Recurso compartilhado – Wikipédia, a enciclopédia livre

Na computação [en], um recurso compartilhado ou um compartilhamento de rede, é um recurso de computador [en] disponibilizado, a partir de um host[a], para outros hosts[a] em uma rede de computadores.[1][2] É um dispositivo ou peça de informação em um computador que pode ser acessado, remotamente a partir de outro computador, de forma transparente como se fosse um recurso na máquina local. O compartilhamento de rede é possibilitado pela comunicação entre processos na rede.[2][3]

Alguns exemplos de recursos compartilháveis são programas de computador, dados, dispositivos de armazenamento [en] e impressoras. Por exemplo, o acesso a arquivo compartilhado (também conhecido como compartilhamento de disco e compartilhamento de pasta), o acesso a impressora compartilhada, o acesso a scanner compartilhado, etc. O recurso compartilhado é chamado de disco compartilhado, pasta compartilhada ou documento compartilhado.

O termo compartilhamento de arquivos tradicionalmente significa acesso a arquivos compartilhados, especialmente no contexto de sistemas operacionais e serviços de rede de área local (R.Á.L.)[b] e Intranet[c], por exemplo, na documentação do Windows da Microsoft.[4] No entanto, como o BitTorrent e aplicativos semelhantes se tornaram disponíveis no início dos anos 2000, o termo compartilhamento de arquivos tornou-se cada vez mais associado ao compartilhamento de arquivos ponto a ponto através da Internet.

Protocolos e sistemas de arquivos comuns

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O acessos compartilhados a arquivos e impressoras requerem sistemas operacionais nos clientes que suportem os acessos aos recursos em servidores, sistemas operacionais nos servidores que suportem os acessos aos seus recursos a partir dos clientes, protocolos de compartilhamento de arquivos da camada de aplicações (nas quatro ou cinco camadas do modelo de referência do protocolo de controle de transmissão (P.C.T.) e do protocolo de Internet (P.I.)[d] e protocolos da camada de transporte para fornecerem esses acessos compartilhados. Os sistemas operacionais modernos para computadores pessoais incluem sistemas de arquivos distribuídos que suportam compartilhamento de arquivos, enquanto dispositivos de computação portáteis às vezes requerem software adicional para acesso a arquivos compartilhados.

Os sistemas de arquivos e protocolos mais comuns são:

Sistemas operacionais primários Protocolos de aplicação Protocolos de transporte
  • Sistemas operacionais do Mac [en]
  • NetWare da Novell (servidor)
  • Sistema operacional de disco da Microsoft (S.O.D. Ms.[j])
  • Windows (cliente)
  • Protocolo principal do NetWare (P.P.N.[o]) [en]
  • Protocolo de publicidade de serviços (P.P.S.[p]) [en]

Na coluna "sistemas operacionais primários" estão os sistemas operacionais nos quais os protocolos de compartilhamento de arquivos em questão são mais comumente usados.

No Windows da Microsoft, um compartilhamento de rede é fornecido pelo componente de rede do Windows "Compartilhamento de arquivos e impressoras para redes Microsoft", usando o protocolo de bloco de mensagem de servidor (B.M.S.)[e] da Microsoft. Outros sistemas operacionais também podem implementar esse protocolo; por exemplo, o Samba[s] é um servidor, que utiliza o bloco de mensagem de servidor (B.M.S.)[e], executado em sistemas operacionais do tipo Unix e alguns outros sistemas operacionais que não são Sistema operacional de disco da Microsoft (S.O.D. Ms.[j])/Windows, como o Sistema de memória virtual aberto (S.M.V. aberto)[t]. O Samba[s] pode ser usado para criar compartilhamentos de rede que podem ser acessados, usando o bloco de mensagem de servidor (B.M.S.[e]), a partir de computadores executando o Windows da Microsoft. Uma abordagem alternativa é um sistema de arquivos de disco compartilhado [en], onde cada computador tem acesso ao sistema de arquivos "nativo" em uma unidade de disco compartilhada.

O acesso a recursos compartilhados também pode ser implementado com Autoria e versionamento distribuídos baseado na Web (A.V.D.Web.)[u].

Convenção de nomenclatura e mapeamento

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Os compartilhamentos podem ser acessados por computadores clientes por meio de alguma convenção de nomenclatura, como a convenção de nomenclatura universal/uniforme (C.N.U.)[v] usada em computadores pessoais (C.P.[w] com Sistema operacional de disco (S.O.D.)[x] e Windows. Isso implica que um compartilhamento de rede pode ser endereçado de acordo com o seguinte:

\\Nome do computador servidor\Nome do compartilhamento

onde Nome do computador servidor é o nome no Serviço de nomes na Internet do Windows (S.N.I.W.[y]) [en], ou o nome no Sistema de nomes de domínio (S.N.D.)[z], ou o endereço de protocolo de Internet (P.I.)[aa] do computador servidor e Nome do compartilhamento pode ser uma pasta ou nome de arquivo ou seu caminho. A pasta compartilhada também pode receber um Nome de compartilhamento diferente do nome local da pasta no lado do servidor. Por exemplo, \\Nome do computador servidor\c$ geralmente denota uma unidade com a letra de unidade C: em uma máquina Windows.

Uma unidade ou pasta compartilhada geralmente é mapeada no computador pessoal (C.P.[w]) cliente, o que significa que recebe uma letra de unidade [en] no computador pessoal (C.P.[w]) local. Por exemplo, a letra da unidade H: normalmente é usada para o diretório inicial do usuário em um servidor de arquivos central.

Questões de segurança

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Um compartilhamento de rede pode se tornar uma deficiência de segurança quando o acesso aos arquivos compartilhados é obtido (muitas vezes por meios tortuosos) por aqueles que não deveriam ter acesso a eles. Muitos vermes de computador[ab] se espalharam por meio de compartilhamentos de rede. Os compartilhamentos de rede consumiriam ampla capacidade de comunicação no acesso à rede sem banda larga. Por causa disso, o acesso compartilhado a impressoras e arquivos é normalmente proibido em firewalls de computadores fora da rede de área local (R.Á.L.)[b] ou da Intranet[c] corporativa. No entanto, por meio de redes privadas virtuais (R.P.V.)[ac], os recursos compartilhados podem ser disponibilizados com segurança para usuários certificados fora da rede local.

Um compartilhamento de rede normalmente é disponibilizado para outros usuários marcando qualquer pasta ou arquivo como compartilhado ou alterando as permissões do sistema de arquivos ou os direitos de acesso nas propriedades da pasta. Por exemplo, um arquivo ou pasta pode ser acessível apenas a um usuário (o proprietário), aos administradores do sistema, a um determinado grupo de usuários ou ao público, ou seja, a todos os usuários com sessões iniciadas. O procedimento exato varia de acordo com a plataforma.

Nas edições de sistemas operacionais para residências e pequenos escritórios, pode haver uma pasta pré-compartilhada especial acessível a todos os usuários com uma conta de usuário e senha no computador local. O acesso, à pasta pré-compartilhada a partir da rede, pode ser ativado. Na versão em inglês do sistema operacional Windows XP home edition, a pasta pré-compartilhada é denominada Shared documents (Documentos compartilhados), normalmente com o caminho C:\Documents and Settings\All users\Shared documents. No Windows Vista e no Windows 7, a pasta pré-compartilhada é denominada Public documents (Documentos públicos), geralmente com o caminho C:\Users\Public\Public documents.[6]

Topologia de grupo de trabalho ou servidor centralizado

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Em redes domésticas e de pequenos escritórios, uma abordagem descentralizada [en] é frequentemente usada, onde cada usuário pode disponibilizar suas pastas e impressoras locais para os outros. Às vezes, essa abordagem é designada como topologia de rede de grupo de trabalho [en] ou ponto a ponto, pois o mesmo computador pode ser usado como cliente e também como servidor.

Em grandes redes corporativas, normalmente são usados servidores de arquivos ou servidores de impressão centralizados, às vezes denominado paradigma cliente-servidor. Os processos clientes nos computadores locais dos usuários tomam a iniciativa de iniciar as comunicações, enquanto os processos servidores nos servidores de arquivos ou nos computadores remotos dos servidores de impressão esperam passivamente pelas solicitações para iniciarem as sessões de comunicação.

Em redes muito grandes, as abordagens de redes de áreas de armazenamento (R.Á.A.)[ad] podem ser usadas.

O armazenamento online[ae] em um servidor fora da rede local é atualmente uma opção, especialmente para redes domésticas e de pequenos escritórios.

Comparação com a transferência de arquivos

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O acesso a arquivos compartilhados não deve ser confundido com a transferência de arquivos usando o protocolo de transferência de arquivos (P.T.A.)[af] ou o protocolo de troca de objetos (Tr.Ob.)[ag] através da associação de dados infravermelha (A.D.Iv.)[ah] Bluetooth. O acesso compartilhado envolve a sincronização automática de informações de pasta sempre que uma pasta é alterada no servidor e pode fornecer pesquisa de arquivo do lado do servidor, enquanto a transferência de arquivo é um serviço mais rudimentar.[7]

O acesso a arquivos compartilhados é normalmente considerado como um serviço de rede área local (R.Á.L.[b]), enquanto o protocolo de transferência de arquivos (P.T.A.[af]) é um serviço de Internet.

O acesso a arquivos compartilhados é transparente para o usuário, como se fosse um recurso no sistema de arquivos local e oferece suporte a um ambiente multiusuário. Isso inclui o controle de simultaneidade [en] ou o bloqueio [en] de um arquivo remoto, enquanto um usuário o está editando, e permissões do sistema de arquivos.

Comparação com a sincronização de arquivos

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O acesso a arquivos compartilhados envolve, mas não deve ser confundido com a sincronização de arquivos [en] e a sincronização de outras informações. A sincronização de informações com base na Internet pode, por exemplo, usar a linguagem Linguagem de marcação de sincronização (L.M.Sinc.)[ai]. O acesso a arquivos compartilhados é baseado no envio de informações de pasta pelo lado do servidor e normalmente é usado em um soquete de Internet "sempre ligado". A sincronização de arquivos permite que o usuário fique desligado [aj] de tempos em tempos e normalmente é baseada em um software de agente que pesquisa as máquinas sincronizadas na reconexão e, às vezes, repetidamente com um determinado intervalo de tempo, para descobrir diferenças. Os sistemas operacionais modernos geralmente incluem um cache local de arquivos remotos, permitindo acesso desligado [aj] e sincronização quando reconectados.

  1. a b um computador que medeia acesso múltiplo aos bancos de dados nele montados ou fornece outros serviços a uma rede de computadores.
  2. a b c do inglês L.A.N.local area network
  3. a b uma rede de comunicações local ou restrita, especialmente uma rede privada criada usando software da rede mundial de computadores (world wide web).
  4. do inglês T.C.P./I.P.transmission control protocol/Internet protocol
  5. a b c d e f do inglês S.M.B.server message block
  6. do inglês A.F.P.Apple filing protocol
  7. a b c d do inglês T.C.P.transmission control protocol
  8. a b c do inglês U.D.P.user datagram protocol
  9. do inglês N.F.S.network file system
  10. a b c do inglês Ms.-D.O.S.Microsoft disk operating disc
  11. do inglês C.I.F.S.common Internet file system
  12. do inglês Net.B.I.O.S. over T.C.P/.I.P.network basic input and output system over transmission control protocol/Internet protocol
  13. do inglês N.B.F.Net.B.I.O.S. frames
  14. do inglês Net.B.I.O.S.network basic input and output system
  15. do inglês N.C.P. NetWare core protocol
  16. do inglês S.A.P. - service advertising protocol
  17. do inglês S.P.X.sequenced packet exchange
  18. do inglês I.P.X.Internetwork packet exchange
  19. a b O nome Samba vem de S.M.B.server message block, o nome do protocolo proprietário usado pelo sistema de arquivos de rede do Windows da Microsoft.
  20. do inglês Open V.M.S.Open virtual memory system
  21. do inglês Web.D.A.V.Web-based distributed authoring and versioning
  22. do inglês U.N.C.universal/uniform naming convention
  23. a b c do inglês P.C.personal computer
  24. do inglês D.O.S.disk operating system
  25. do inglês W.I.N.S.Windows Internet name service
  26. do inglês D.N.S.domain name system
  27. do inglês I.P.Internet protocol
  28. do inglês worm – um programa autorreplicante capaz de se propagar através de uma rede, normalmente tendo um efeito prejudicial.
  29. a b do inglês V.P.N. – virtual private network
  30. do inglês S.A.N.storage area network
  31. controlado por ou conectado a outro computador ou a uma rede.
  32. a b do inglês F.T.P.file transfer protocol
  33. do inglês Ob.Ex.object exchange
  34. do inglês Ir.D.A.infrared data association
  35. do inglês Sync.M.L.synchronization markup language
  36. a b do inglês off-line – enquanto não for diretamente controlado ou conectado a um computador ou rede externa.
  37. do inglês N.A.S.network-attached storage
  1. Padlipsky, Michael A. (setembro de 1982). A perspective on the A.R.P.A.Net. reference model (em inglês). Força-tarefa de engenharia da Internet (F.T.E.I.). doi:10.17487/RFC0871Acessível livremente. Solicitação de comentários (S.D.C.) 871. Consultado em 15 de dezembro de 2013 
  2. a b Walden, David C. (julho de 1970). A note on interprocess in a resource sharing computer network (em inglês). Força-tarefa de engenharia da Internet (F.T.E.I.). doi:10.17487/RFC0061Acessível livremente. Solicitação de comentários (S.D.C.) 61. Consultado em 15 de dezembro de 2013 
  3. Walden, David C. (agosto de 1970). A system for interprocess communication in a resource sharing computer network (em inglês). Força-tarefa de engenharia da Internet (F.T.E.I.). doi:10.17487/RFC0062Acessível livremente. Solicitação de comentários (S.D.C.) 62. Consultado em 15 de dezembro de 2013 
  4. «File and printer sharing in Windows Vista». Technet da Microsoft (em inglês). 14 de maio de 2007 
  5. «Apple shifts from A.F.P. file sharing to S.M.B.2 in OS X 10.9 Mavericks». AppleInsider (em inglês). Quiller media, Inc. 
  6. Katy Ivens (2007). Networking for dummies (em inglês) 4ª ed. [S.l.: s.n.] p. 121. Sugere o termo "pasta pré-compartilhada". 
  7. «Share files across cloud storage» (em inglês)