Ricardo Melo – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ricardo Melo | |
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Ocupação | jornalista |
Ricardo Pereira de Melo, também conhecido como Ricardo Melo, é um jornalista brasileiro.
Na juventude, estudou Economia na Universidade de São Paulo, tendo sido presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu e participado do Diretório Central dos Estudantes Livre da USP. Nessa época, militava e era um dos quadros mais destacados do Bureau Político da Organização Socialista Internacionalista, de inspiração trotskista, e de seu braço estudantil, a tendência Liberdade e Luta.[1] Por conta de sua atividade política, foi vigiado, detido e interrogado pelo regime militar que vigorava à época.[1]
Jornalista de profissão, atuou em diversos meios. Na mídia impressa, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na mesma Folha, foi sucessivamente editor adjunto de Mundo, secretário assistente de Redação, articulista da coluna São Paulo, editor de Opinião, repórter especial e editor da Primeira Página durante cinco anos. Foi também responsável pela unificação das plataformas impressa e eletrônica do jornal e produtor da TV Folha. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Nas mídias online, trabalhou no Jornal da Lilian, no Portal Terra.[2]
Diretor de Jornalismo da EBC desde agosto de 2015, Ricardo Melo foi nomeado presidente dessa empresa pública de comunicação pela presidente Dilma Rousseff no dia 3 de maio de 2016.[2] A nomeação acabou por gerar certa polêmica pelo fato de ter ocorrido apenas nove dias antes da chefe de Estado vir a ser afastada de seu cargo no desenrolar do processo de impeachment que acabaria por retirá-la em definitivo do poder.
Com a posse de Michel Temer ainda na condição de presidente interino, o governo federal decidiu pela remoção de Ricardo Melo e sua substituição por Laerte Rimoli, jornalista conhecido por suas posições mais conservadoras. Rímoli, na ocasião, era o braço direito da área de comunicação do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, artífice do impeachment da então presidenta Dilma Roussef [3][4] . Cunha se encontra preso sob diversas acusações de corrupção. A decisão de afastar Ricardo Melo atentava contra a independência da EBC, contrariando seu estatuto que previa mandato de quatro anos para seu presidente e não permitia ingerência direta do Executivo Federal sobre o Conselho Curador da empresa, instância que o governo também pretendia extinguir.[5] Diante de tal situação, Ricardo Melo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e, em junho de 2016, obteve do ministro Dias Toffoli uma liminar que o reconduzia ao cargo.[6][7]. Acossado pelo governo Temer, que considerava estratégico o cargo de presidente da EBC, Toffoli virou alvo de ataques em várias áreas. Decidiu recuar depois que a revista Veja publicou capa acusando o escritório de sua mulher de negócios suspeitos.[8] Sob pressão, resolveu ceder e então derrubou a própria liminar no dia 8 de setembro de 2016. Desde julho de 2017, Ricardo Melo é âncora do programa Contraponto na rádio Trianon de SP, compartilhado por portais como Jornalistas Livres, O Cafezinho e rádio Timbira do Maranhão. Como professor convidado, ministrou curso na Unicamp sobre Técnicas do Jornalismo e Novas Mídias no primeiro semestre de 2018. Colabora também com portais de notícias na mídia eletrônica.
Referências
- ↑ a b Mirza Pellicciotta (2012). «Liberdade e luta: considerações sobre uma trajetória política». Tese de Doutorado
- ↑ a b «Ricardo Melo é o novo presidente da EBC». EBC Agência Brasil. 3 de maio de 2016
- ↑ «Temer nomeia Laerte Rimoli novo presidente da EBC». IstoÉ. 20 de maio de 2016
- ↑ «"Sem Globo, Brasil seria Venezuela": As "pérolas" do novo presidente da EBC nas redes sociais». Revista Brasileiros. 21 de maio de 2016. Arquivado do original em 24 de outubro de 2016
- ↑ «Conselho Curador se manifesta contra mudanças na direção da EBC». EBC Agência Brasil. 14 de maio de 2016
- ↑ «Toffoli anula exoneração de chefe da EBC e governo decide recorrer». Folha de S. Paulo. 2 de junho de 2016
- ↑ «Temer manda rever decisão assinada por Maia e reconduz Ricardo Melo à presidência da EBC». Revista Brasileiros. 2 de setembro de 2016. Arquivado do original em 24 de outubro de 2016
- ↑ «Toffoli cassa liminar e Ricardo Melo deixa presidência da EBC; Rimoli reassume». EBC Agência Brasil. 8 de setembro de 2016