Primeiro Período Intermédio – Wikipédia, a enciclopédia livre

O chanceler Méketrê observa a contagem de seus animais, 11ª dinastia.

O Primeiro Período Intermédio é um período na história do Antigo Egito entre 2 134 a.C. e 2 040 a.C.. Foi antecedido pelo Império Antigo (2575 a 2134 a. C.) e sucedido pelo Império Médio (2040 a 1640 a. C.).[1]

Compreende as VII, VIII, IX, X e XI dinastias, e corresponde a uma época em que o poder do Egito estava divido sendo governado paralelamente por mais de uma dinastia.[2]

O Império Antigo termina com a morte do faraó Pepi II, já em idade avançada. O governo do Egito então passa por uma crise de governabilidade. Os governadores das províncias se tornam poderosos e assim o país fica dividido em três, o Delta, o Médio Egito (Heracleópolis ou Henen-nesw) e o Alto Egito (Tebas ou Uassete). Nesse período intermédio estão registradas as dinastias VII, VIII, IX, X e XI.[2]

Os reis da VII e VIII dinastias se proclamam reis por conta própria. Em Heracleópolis, os reis das reconhecidas dinastias IX e X expulsam os líbios e outros povos que invadiram o Delta do Egito em busca de alimento. Eram reis cruéis, mas de alguma forma tomaram medidas importantes como fortificar as fronteiras e retomar o comércio além de manter o Baixo Egito unido e forte.

Durante todo esse período temos diversas dinastias sem os devidos registros, porque eram muitos os auto-intitulados reis. Foi um período de anarquia no antigo Egito. A terra dividida gerou guerra civil, porque muitos queriam tomar o poder. Portanto até a 10ª dinastia não houve um governo centralizado no país.

Em Tebas (Waset) foi fundada a 11ª dinastia que não reconhecia o governo de Heracleópolis. E, muito embora o Baixo Egito fosse mais forte, foi a dinastia Tebana que começou a unir novamente o Egito.

Após reunir os territórios do alto Egito, o governante de Tebas, Inyotef, partiu para a conquista do baixo Egito.

Esse período marca uma mudança importante para o estudo do Antigo Egito. Até então, apenas os faraós e sua família tinham o direito de passar para a outra vida, tendo seu corpo mumificado e todos os ritos fúnebres. É no primeiro período intermédio que esse direito passa a todos os nobres e oficiais, ou seja, a todos os que pudessem pagar para ter os mesmos direitos. Assim, hoje, muito da história do Egito Antigo é contada pelas descobertas das tumbas de pessoas comuns que, a partir desse período fizeram sepultamentos com todos os luxos da época, inclusive deixando gravadas cenas de sua vida nos túmulos.[2]

Para os faraós, na época, foi uma perda imensa, porque deixaram de ser vistos como os únicos seres divinos, que tinham direito a viver uma outra vida após a morte.

Esse período termina com a vitória da dinastia surgida em Tebas, a 11ª dinastia. Ao primeiro período intermédio pertencem apenas três faraós da 11ª dinastia - Intefe I (Sehertawy), Intefe II (Wahankh), Intefe III (Nakhtnebtepnefer).

O próximo faraó, Mentuotepe II, embora ainda pertença a essa dinastia, vai dar inicio ao período seguinte que é o Império Médio.

Referências

  1. «Cronologia do Antigo Egipto» (PDF). Universidade Nova de Lisboa. Consultado em 27 de julho de 2022 
  2. a b c Gamal Mokhtar. História Geral da África – Vol. II – África antiga. [S.l.]: UNESCO. ISBN 9788576521242 
Ícone de esboço Este artigo sobre Egiptologia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.