Porta Dourada (Jerusalém) – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Porta Dourada (em hebraico: שער הרחמים - Sha'ar Harahamim), também Portão de Ouro, Portão Dourado, Portão da Piedade e Portão da Vida Eterna, é um dos oito portões das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. É o mais antigo dos oito portões, sendo que era usado em épocas antigas como uma passagem direta para o Monte do Templo.
História
[editar | editar código-fonte]Uma teoria diz que o Portão de Ouro atual provavelmente foi construído no ano 520 como parte de uma série de construções em Jerusalém por parte do imperador bizantino Justiniano I[1], sobre ruínas de outras construções. Outra teoria alternativa a essa é a de que ele foi construído um século depois, no século VII, por artesãos bizantinos que teriam sido contratados pelos Califas Omíadas. O portão está localizado no meio do lado oriental do Monte do Templo. Acredita-se que este portão era utilizado para fins ritualísticos nos tempos bíblicos.
O portão foi fechado em 1541 por ordem do sultão otomano Solimão, o Magnífico, porque, segundo a tradição judaica, seria por esse portão que o Messias profetizado no Antigo Testamento iria utilizar para entrar na cidade. Os muçulmanos criaram um cemitério fora do portão, como eles estavam convencidos da profecia de Elias, o precursor do Messias que anunciou que, em seu retorno, o novo profeta não se atreveria a entrar no lugar porque ele era um cohen. De fato, a entrada de sacerdotes judaicos em um cemitério é totalmente vedada, por causa da impureza.
De acordo com o relato nos livros apócrifos, o Portão de Ouro foi palco do encontro entre Ana e Joaquim, os pais da Virgem Maria, quando souberam que Ana estava grávida da que viria a ser Maria. Este episódio foi imortalizado nas obras sobre a Vida da Virgem do italiano Giotto e do alemão Albrecht Dürer, neste caso numa gravura conhecida como Joaquim e Ana se encontram na Porta Dourada.
Existem afirmações que esta porta esta fechada também pelo fato de que Jesus passou por ela antes de ser crucificado e passará novamente em sua segunda vinda.
Sobre o pórtico, escreveu o profeta Ezequiel em seu livro sobre a passagem do Messias:
"Ele reconduziu-me ao pórtico exterior do santuário, que fica fronteiro ao oriente, o qual se achava fechado. O Senhor disse-me: 'Este pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor, Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado'." Ezequiel 44, 1-2