz aos proprietários florestais e à indústria de descasque do pinhão. O Alentejo produz 67% das pinhas nacionais e 15% das pinhas mundiais, segundo dados de 2013 da União da Floresta Mediterrânica (UNAC). A capacidade produtiva da pinha é estimada num valor económico que se situa entre os 50 e 70 milhões de euros por ano.
Alcácer do Sal é o concelho líder na produção de pinhão.[2]
Pinhão da araucária brasileira
[editar | editar código-fonte]Largamente consumido na Região Sul do Brasil no outono e no inverno, o pinhão brasileiro é a semente da araucária (Araucaria angustifolia), espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista, que ocorre majoritariamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e principalmente no estado do Paraná, podendo também ser encontrada em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Argentina e no Paraguai. [3] [4] [5]
Além de servir de alimento para os humanos desde a época em que os indígenas dominavam o território brasileiro, o pinhão também é consumido por animais terrestres e pássaros. [6]
Valor nutricional
[editar | editar código-fonte]Segundo a Embrapa, o pinhão brasileiro contém Ômega 6 e 9, proteína de alta qualidade e diversos sais minerais, como potássio, fósforo, magnésio, enxofre e cálcio. Além disto, não tem glúten, apresenta baixo teor de gordura e é rico em fibras alimentares. [4] [5]
Por outro lado, é considerado um alimento calórico, pois cada 100gr da semente cozida fornecem de 160 a 170 calorias. [7]
Tabela nutricional (100gr de pinhão cozido) | |
Carboidratos | 33,24 |
Fibras | 5,53 |
Proteínas | 3,62 |
Potássio | 500,46 |
Fósforo | 117,8 |
Magnésio | 40,7 |
Enxofre | 36,91 |
Cálcio | 29,93 |
Dados econômicos
[editar | editar código-fonte]No Paraná, em 2022 a produção alcançou 4,1 mil toneladas e movimentou R$ 20,8 milhões de reais. Já em Santa Catarina, em 2021 foram colhidas 8 mil toneladas da semente. [8] [9]
Toxicidade
[editar | editar código-fonte]O pinhão deve ser consumido já maduro, pois as pinhas imaturas podem ter um gosto desagradável, além de dificultarem a digestão. Além disso, o pinhão imaturo é mais úmido, o que propicia a proliferação de fungos que podem ser tóxicos. [6] [10]
Ligações externas
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- ↑ Gazeta Rural n.º 222, 16 de abril de 2014.
- ↑ Gazeta Rural n.º 257, 15 de Outubro de 2015, pág. 26.
- ↑ «Consumidor de pinhão: hábitos, atributos de importância e percepção. - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ a b «Livro com cem receitas com pinhão é disponibilizado on-line». www.embrapa.br. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ a b «Valor Nutricional do Pinhão - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ a b «IAT libera a colheita e venda do pinhão, mas reforça condição de maturação». Agência Estadual de Notícias. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ Oeste, Jornal do (16 de maio de 2022). «Pinhão: os benefícios nutricionais desse alimento típico da estação». Jornal do Oeste. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ «Fim da contagem regressiva: temporada do pinhão começa dia 1º de abril no Paraná». Agência Estadual de Notícias. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ Epagri, ACOM | (31 de março de 2023). «Colheita do pinhão em SC começa neste sábado com estimativa de 4 mil toneladas». Agência de Notícias SECOM. Consultado em 16 de abril de 2024
- ↑ «Campanha alerta sobre riscos da colheita antecipada do pinhão». DAER-RS. 1 de março de 2024. Consultado em 17 de abril de 2024