Poncho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Poncho.

O poncho (do quíchua: punchu) , é uma vestimenta tradicional da América do Sul. O gaúcho do meio rural usa-o para proteção do frio e do vento, por sobre a vestimenta usual, sendo feito em teares com de ovelha. Nas cidades ainda se pode vê-lo em dias frios como sobretudo. Ainda serve como cobertor improvisado. Na América andina é feito de lã de lhama, alpaca ou vicunha. Comercialmente, por vezes são feitos com fibras sintéticas.

Consiste basicamente em um tecido de aproximadamente 3,5 x 2,5 metros com uma abertura no centro, para ser passada pela cabeça e apoiado nos ombros. É imprescindível que seja quente, ou tenha pouca permeabilidade à água, conforme o uso a que se destina.

No Brasil, seu uso data desde pelo menos o período colonial, pois testamentos seiscentistas de sertanistas paulistas já documentam a existência do poncho, trazido das possessões castelhanas provavelmente durante o período da União Ibérica.[1] Foi vestimenta usada por diversos grupos, como bandeirantes, tropeiros e gaúchos. Seu uso era bastante comum nas províncias meridionais do Brasil até o final do século XIX, incluindo São Paulo[2] [3], Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e partes de Minas Gerais e do Mato Grosso ou Goiás, todas estas regiões tradicionalmente fornecedoras de condutores de mulas (tropeiros).

Outras acepções

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Um gaúcho vestindo um poncho. No sul do Brasil essa vestimenta é conhecida como pala.

Em tecido pesado e espesso, usado em dias de frio intenso. É também um excelente abrigo para o vento e a chuva (quando impermeabilizado). Possui abertura frontal e outras duas pequenas aberturas laterais, para os braços e as mãos.

Agasalho de uso militar semelhante ao poncho, geralmente forrado internamente com seda coloridal. Essa peça possui abertura frontal, mas não tem as aberturas laterais do poncho, e a abertura geralmente é ornamentada com alamares. Ela é confeccionada com tecido caros e usada com fardamentos de gala. Em alguns regulamentos brasileiros de uniformes essa peça é também definida como capa ideal.

Capa poncho de ciclismo.
Ver artigo principal: Pala

Basicamente com o mesmo formato, mas sem a abertura frontal e em tecido mais leve, na maioria das vezes em lã ou seda. Proporciona abrigo na meia estação (período intermediário, antes e depois do inverno) e é também bastante usado em festividades tradicionalistas.

A capa tipo poncho é uma capa de chuva. Nas forças armadas brasileiras a capa poncho é uma peça em material sintético, impermeável, para abrigar o militar da chuva. Ela tem formato retângular, com uma abertura central para a passagem da cabeça, e pode ser unida a outras capas para formar uma barraca improvisada.

No ciclismo também existe um abrigo assemelhado.

Referências

  1. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Clima e roupa. In: "Caminhos e Fronteiras", 1994. pp. 228.
  2. Pablo Pereira (25 de março de 2010). «Poncho, um costume paulista (2)» 
  3. "Nenhuma dificuldade há em distinguir os habitantes da cidade de São Paulo dos das localidades vizinhas. Estes últimos, quando percorrem a cidade, usam calças de tecido de algodão e um grande chapéu cinzento, sempre envolvidos no indispensável poncho, por mais forte que seja o calor. Denotam seus traços alguns dos caracteres da raça americana; seu andar é pesado, e têm um ar simplório e acanhado. Pelos mesmos têm os habitantes da cidade pouquíssima consideração, designando-os pela alcunha injuriosa de caipiras, palavra derivada provavelmente do termo corupira, pelo qual os antigos habitantes do país designavam demônios malfazejos existentes nas florestas."Saint-Hilaire, Auguste. Viagem à província de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Província Cisplatina e Missões do Paraguai. São Paulo: Livraria Martins. p. 189 
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