Rua do Loureiro – Wikipédia, a enciclopédia livre
PORTO Rua do Loureiro | |
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Freguesia(s): | União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória (Porto) |
Lugar, bairro: | Baixa do Porto |
Início: | Praça de Almeida Garrett |
Término: | Rua Chã e Rua de Cimo da Vila |
Comprimento: | 200 m |
Designação anterior: | Rua dos Carros (sec. XIII) e Rua das Freiras de São Bento (sec. XVI)
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Toponímia do Porto |
A Rua do Loureiro é um arruamento situado na União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, originalmente na Freguesia da Sé da cidade do Porto, em Portugal. É uma artéria antiga e conhecida ao lado da Estação de São Bento.
Origem do nome
[editar | editar código-fonte]Segundo Germano Silva, o atual nome da Rua do Loureiro aparece em 1744 mas não se sabe porquê, se provem de nome de alguém ou da árvore com o mesmo nome. É um enigma como tantos outros da toponímia portuense.[1] O que não há dúvida é que se trata de uma das mais antigas ruas do Porto. Também não é de excluir a hipótese da existência de casas de bebidas (“tascos”) tão comuns no Porto que costumavam exibir à porta um ramo de loureiro, sinal de bom vinho
História
[editar | editar código-fonte]Esta rua do centro histórico do Porto já existia no sec. XIII com o nome de Rua dos Carros devido a ser usada pelos carros de bois que passavam com carregamentos para entrar e sair da cidade pela porta oriental, ou Porta do Sol, a única porta da muralha que o permitia na altura. No sec. XVI D. Manuel manda construir o Mosteiro de São Bento de Avé-Maria para concentrar nesse mosteiro as freiras de vários pequenos mosteiros do norte a fim de as freiras estarem mais protegidas de assaltos e certamente para aproveitamento dos recursos que assim ficavam concentrados num só.[2]
Este mosteiro de Ave Maria vai ser construído nos terrenos do bispo (na horta do bispo). Esta artéria passa assim a ser chamada de Rua das Freiras de São Bento. O mosteiro recebe várias rendas para sustento das freiras e uma delas são os foros e dizimas pagos pelas casas da Rua do Loureiro (das Freiras de S.Bento).
D. Manuel I manda também abrir a Rua (de Santa Catarina) das Flores para dar melhor acesso à Ribeira e nessa rua passa a haver muitos ourives de ouro e joelharia. A Rua do Mouzinho ainda não existia. Na Rua do Loureiro localizaram-se os ourives de prata. Era pois uma rua digna e rica. Se compararmos as janelas e varandas das duas ruas vemos que são semelhantes.
Nos anos 50 e 60 do século passado na Rua do Loureiro passavam muitas pessoas e uma grande percentagem de padres que iam e vinham da Sé e da Batalha, pois era o caminho mais direto do centro e da estação de São Bento para lá. A rua era bem frequentada e aí existiam casas comerciais importantes como a Agência Abreu, a Casa das Balanças, o Café Astória, a Farmácia Barros, a Ourivesaria Cunha (agora Pastelaria A Serrana) e outras. Na Casa Teixeira, estabelecimento de Arte Sacra paravam frequentemente padres que “faziam horas” para irem para o comboio.
Com a abertura da Av. Da Ponte (Av. D.Afonso Henriques) a Rua do Loureiro perdeu importância e muitas firmas mudaram para outras artérias da cidade. Contudo, continua a ser uma rua notável na cidade pela sua história, pela sua arquitetura e arte típica do barroco portuense. Duas grandes referencias tem esta rua: o mosteiro (de freiras) e a Estação Ferroviária de São Bento no passado e no presente. Famosa é a imagem de origem inglesa desta rua na antiga nota de cem escudos, 100$00, de Camilo Castelo Branco.
A Rua do Loureiro ainda chegou a conhecer algum fulgor comercial nas décadas de 70 e 80, devido à concentração de lojas especializadas em equipamentos eletrónicos como rádios, auto-rádios, televisores, etc; quando ainda não havia centros comerciais tais como os conhecemos atualmente. Note-se por exemplo a fundação da Rádio Popular em 24 de março de 1977 logo ali ao lado, na Rua Chã.
Hoje, é predominantemente uma zona de comércio de asiáticos, vindos muitas vezes das antigas colónias, que negoceiam em diversos produtos, desde relógios a panos, artesanato, rádios, televisões e artigos desportivos. Um local diferente da cidade, mas pacífico.
Pontos de interesse
[editar | editar código-fonte]- Estação Ferroviária de São Bento (Ferroviária) e respetivos painéis de azulejo.
- Estação de Metro de São Bento concebida pelo Arquiteto Álvaro Siza Vieira.
- Painel estilo arte nova de Acácio Lino na atual Pastelaria Serrana, localizada quem sobe à direita.
- Esculturas de José de Oliveira Ferreira também na atual Pastelaria Serrana.
- "Maiores Bolas de Berlim do Porto", na Pastelaria Serrana.
- Casa Arcozelo, especializada em queijos e mercearia fina, localizada quem sobe à direita.
Acessos
[editar | editar código-fonte]- Estação Ferroviária de São Bento (Ferroviária)
- Estação de Metro de São Bento
- Linhas Autocarro dos STCP ZH, 200, 202, 207, 301, 303, 305, 500, 900, 901, 904, 905 e 906.
Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Rua do Loureiro». no Google Street View.
- «História da Agência Abreu»
- «Noticia sobre Pastelaria Serrana»
- «Informação sobre Pastelaria Serrana no site Visit Porto»
- «Página do Pintor Acácio Lino no sitio dos antigos estudantes da Universidade do Porto»
- «Página do Escultor José de Oliveira Ferreira no sitio dos antigos estudantes da Universidade do Porto»