Horácio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Horácio | |
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هوراس كما تخيله الرسام أنتون ألكساندر فون فرن | |
Nascimento | 8 de dezembro de 65 a.C. Venosa |
Morte | 27 de novembro de 8 a.C. Roma |
Sepultamento | Roma |
Cidadania | Roma Antiga |
Progenitores |
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Ocupação | poeta, escritor, filósofo |
Obras destacadas | Ars Poetica, Satires, Carmen saeculare, Odes, Epistulae, Epodos |
Quinto Horácio Flaco, em latim Quintus Horatius Flaccus, (Venúsia, 8 de dezembro de 65 a.C. — Roma, 27 de novembro de 8 a.C.) foi um poeta lírico e satírico romano, além de filósofo. É conhecido por ser um dos maiores poetas da Roma Antiga.
Vida
[editar | editar código-fonte]Filho de um escravo liberto, que possuía a função de receber o dinheiro público nos leilões, recebeu uma boa educação para alguém com suas origens sociais, graças aos recursos que seu pai conseguiu, levando-o para Roma onde foi discípulo de Orbílio Pupilo.[1]
Seus estudos literários de Roma foram completados em Atenas, para onde foi, aos vinte anos.[1]
Quando em 44 a.C. eclodiu a guerra civil que se seguiu ao assassinato de Júlio César, Horácio tomou partido daqueles que participaram da morte deste, Bruto e Cássio, servindo até a Batalha de Filipos onde, ao avizinhar-se a derrota, fugiu de volta para Roma.[1]
Já sem o pai, que havia morrido, e tendo perdido todos os bens que este possuía, que foram confiscados, Horácio conseguiu um trabalho como escriturário, tendo assim ocasião de começar a escrever suas obras literárias.[1]
Conhece então o poeta Virgílio, que o apresenta a Mecenas que, após nove meses, o convoca para integrar o círculo de artistas protegidos, tornando-se assim um dos poetas oficiais do estado, tendo a amizade a partir dali aumentado a tal ponto que o protetor deu-lhe de presente uma vila.[1]
Eclodem, então, as lutas de Otaviano contra Cleópatra e Marco Antônio (32-30 a.C.), tomando então Horácio entusiasta partido do primeiro que, sagrando-se vitorioso em Ácio, dele recebeu exultação pela conquista.[1]
Tendo início o Império, e Otaviano passando a chamar-se Augusto, tem início um período de paz que o poeta louvou, agradando ao imperador que, então, lhe oferece o cargo de secretário, sendo a oferta recusada.[1]
Também recusa os pedidos de Mecenas e Augusto para que cantasse os feitos guerreiros, preferindo exaltar o papel de pacificador do governante, dedicando-se aos poemas curtos e com temas variados.[1]
Segundo Enzo Marmorale, Horácio “era de baixa estatura, quase gordo, moreno, de cabelos pretos, e bom orador”; mesmo havendo jurado que não sobreviveria a Mecenas, sua morte deu-se a 27 de novembro de 8 a.C., meses após o falecimento do amigo, ao lado de quem foi sepultado no Esquilino.[1]
Filosofia Epicurista
[editar | editar código-fonte]Alguns de seus poemas são apontados como exemplos do impacto da filosofia epicurista na Roma Antiga.[2] Não sendo um filósofo ele mesmo no sentido estreito do termo, ele se mostrou um filósofo ao não evitar o tema em seus poemas[3] alguns temas epicuristas destacam-se em sua obra, como a importância em se aproveitar o presente (carpe diem) pelo reconhecimento da brevidade da vida e a busca pela tranquilidade (fugere urbem).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Sua obra pode ser dividida em quatro gêneros:
- Sátiras ou sermones — Retrata ironia de seu tempo dividida em dois livros escritos em hexâmetros. Baseado em assuntos literários ou morais, discute questões éticas.
- Odes ou Carminas — Divididos em quatro livros de longos poemas líricos sobre assuntos diversos, geralmente sobre mitologia. Também em hexâmetros.
- Epístolas ou cartas — Dois livros feitos de coleções de cartas sobre vários assuntos. Dentre elas destaca-se a maior, a Epístola aos Pisões, conhecida como Arte Poética.
- Epodos ou iambos — Um livro somente, com 17 pequenos poemas líricos escritos na mocidade sobre assuntos de Roma e imitava, tanto na métrica quanto no estilo satírico, o poeta Arquíloco.
Livros
[editar | editar código-fonte]- (35 a.C.) Sermonum liber primus ou Sátira I
- (30 a.C.) Epodos
- (30 a.C.) Sermonum liber secundus ou Sátira II
- (23 a.C.) Carminum liber primus ou Odes I
- (23 a.C.) Carminum liber secundus ou Odes II
- (23 a.C.) Carminum liber tertius ou Odes III
- (20 a.C.) Epistularum liber primus
- (18 a.C.) Ars Poetica, ou Epístola aos Pisões
- (17 a.C.) Carmen Saeculare ou Canto secular
- (14 a.C.) Epistularum liber secundus
- (13 a.C.) Carminum liber quartus ou Odes IV
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g h i Vivian de Azevedo Garcia Salema (s/d). «Análise do Epodo X de Horácio». UFRJ. Consultado em 10 de novembro de 2015
- ↑ WOODMAN, Tony & FEENEY, Denis (ed.). Traditions and Contexts in the Poetry of Horace. Cambridge: Cambridge University, 2002.
- ↑ MOLES, John. Poetry, philosophy, politics and play. In: WOODMAN, Tony & FEENEY, Denis (ed.). Traditions and Contexts in the Poetry of Horace. Cambridge: Cambridge University, 2002.p. 157
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- UFRGS - Biografia
- Mundo Cultural - Horácio
- Obras de Horácio: textos com concordâncias e lista de freqüência
- Arte poética em latim no Perseus Project
- Carmina em latim no Perseus Project
- Horácio - Arte Poética (Tradução de Cândido Lusitano) - em Bibliotrónica Portuguesa
- Obras de Horácio na Biblioteca Nacional de Portugal