Portas da Cilícia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Portas da Cilícia / Passo de Gülek Gülek Boğazı | |
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Portas da Cilícia | |
Altitude | 1 050 m |
País | Turquia |
Cordilheira | Montes Taurus |
Localização | Planalto da Anatólia |
Província | Mersin |
Coordenadas | |
Localização na Turquia |
O passo de Gülek, conhecido também como Portas da Cilícia ou Porta de Ferro (em turco: Gülek Boğazı), é um passo através dos montes Tauro e que liga as baixas planícies da Cilícia até ao planalto da Anatólia através de um estreito desfiladeiro do rio Gökoluk. Sua altitude máxima é de aproximadamente 1050 metros.[1]
As Portas foram, por milênios, uma passagem comercial e militar essencial na região.[2] No início do século XX, uma ferrovia de bitola estreita foi construída na passagem e atualmente a rodovia Tarso-Ancara (E90, O-21) passa por ali.
A entrada meridional das Portas da Cilícia está aproximadamente 44 km a norte de Tarso, e a setentrional leva até à Capadócia.
História
[editar | editar código-fonte]Yumuktepe (atual Mersin), que guarda o lado da passagem em Adana, com 23 camadas de ocupação, é um dos povoados fortificados mais antigos do mundo, com origens que remontam a 4 500 a.C. O caminho antigo era uma caminho para caravana de mulas e não para veículos a roda. Na história, os hititas, gregos, Alexandre, o Grande, romanos, mongóis e os cruzados se utilizaram do passo em suas campanhas. A Bíblia afirma que Paulo de Tarso e Silas passaram por ali em suas viagens pela Síria e a Cilícia. A Epístola aos Gálatas cita as cidades de Derbe, Listra e Icônio como cidades visitadas por Paulo em sua primeira viagem missionária (Atos 14; Gálatas 1).
A distância entre o platô anatólico e a planície ciliciana é de aproximadamente 110 km, uma viagem de aproximadamente cinco dias nos tempos antigos. Paulo, segundo Bíblia, fala de "perigos" em "rios" e "ladrões" (2 Coríntios 11:26), o que pode explicar por que, em 4 500 a.C., na entrada meridional do passo foi construída uma das primeiras fortalezas existentes (e que se tornaria Mersin). O exército dos "Dez Mil"; Alexandre, o Grande, antes da Batalha de Isso; Paulo a caminho da Galácia e parte do exército da Primeira Cruzada, todos passaram pelo local, onde também se encontrava a fortaleza medieval de Baberon (ou Barbaron), construída pelo Reino Armênio da Cilícia.[3]
Os engenheiros alemães que dirigiram a construção da ferrovia que liga o Terminal Haydarpaşa, em Istambul, a Bagdá (a "Ferrovia Berlim-Bagdá") não seguiram o inclinado, estreito e sinuoso caminho antigo através do passo. Em vez disso, foi construída uma série de viadutos e túneis que estão entre as maravilhas da engenharia ferroviária. A linha foi aberta em 1918 e foi utilizada para levar tropas e suprimentos militares otomanos para a frente da Mesopotâmia durante a Primeira Guerra Mundial.
Referências
- ↑ W.L. Williams, Armenia, p. 8-11, quoted in Josephus Nelson Larned, The new Larned History for ready reference, reading and research s.v. "Armenia" full text
- ↑ William Mitchell Ramsay, The historical geography of Asia Minor, 1890, passim full text
- ↑ Ghazarian, Jacob G. (2000). The Armenian Kingdom in Cilicia During the Crusades: The Integration of Cilician Armenians with the Latins, 1080-1393. [S.l.]: Routledge. p. 122. ISBN 0-7007-1418-9
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Portas da Cilícia» (em inglês). Livius.org. Consultado em 29 de dezembro de 2012
- «Engenharia ferroviária através das Portas da Cilícia» (em inglês). Trains of Turkey. Consultado em 29 de dezembro de 2012