Retirante – Wikipédia, a enciclopédia livre
Retirante é o termo que se refere à pessoa ou grupo que abandona a sua terra por causa da seca e da miséria em busca de uma localidade que lhe dê melhores condições de vida. Foi amplamente usado no Brasil para se referir a nordestinos que migravam para as grandes cidades do Sul–Sudeste brasileiro, fugindo das secas. Pejorativamente, o retirante é denominado «pau de arara».[nota 1][1][2]
A condição de retirante é uma das três categorias importantes que, na literatura do Ciclo de Secas, do sertão brasileiro, ou mais especificamente, da seca, impõe-se à população do Nordeste brasileiro. As outras duas posições são a do cangaceiro e a do beato, como descrito no Pequeno dicionário de literatura brasileira:
A seca, porém, impõe três posições importantes: o homem se lança ao crime e se torna cangaceiro; emigra pacificamente e é chamado retirante; ou então procura, em práticas supersticiosas, aplacar a fúria de Deus e se transforma em beato — sai pregando ou seguindo um pregador rústico, a fazer sacrifícios, autoflagelando-se e acaba matando ou roubando em nome de Deus.— Pequeno dicionário de literatura brasileira[3]
Os retirantes provêm de classes sociais menos favorecidas e procediam principalmente do interior do Nordeste, região do polígono das secas.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas e referências
Notas
- ↑ Originalmente, «pau de arara» é o caminhão que transporta retirantes do Nordeste brasileiro, geralmente rumo a estados do Sul e do Sudeste do País.[1]
Referências
- ↑ a b Editores do Aulete (2008). «Verbete «pau de arara»». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 15 de julho de 2017
- ↑ Altair J. Aranha (2002). Dicionário brasileiro de insultos. [S.l.]: Atelie Editorial. 363 páginas. ISBN 9788574800783
- ↑ Moisés Massaud (1999). Pequeno dicionário de literatura brasileira 5.ª ed. [S.l.]: Cultrix