Prova (educação) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Uma prova (do termo latino proba) é um concurso ou exame que avalia o nível de conhecimento e habilidade de pessoas acerca de um determinado tema. Também pode se referir a cada um dos elementos que constituem o concurso ou exame.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Desde a Idade Média, os exames no Reino Unido eram apenas orais. Os exames escritos só passaram a ser aplicados na Europa a partir do século XVIII. A China Antiga foi o primeiro país a aplicar um teste nacional padronizadoː os exames imperiais, que visavam a selecionar candidatos qualificados ao serviço público. Os exames foram criados pela dinastia Sui no ano 605 e extintos pela dinastia Qing em 1905. A Inglaterra, inspirada no exemplo chinês, adotou testes padronizados em 1806 para selecionar candidatos aptos ao serviço público.[2] Posteriormente, os testes padronizados passaram a ser utilizados na educação em vários países.
Tipos de prova
[editar | editar código-fonte]Existem vários meios de se avaliar um aluno.
Prova oral
[editar | editar código-fonte]O aluno responde oralmente a questões formuladas por um ou mais professores. Este tipo de exame dificulta a possibilidade de ações fraudulentas por parte do aluno, mas dá margem a acusações de favorecimento a certos alunos, em razão de seu menor grau de impessoalidade e igualitarismo em relação aos exames escritos.[3]
Prova dissertativa
[editar | editar código-fonte]O aluno responde por escrito a questões. Como vantagem, este tipo de exame elimina a possibilidade de o aluno acertar a uma questão por mera sorte, como pode acontecer no exame de múltipla escolha. Além disso, mede a sua habilidade em expor ideias de uma forma coerente e organizada. Como desvantagem, este tipo de exame torna mais trabalhosa a correção e, consequentemente, diminui o número de questões e a abrangência da matéria examinada.[4]
Prova de múltipla escolha
[editar | editar código-fonte]O aluno tem de escolher uma dentre várias opções de resposta a uma pergunta, ou então tem de marcar se uma determinada afirmação é verdadeira ou falsa. Este tipo de exame possibilita maior rapidez de correção e maior abrangência de conteúdo avaliado em relação à prova discursiva, porém também possibilita que um candidato menos preparado e com mais sorte possa se sair melhor do que um candidato melhor preparado.[5]
Prova de aptidão física
[editar | editar código-fonte]Mede o grau de condicionamento físico do aspirante a um emprego ou curso que requeira determinadas aptidões físicas, como policiais, varredores de rua ou alunos de educação física. O exame pode constar de corridas de resistência, flexões na barra fixa, avaliação oftalmológica etc.[6][7]
Prova de aptidão musical
[editar | editar código-fonte]Mede a capacidade do aluno de relacionar a teoria musical com a sua audição e com a prática de um instrumento musical. É requerido, por exemplo, para a admissão em um curso superior de música.[8]
Prova de aptidão de arquitetura
[editar | editar código-fonte]O candidato deve criar uma figura tridimensional e desenhá-la.[7]
Prova de aptidão de artes plásticas e educação artística
[editar | editar código-fonte]Prova teórica sobre história da arte e realização de um desenho para se avaliar o uso de perspectiva, luz e sombra.[7]
Prova de aptidão de desenho industrial
[editar | editar código-fonte]O candidato deve realizar um desenho.[7]
Prova de aptidão de odontologia
[editar | editar código-fonte]O candidato deve esculpir um bloco de cera.[7]
Prova de aptidão de artes cênicas
[editar | editar código-fonte]O aluno deve opinar sobre um texto, interpretar uma cena e ser entrevistado.[7]
Prova de aptidão de dança
[editar | editar código-fonte]O candidato deve realizar um exercício, sendo avaliado em critérios como postura, domínio corporal, ritmo e capacidade de expressão.[7]
Prova de aptidão audiovisual
[editar | editar código-fonte]Prova teórica medindo a capacidade de interpretação do discurso audiovisual e prova prática com a criação de roteiros e de organizações visuais como luz e sombra.[7]
Trapaça
[editar | editar código-fonte]Alunos costumam trapacear nas provas lendo, sorrateiramente, notas que foram preparadas previamente com a matéria da prova (no caso de provas com proibição de consulta de livros). Outra forma de trapacear é copiar as respostas de outro aluno. Uma forma mais contemporânea de trapaça é receber, via ponto eletrônico ou telefone celular, informações sobre a prova fornecidas por alguém situado do lado de fora do local do exame.[9]
Para prevenir a trapaça (também chamada de "cola" e "fila"),[10] às vezes são aplicadas versões diferentes do teste, de modo a desestimular a cópia das respostas de outro aluno. A aplicação de exames discursivos em vez de exames de múltipla escolha também é um meio de dificultar a cola.
Prós e contras
[editar | editar código-fonte]Os exames possibilitam uma avaliação do nível de conhecimento dos alunos, e estimulam o estudo. Porém críticos dos exames argumentam que, muitas vezes, os exames acabam se tornando o objetivo único do aluno, fazendo com que este não se interesse em realmente aprender. Além disso, os exames podem ser falhos em avaliar a real capacidade do aluno e também a qualidade do ensino ministrado pelo professor. Dentro dessa perspectiva, a prática avaliativa dos professores, muitas vezes, se torna refém das influências[11] exercidas pelas políticas nacionais de avaliação, a gestão/coordenação escolar, as concepções de educação, currículo e avaliação, bem como a própria perspectiva do professor em relação aos exames, prejudicando a autonomia do profissional da educação e influenciando tanto na elaboração e aplicação dos métodos de ensino e avaliação como nos resultados que se esperam dos alunos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1 408
- ↑ Chinese ideas in the West. Disponível em http://afe.easia.columbia.edu/chinawh/web/s10/ideas.pdf. Acesso em 2 de março de 2018.
- ↑ Como enfrentar a temida prova oral? Gazeta do Povo. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ Professores dão 11 dicas para se dar bem em provas dissertativas. Uol vestibular. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ Dicas para provas de Múltipla Escolha. Dez em tudo. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ Dicas dos Especialistas. Aprova.taf. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ a b c d e f g h Como são as provas de aptidão. Folha de S. Paulo. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ 2011 Vestibular Nacional Unicamp. Acesso em 20 de abril de 2016.
- ↑ Consultor jurídico. Disponível em https://www.conjur.com.br/2011-dez-20/lei-preve-punicao-cola-eletronica-concurso-publico. Acesso em 3 de março de 2018.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 428.
- ↑ Magalhães, Priscila Maria Vieira dos Santos; Almeida, Lucinalva Andrade Ataide de; Lins, Carla Patrícia Acioli (10 de julho de 2019). «Práticas curriculares-avaliativas: Inventar cotidianamente considerando os movimentos de influência». Linhas Críticas: e23795–e23795. ISSN 1981-0431. doi:10.26512/lc.v25.2019.23795. Consultado em 5 de dezembro de 2022 soft hyphen character character in
|periódico=
at position 11 (ajuda)