Região Autônoma do Sul do Sudão (2005–2011) – Wikipédia, a enciclopédia livre
حكومة جنوب السودان Ḥukūmatu Janūbi s-Sūdān Região Autônoma do Sul | ||||
Região autônoma parte do Sudão | ||||
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Brasão
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Mapa mostrando Sul do Sudão (vermelho) no Sudão (marrom escuro). | ||||
Continente | África | |||
Capital | Juba | |||
Governo | Região autônoma | |||
Presidente | ||||
• 2005 | John Garang | |||
• 2005–2011 | Salva Kiir Mayardit | |||
História | ||||
• 9 de Julho de 2005 | Fundação | |||
• 9 de Julho de 2011 | Independência | |||
Área | ||||
• 2008 | 619 745 km2 | |||
População | ||||
• 2008 est. | 8 260 490 | |||
Dens. pop. | 13,3 hab./km² |
Sul do Sudão (em árabe: حكومة جنوب السودان Ḥukūmatu Janūbi s-Sūdān) foi uma região autônoma, composta por dez estados do sul do Sudão entre a sua formação em julho de 2005 e a independência como República do Sudão do Sul em julho de 2011. O governo autônomo foi inicialmente estabelecido em Rumbek e mais tarde mudou-se para Juba. Fez fronteira com a Etiópia, a leste; Quênia, Uganda e República Democrática do Congo ao sul; e República Centro-Africana ao oeste. Ao norte encontrava-se a região predominantemente árabe e muçulmana diretamente sob o controle do governo central. O estatuto de autonomia da região foi uma condição para um acordo de paz entre o Movimento/Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA/M) e o governo do Sudão representado pelo Partido do Congresso Nacional terminando a Segunda Guerra Civil Sudanesa. O conflito foi a mais longa guerra civil da África.[1]
História
[editar | editar código-fonte]O Egito, sob o governo do quediva Ismail Paxá, primeiramente tentou colonizar a região na década de 1870, estabelecendo a província de Equatória na porção sul. O primeiro governador do Egito foi Samuel Baker, comissionado em 1869, seguido por Charles George Gordon em 1874 e por Emin Paxá em 1878. A Guerra Mahdista da década de 1880 desestabilizou a província nascente, e Equatória deixou de existir como um posto avançado egípcio em 1889. Assentamentos importantes em Equatória incluíram Lado, Gondokoro, Dufile e Wadelai. Em 1947, as esperanças britânicas para juntar a parte sul do Sudão com Uganda foram frustradas pela Conferência de Juba, unificando o norte e o sul do Sudão.
Guerra civil
[editar | editar código-fonte]A região foi afetada por duas guerras civis após a independência do Sudão - o governo sudanês lutou contra o exército rebelde Anya Nya de 1955 a 1972 na Primeira Guerra Civil Sudanesa e, em seguida, contra o Exército/Movimento Popular de Libertação do Sudão na Segunda Guerra Civil Sudanesa por quase 21 anos após a fundação do grupo em 1983 - resultando em negligência grave, falta de desenvolvimento infraestrutural e grande destruição e deslocamento. Mais de 2,5 milhões de pessoas foram mortas e mais de cinco milhões foram deslocadas externamente, enquanto outras foram deslocadas internamente, tornando-se refugiados como resultado da guerra civil e os impactos relacionados com a guerra.
Acordo de paz e autonomia
[editar | editar código-fonte]Em 9 de janeiro de 2005, um tratado de paz foi assinado em Nairóbi, Quênia, terminando a Segunda Guerra Civil Sudanesa e restabelecendo a autonomia do sul.[2] John Garang, então líder do Exército/Movimento Popular de Libertação do Sudão, comemorou o tratado, prevendo que "este acordo de paz mudará o Sudão para sempre."[3] O tratado previa um referendo sobre a independência do Sudão do Sul, que se realizaria em 9 de janeiro de 2011, seis anos após a assinatura inicial. Também dividiu o rendimento do petróleo uniformemente entre o Norte e o Sul
A aplicação da lei sharia continuou no norte de maioria muçulmana, enquanto que no sul do Sudão, sua autoridade foi transferida para a assembleia eleita. O Sul do Sudão, em última instância, rejeitou a aplicação da lei sharia.[4] No final de 2010, o presidente sudanês, Omar al-Bashir anunciou que, se o Sul do Sudão votasse pela independência, o Sudão adotaria totalmente a sharia como base para a legislação[5]
O presidente Salva Kiir Mayardit e o Exército Popular de Libertação do Sudão contestaram os resultados do censo sudanês de 2008, que reivindicou que o Sul do Sudão contabilizava por 21 por cento da população. O Exército Popular de Libertação do Sudão insistiu que o Sul do Sudão incluía mais perto de um terço da população nacional e que os sul-sudaneses tinham sido contados regressivamente.[6]
Referendo para a independência (2011)
[editar | editar código-fonte]Um referendo sobre a independência do Sul do Sudão decorreu entre 9 e 15 de janeiro de 2011. Os resultados preliminares divulgados pela Comissão do Referendo no Sul do Sudão em 30 de janeiro de 2011 indicaram que 98% dos eleitores selecionaram a opção de "separação", com 1% de selecionando "unidade"[7]. O Sul do Sudão tornou-se um país independente em 9 de julho de 2011, uma data estabelecida pelo Tratado de Naivasha.[8] Em 31 de janeiro de 2011, o vice-presidente do Sudão Ali Osman Taha declarou a "aceitação" do governo sudanês dos resultados do referendo.[9] Em 23 de janeiro de 2011, os membros de um comitê diretivo na governação pós-independência afirmou a jornalistas que depois da independência o território seria nomeado República do Sudão do Sul "por familiaridade e conveniência." Outros nomes que tinham sido considerados foram Azânia, República do Nilo, República de Cuxe e até mesmo Juwama, um amálgama para Juba, Wau e Malacal, três grandes cidades.[10]
Estados e condados
[editar | editar código-fonte]O Tratado de Naivasha concedeu ao governo do Sul do Sudão autoridade sobre três províncias históricas (Bar-El-Gazal, Equatória e Alto Nilo), que anteriormente desfrutou de uma autonomia como Região Autônoma do Sul do Sudão entre 1972 e 1983. Não incluía Montes Nuba, Abiei e Nilo Azul. Abiei iria realizar um referendo sobre a adesão ao Sudão do Sul ou a permanência sob o controle sudanês, ao mesmo tempo que os Montes Nuba (Cordofão do Sul em conjunto) e Nilo Azul seriam obrigados a realizar "consultas populares".
O governo autônomo tinha autoridade sobre as seguintes regiões e estados do Sudão:
Os dez estados foram subdivididos em 86 condados.
Área de Abiei
[editar | editar código-fonte]Abiei é uma região situada na fronteira entre o sul do Sudão e norte do Sudão do Sul que é reivindicada por ambos os lados. A região iria realizar um referendo sobre a adesão ao sul ou a parte norte remanescente, ao mesmo tempo que o referendo sobre a independência do sul, mas este foi adiado. Como parte do Tratado de Naivasha, uma Área de Administração de Abiei foi criada em 31 de agosto de 2008.[11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- República do Sudão do Sul, estado independente formado em 9 de julho de 2011.
- Região Autônoma do Sul do Sudão (1972–1983), região autônoma que existiu entre 1972 e 1983.
Referências
- ↑ Fisher, Jonah (23 de outubro de 2005). «South Sudan gets new government». BBC News, United Kingdom
- ↑ «Historic Sudan peace accord signed». CNN. 9 de janeiro de 2005
- ↑ «Quotes from Sudan peace treaty signing ceremony». Sudan Tribune. 9 de janeiro de 2005
- ↑ Cohen, Reut (15 de Julho de 2009). «Sharia Law in Sudan»
- ↑ «Omar al-Bashir: northern Sudan will adopt sharia law if country splits». The Guardian. 19 de dezembro de 2010
- ↑ «Discontent over Sudan census». News24. 21 de Maio de 2009
- ↑ Results for the Referendum of Southern Sudan | Southern Sudan Referendum 2011
- ↑ «Sudan deal to end Abyei clashes». BBC News. 14 de janeiro de 2011
- ↑ Sudan says accepts south secession vote: Vice President -Reuters
- ↑ Kron, Josh (23 de janeiro de 2011). «Southern Sudan Nears a Decision on One Matter: Its New Name». The New York Times
- ↑ Sudan - World Statesmen.org
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Southern Sudan Autonomous Region (2005–11)».