Ralídeos – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Gruiformes
Família: Rallidae
Géneros
Aenigmatolimnas

Amaurolimnas
Amaurornis
Anurolimnas
Aramides
Aramidopsis
Atlantisia
Canirallus
Coturnicops
Crecopsis
Crex
Cyanolimnas
Dryolimnas
Eulabeornis
Fulica
Gallicrex
Gallinula
Gallirallus
Gymnocrex
Habroptila
Himantornis
Laterallus
Lewinia
Megacrex
Micropygia
Neocrex
Nesoclopeus
Pardirallus
Porphyrio
Porzana
Rallicula
Rallina
Rallus
Rougetius
Tribonyx
Sarothrura
(actualmente na família Sarothruridae[1])

Ralídeos (Rallidae) é uma família de aves Gruiformes que inclui as saracuras, sanãs, galinhas-d'água, pintos-d'água, frangos-d'água e carquejas. O grupo habita regiões pantanosas, margens de rios ou lagos em zonas de vegetação densa.

Várias espécies tem distribuição ampla, sendo que muitos apresentam registros fragmentados - reflexo de seus comportamentos crípticos.

Há espécies migratórias como Gallinula, Porphyrio martinica e as Fulica. Porphyrio martinica é a única espécie que sabidamente realiza migrações transatlânticas "regularmente". Aparentemente tais voos são involuntários, sendo as aves carregadas pelos ventos sobre o Atlântico meridional. Outro caso de migração transatlântica refere-se à espécie Gallinula angulata. Essa espécie foi registrada pela primeira vez no Novo Mundo no dia 10 de janeiro de 2005 no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Rio Grande do Norte. Muito provavelmente tal evento é acidental, tendo sido a ave carregada por ventos e correntes marinhas até o continente americano (Bencke et al., 2005).

Os ralídeos têm em geral pés longos terminando em dedos muito compridos que facilitam a locomoção em terrenos semi-submersos ou sobre vegetação flutuante. Algumas espécies, gênero Fulica, possuem lobos natatórios laterais em adaptação ao nado.

As asas são curtas e arredondadas; estas aves deslocam-se sobretudo em terra, mas muitas possuem excelente capacidade para nadar. Apesar disso, voam bem, mas tendem a não fazê-lo. Em geral deixam os pés pendentes ao voar (curtas distâncias). Muitas espécies endêmicas de ilhas perderam a capacidade de voar.

São bem camuflados em decorrência dos padrões de cor de suas plumagens. Por outro lado apresentam bicos e pés vivamente coloridos. Os bicos de muitas espécies é esverdeado e os pés frequentemente avermelhados. Tais cores são perdidas ou apagadas nos períodos de descanso reprodutivo.

Em alguns ralídeos ocorre a muda "em bloco" das rêmiges; perdem todas as penas das asas simultaneamente, incapacitando seu vôo.

São aves de índole inquieta, refletido no quase constante movimento de suas caudas, que é levantada verticalmente.

Muitas espécies apresentam hábitos crepusculares, passando o dia escondidas na vegetação. Tais espécies saem, em geral, à tarde, para se alimentar.

São tímidos e reclusos, traindo-se apenas pela voz.

Alimentação

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São onívoros, alimentando-se tanto de recursos vegetais (capim e brotos) quanto animais (insetos, crustáceos e mesmo pequenos vertebrados).

Espécies grandes pilham ovos de outras aves (Aramides). As carquejas (Fulica) coletam plantas no fundo de corpos d'água rasos.

Pouco se sabe sobre as cerimônias pré-nupciais da grande maioria das espécies de Rallidae, sendo que os registros são em geral feitos com animais em cativeiro.

Consta que Laterallus constrói ninhos grandes e resistentes, confeccionados de folhas e capim e em parte cobertos; uma pequena abertura lateral. Ocasionalmente afastados da água.

Ovos de cores bem variadas (amarelo, rosado ou branco) podendo ou não ser manchados. O período de incubação é de aproximadamente 16 dias em Gallinula chloropus e Porphyrio martinica; e cerca de 23 dias para Laterallus leucopyrrhus.

Filhotes usualmente cobertos por plumas negras.

Na nova taxonomia de Sibley-Ahlquist o grupo é promovido ao estado de ordem com o nome de Ralliformes.

A lista está incompleta e foca as espécies brasileiras. A ordem e nomenclatura segue as orientações do CBRO.

Referências

  1. «Rails, Crakes & Coots». IOC World Bird List (em inglês). Consultado em 14 de Setembro de 2011 
  • Bencke, G.A.; P. Ott; I. Moreno; M. Tavares and G. Caon. 2005. Old World birds new to the Brazilian territory recorded in the Archipelago of São Pedro and São Paulo, equatorial Atlantic Ocean. Ararajuba 13(1). P. 126-129.
  • Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO). 2006. Lista Primária das Aves do Brasil. Disponível em <https://web.archive.org/web/20070824212014/http://www.cbro.org.br/CBRO/index.htm>. Acesso em 23 de Setembro de 2006.
  • Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira: uma introdução. 2ª Edição

Ligações externas

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