Rua Escura – Wikipédia, a enciclopédia livre
PORTO Rua Escura | |
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Rua Escura | |
Freguesia(s): | Sé |
Lugar, bairro: | Sé |
Início: | Rua da Bainharia |
Término: | Avenida de D. Afonso Henriques |
Comprimento: | 75 m |
Abertura: | antes de 1301 (1.ª menção documentada) |
Designação anterior: | Rua Nova; Rua de Nossa Senhora do Ferro |
Rua Escura | |
Toponímia do Porto |
A Rua Escura é um arruamento na freguesia da Sé da cidade do Porto, em Portugal.
Origem do nome
[editar | editar código-fonte]Não se conhece documentação que justifique a escolha do nome atual do arruamento, documentado pela primeira vez, com esta designação, em 1404. Aventa-se a hipótese de se dever ao caráter sombrio da rua, cujas pequenas casas contrastavam com os vistosos edifícios vizinhos da Sé e da Casa da Câmara.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Correndo junto às parede norte da Muralha Primitiva, o arruamento é documentado pela primeira vez em 1301 como Rua Nova, adotando o nome atual um século mais tarde, como é testemunhado num documento do cabido, datado de 1404, que refere expressamente "Rua Escura que antigamente chamavam Rua Nova". Esta mudança toponímica deverá estar relacionada com a abertura, por iniciativa de D. João I, de uma nova "Rua Nova" (depois Rua Formosa, mais tarde Rua Nova dos Ingleses e hoje Rua do Infante D. Henrique).[2]
A Rua Escura já se encontrava calcetada nos fins da Idade Média e aqui esteve localizado o Recolhimento de Nossa Senhora do Ferro. Por este motivo a artéria foi também designada, na Época Moderna, como "Rua de Nossa Senhora do Ferro". Um documento da Misericórdia, datado de 1743, chama-lhe mesmo "Rua do Ferro". O Recolhimento do Ferro saiu da Rua Escura e mudou-se em 1757 para as Escadas do Codeçal, na zona da Lada.[2]
Sensivelmente em frente do Recolhimento do Ferro ficava o cárcere da Inquisição no Porto, instalada em 1541 por ordem de D. João III, que disso incumbiu o bispo D. Frei Baltasar Limpo. Em carta endereçada ao monarca em 1542, o bispo informa ter já 40 encarcerados. O primeiro (e, até se julga saber, único) auto-de-fé realizado no Porto teve lugar em 11 de fevereiro de 1543, tendo sido queimados quatro condenados.[2]
Na Rua Escura localizava-se também a antiga Casa da Câmara, também conhecida por "Casa dos Vinte e Quatro, assim como a Fonte da Rua Escura ou de São Sebastião. Em 1940, aquando das remodelações urbanas da zona do Terreiro da Sé, a fonte foi transferida para a parte superior do Largo do Dr. Pedro Vitorino, tendo sido reconstruída encostada à base do Terreiro da Sé, voltada ao portal do Seminário Maior do Porto. A fonte está classificada como Imóvel de Interesse Público por decreto de 1938. Também a Capela do Senhor dos Passos, que ainda hoje se ergue na Rua Escura, um pouco a montante da Casa da Câmara, foi também objeto de classificação, como Imóvel de Interesse Público em 1976.[2]
Referências
- ↑ Assunção, Diogo Sousa (2010). «Idade Média. A sociedade». O Morro da Sé (PDF). Reflexões de um passado para o futuro. Porto: Universidade Fernando Pessoa. p. 32. 120 páginas[ligação inativa]
- ↑ a b c d «ESCURA (R.)». Câmara Municipal do Porto
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FREITAS, Eugénio de Andreia da Cunha e. Toponímia portuense. Matosinhos: Contemporânea Editora, 1999, 356 pp. ISBN 972-8305-67-2
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Rua Escura». no Google Street View
- «R. Escura (CMP)». www.cm-porto.pt