Revolta de Brunei – Wikipédia, a enciclopédia livre

Revolta de Brunei
Data 8-17 de Dezembro de 1962
Local Brunei
Desfecho Decisiva vitória da Comunidade Britânica
Beligerantes
Reino Unido Reino Unido
Malásia Malásia
Brunei Brunei
Partido Popular de Brunei
Indonésia Indonésia
Comandantes
General Nigel Poett Yassin Affandi, A.M. Azahari

É conhecido como Revolta de Brunei uma rebelião do povo de Brunei contra os colonos britânicos realizada em 8 de dezembro de 1962.[1] Foi liderada por Azahari, chefe do partido Rayaart ou Rakyat (Partido Popular), que alegou ter o apoio do Sultão Omar Ali Saifuddien III, uma reivindicação aparentemente falsa.[2] Durante a revolução, Azahari fugiu para as Filipinas, um país instigador da mesma; a razão é que as Filipinas reivindicavam a parte norte de Bornéu, território histórico do Império Espanhol, e foi, portanto, contrária que essa região fosse integrada à Malásia.[1]

A revolta eclodiu depois que o sultão Omar concordou em fundir Brunei com a Federação da Malásia, que então também controlava Singapura. O Rayaart, que possuía 16 de 33 deputados no legislativo, não concordava, pois sua intenção era criar um novo estado com as províncias malaias de Sabah e Sarawak, separado da Península Malaia. A revolta que se seguiu, motivada por este partido e de natureza popular, obteve o apoio de governos anticolonialistas de Singapura e da Indonésia.[3]

Os rebeldes iniciaram ataques coordenados na cidade petrolífera de Seria (visando as instalações petrolíferas da Royal Dutch Shell) e em delegacias de polícia e instalações do governo em torno do protetorado.

Com a ajuda das tropas britânicas[1] a revolta foi frustrada, seus líderes condenados e o Rayaart dissolvido, no entanto o Sultão Omar decidiu não integrar Brunei a Malásia. Este havia sido um dos principais objetivos prosseguidos pelos rebeldes, juntamente com a participação popular na administração e o fim do poder autocrático. A decisão não foi uma consequência direta da revolta, mas tinha a ver com as condições do tratado, que forneceu menos poder para o sultão e a partilha dos recursos petrolíferos no país.[3]

Finalmente, a revolta foi uma das causas de um futuro confronto entre a Indonésia e a Malásia, pois havendo feito pensar que o governo indonésio, liderado por Achmed Sukarno, que a criação da Federação da Malásia era impopular, abrigou a intenção de unir toda a ilha de Bornéu para seu país..[4]

Referências

  1. a b c Doré, Francis (1997). Los regímenes políticos en Asia. [S.l.]: Siglo XXI. p. 109. ISBN 9682306655 
  2. W.S. Southmayd (1962). Revista Visión. Vol. 24. [S.l.: s.n.] 
  3. a b Instituto del tercer Mundo (2008). Guía del mundo 2009. [S.l.]: IEPALA. pp. 141–142. ISBN 9788467532258 
  4. Calvocoressi, Peter; y Seoane Sueiro, Susana (1999). Historia política del mundo contemporáneo. [S.l.]: Akal. p. 474. ISBN 8446010089