Sociedade Arqueológica Lusitana – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Sociedade Arqueológica Lusitana, fundada em 1849, foi uma agremiação científica e cultural criada, sob a protecção do rei D. Fernando II, para promover uma escavação nas ruínas romanas de Tróia para a aquisição de conhecimentos sobre as antiguidades de Portugal, com proveito para a história dele.
A criação da sociedade foi promovida pelo padre Manuel de Gama Xaro, natural de Beja [1] e por João Carlos de Almeida Carvalho[2][3].
O primeiro Duque de Palmela, que visitou as ruínas de Troia a convite desses estudiosos, em 1849, foi convidado para ser protector da Sociedade, qualidade que declinou para D. Fernando II, que concedeu à Sociedade Arqueológica Lusitana a sua protecção.
Os primeiros estatutos e aprovação da Sociedade
[editar | editar código-fonte]A Associação denominada Sociedade Archeologica Luzitana, com sede na vila de Setúbal e tendo por fim «promover e efectuar uma escavação nas ruínas da antiga Cetóbriga [Troia] para a adquisição de conhecimentos sobre as antiguidades deste Paiz, com proveito para a história delle», foi aprovada junto com os seus Estatutos, por proposta de Manuel da Gama Xaro, seu Vice-Presidente, por Decreto real de 13 de março de 1850 (Cf. TT, Ministério do Reino, Livro 1272, f. 182).
Os primeiros estatutos estabeleciam os seguintes objectivos:
- «Artigo 1.º - Debaixo da protecção de Sua Majestade El-Rei o Senhor D.Fernando é criada, na Vila de Setúbal, uma sociedade denominada SOCIEDADE ARCHEOLOGICA LUSITANA.
- Artigo 2.º - O fim desta sociedade é exclusivamente promover por todos os meios ao seu alcance, e efectuar uma escavação nas ruínas da antiga Cetóbriga, e adquirir luzes e conhecimentos sobre a história, geografia e costumes antigos, de que se tenham originado os que hoje existem.
- Artigo 3.º - Formar-se-á na vila de Setúbal um museu arqueológico dos objectos que se descobrirem.»[4][5]
A primeira direcção
[editar | editar código-fonte]A primeira direcção foi constituída pelo duque de Palmela, como presidente vitalício, e pelos padre Manuel da Gama Xaro, Dr. Domingos Garcia Perez, Dr. Aníbal Álvares da Silva, Jorge Torlades O'Neill, Sebastião Pedroso Gamito e [[João Carlos de Almeida Carvalho], como secretário[6][7].
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Carvalho, J. C. d'Almeida (1896). A Sociedade Archeologica Lusitana: As Antiguidades Extrahidas das Ruinas de Troia e onde é que se acham depositadas. Lisboa: Impresso na Typographia Franco-Portugueza (Officina Lallemant)
- Carvalho, Almeida (1968). Acontecimentos, Lendas e Tradições da Região Setubalense. I. Setúbal: Junta Distrital de Setúbal
- Sociedade Arqueológica Lusitana (1859). Estatutos da Sociedade Archeologica Lusitana fundada na villa de Setubal debaixo da protecção de Sua Magestade El-Rei O Senhor D. Fernando. Lisboa: Imprensa Nacional
Notas
- ↑ Sobre Manuel da Gama Xaro ver o artigo no Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico.
- ↑ João Carlos de Almeida Carvalho foi um estudioso da história de Setúbal. Os seus trabalhos foram publicados pela Assembleia Distrital de Setúbal em Acontecimentos, Lendas e Tradições da Região Setubalense.
- ↑ Cf. notícia, de 20 de Julho de 2011, no periódico digital Setúbal na Rede.
- ↑ Grafia actualizada salvo no nome da sociedade.
- ↑ Sociedade Arqueológica Lusitana 1859
- ↑ Carvalho 1968, vol. I
- ↑ Carvalho 1896, pp. 13