Ranunculaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ranunculaceae | |
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Ranunculus auricomus | |
Classificação científica | |
Reino: | Plantae |
Clado: | Tracheophyta |
Clado: | Angiospermae |
Clado: | Eudicots |
Ordem: | Ranunculales |
Família: | Ranunculaceae Juss. |
Género tipo | |
Ranunculus | |
Subfamílias | |
Ranunculaceae (Ranunculáceas[2]) são uma família de plantas pertencente ao grupo das Angiospermas (plantas com flor - Divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Ranunculales.[3] Segundo o APG IV (2016), a ordem Ranunculales está no grande clado das Eudicotiledôneas e é grupo irmão de todas as demais ordens pertencentes a este clado.[4] Dentro de Ranunculales, Eupteleaceae é grupo irmão de papaveraceae e de todas as outras famílias de Ranunculales, denominadas Ranunculales nucleares (Berberidaceae, Circaeasteraceae, Lardizabalaceae, Menispermaceae, e Ranunculaceae). Dentro deste grande clado das Ranunculales nucleares, Ranunculaceae é grupo irmão de Berberidaceae.[5] As plantas desta família têm importância farmacêutica e médica, além de possuírem complexos compostos químicos, que representam importantes características taxonômicas.[6]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O nome genérico, Ranunculus,[7] vem do latim e significa «rãzinha», trata-se, portanto do diminutivo de rāna,[8] que quer dizer «rã».[2]
Foi graças a Plínio, autor e naturalista latino, que nos chegou esta etimologia,[9] Esta designação é mercê da ecologia habitual das espécies deste género de planta, que preferem as zonas húmidas, umbrosas e uliginosas, que por sinal coincidem com o habitat do anfíbio homónimo.[10]
Morfologia
[editar | editar código-fonte]Ranunculaceae consiste de plantas terrestres ou aquáticas, arbustivas, herbáceas ou lianas perenes ou anuais. Suas folhas são espiralas, simples ou compostas, estipuladas ou não. A inflorescência é um cimo ou uma flor solitária. Suas flores são bissexuais, raramente unissexuais, actinomórficas ou zigomórficas, hipoginais.[3]
O perianto é diclamídeo, com hipanto ausente. O cálice é aposépalo, com 5 a 8 partes, geralmente petalóide. A corola é apopétala, com poucas a muitas partes (raramente 0). Seus estames são livres, múltiplos, espiralados ou raramente verticilados. Suas anteras tem deiscência longitudinal, tetrasporangiadas e com duas tecas. O gineceu é apocárpico (raramente sincárpico), usualmente com 1 ou poucos pistilos/carpelos, multilocular e com ovário súpero. A placentação é marginal, apical ou basal e axilar nos grupos sincárpicos.
Seu fruto é do tipo aquênio, baga ou agregado de foliculos. A polinização é geralmente por insetos ou pelo vento.[3]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]As Ranunculáceas possuem uma distribuição cosmopolita, com cerca de 65 gêneros e 2 377 espécies.
Brasil
[editar | editar código-fonte]No Brasil, ocorrem cerca de 4 gêneros com 19 espécies, sendo 6 endêmicas. A maior parte das espécies está concentrada no Sul e Sudeste do país, porém são também encontradas na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata-Atlântica, Pampa e Pantanal. Podem se desenvolver em formações vegetais como campos de altitude, campo limpo, floresta ciliar, floresta de terra firme, floresta estacional semidecidual, floresta pluvial, vegetação aquática e até em áreas antrópicas.
Encontram-se representantes nas 5 regiões do país:
- Norte (Acre, Amazonas, Pará, Roraima)
- Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe)
- Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
- Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
Importância econômica
[editar | editar código-fonte]Muitas plantas desta família são usadas para ornamentação, como a anemone-do-Japão (Anemone japonica), a columbina (Aquilegia vulgais), os clemantis (Clematis spp.), a esporinha (Consolida ajacis), a esporinha-gigante (Delphinium elatum) e a celidônia (Ranunculus ficaria). Também são utilizadas na medicina, como a Hydrastis canadensis, e na culinária, em que as sementes de Nigella sativa são usadas como especiaria na culinária indiana e do Oriente-médio.[12]
Gêneros
[editar | editar código-fonte]- Aconitum
- Actaea
- Adonis
- Anemoclema
- Anemone
- Anemonella
- Anemonidium
- Anemonoides
- Anemonopsis
- Aquilegia
- Arcteranthis
- Asteropyrum
- Barneoudia
- Batrachium
- Beckwithia
- Beesia
- Calathodes
- Callianthemoides
- Callianthemum
- Caltha
- Ceratocephala
- Ceratocephalus
- Cimicifuga
- Clemantis
- Consolida
- Coptidium
- Coptis
- Cyrtorhyncha
- Delphinium
- Dichocarpum
- Enemion
- Eranthis
- Ficaria
- Glaucidium
- Halerpestes
- Hamadryas
- Helleborus
- Hepatica
- Hydrastis
- Isopyrum
- Knowltonia
- Krapfia
- Laccopetalum
- Leptopyrum
- Leucocoma
- Metanemone
- Miyakea
- Myosurus
- Naravelia
- Nigella
- Oreithales
- Oxygraphis
- Paraquilegia
- Peltocalathos
- Psychrophila
- Pulsatilla
- Ranunculus
- Semiaquilegia
- Shibaterantis
- Thalictrum
- Trautvetteria
- Trollius
- Urophysa
- Viorna
- Xanthorhiza.
Na classificação taxonômica de Jussieu (1789), Ranunculaceae é o nome de uma ordem botânica da classe Dicotyledones, Monoclinae (flores hermafroditas ), Polypetalae ( corola com duas ou mais pétalas) e estames hipogínicos (quando os estames estão inseridos abaixo do nível do ovário). Esta ordem no Sistema de Jussieu apresenta 24 gêneros.[13]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Pigg & DeVore 2005.
- ↑ a b Infopédia. «Ranunculáceas | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 10 de novembro de 2022
- ↑ a b c Simpson, M.G. 2010. Plant Systematics. Ed. 2. Elsevier, Amsterdam.
- ↑ APG 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181, 1–20. DOI: 10.1111/boj.12385.
- ↑ Kim et al. 2004. Phylogenetic relationship among early-diverging eudicots based on four genes: were the eudicots ancestrally woody?. Molecular Phylogenetics and Evolution 31, p. 16-30
- ↑ Cai et al. 2009. Molecular phylogeny of Ranunculaceae based on internal transcribed spacer sequences. African Journal of Biotechnology Vol. 8 (20), p. 5215-5224
- ↑ «rānuncŭlus - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 10 de novembro de 2022
- ↑ «rāna - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 10 de novembro de 2022
- ↑ Nicolini, Giacomo (1960). Enciclopedia Botanica Motta. Volume 3. Milano, Itália: Federico Motta Editore. p. 511
- ↑ Gledhill, David (2008). "The Names of Plants". Cambridge University Press. pp. 326, 328. ISBN 9780521685535
- ↑ «Detalha Taxon Publico». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 23 de dezembro de 2022
- ↑ TURNER, NJ. Counter-irritant and other medicinal uses of plants in ranunculaceae by native peoples in british columbia and neighbouring areas. Journal of Ethnopharmacology, Volume 11, Issue 2, July 1984, Pages 181-201, ISSN 0378-8741. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/0378874184900382>
- ↑ Jussieu, Antoine Laurent de (1 de janeiro de 1789). Genera plantarum: secundum ordines naturales disposita, juxta methodum in Horto Regio Parisiensi exaratam, anno M. DCC. LXXIV. (em latim). [S.l.]: Apud Viduam Herissant, typographum ... et Teophilum Barrois