Seleção Uruguaia de Rugby Union – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rugby
Uruguai Flag of Uruguay.svg
Alcunhas Los Teros
Informações
Confederação Unión de Rugby del Uruguay
Treinador Argentina Esteban Meneses
Resultados
Primeiro jogo  Chile 21 - 3  Uruguai
(02/06/1948)
Maior vitória  Paraguai 6 - 102  Uruguai
(14/05/2012)
Pior derrota  África do Sul 134 - 3  Uruguai
(11/06/2005)
Mundial de Rugby
Participações 3 (Primeira vez em 1999)
Melhor resultado 1ª fase (Todas)

A Seleção Uruguaia de Rugby Union é a seleção que representa o Uruguai no rugby union mundial. É composta, em sua maioria, por jogadores amadores, mas já existem alguns uruguaios atuando no rugby union profissional europeu. Seus jogadores são apelidados de Los Teros ("os quero-queros"), pássaro comum do país e presente no distintivo. Inicialmente, a ave era outra, o uru, para coincidir com o órgão responsável pelo esporte no país, a Unión de Rugby del Uruguay (U.R.U.).[1]

O Uruguai é tradicionalmente a segunda maior força do rugby union sul-americano, depois da Argentina (Los Pumas). Só os uruguaios, como os argentinos, também já foram campeões do Sul-Americano de Rugby Union.[2] Os dois países também são os únicos da América do Sul que já conseguiram classificar-se à Copa do Mundo de Rugby Union.[3] O jogador mais velho da história das Copas do Mundo deste esporte é uruguaio: Diego Ormaechea, que atuou com 40 anos de idade na edição de 1999, a primeira do Uruguai.

O esporte começou a ser praticado no país em meados do século XIX, pelo pioneiro Montevideo Cricket Club, que é reconhecido como mais antigo clube de rugby da América do Sul e o oitavo mais antigo do mundo.[4][5] O Montevideo Cricket, pioneiro também no futebol uruguaio, chegou a ser convidado para participar do torneio da Unión de Rugby de Buenos Aires, criado em 1899.[6] Em 1945, foi novamente convidado pelos argentinos para disputar o primeiro campeonato provincial de rugby no país vizinho. Somente em 1950 é que ocorreu o primeiro jogo de rugby entre dois clubes uruguaios, contra o Carrasco Polo Club.[5] No ano seguinte é que a U.R.U. foi institucionalizada,[7] com seu primeiro presidente sendo Charlie Cat, sócio do Montevideo Cricket.[5]

Historicamente, seu uniforme consiste em camisa celeste com golas brancas e detalhes na manga também em branco, calça branca e meias celestes. No início da década de 1970, foram mais usadas calças e meias na cor preta, utilizada também nos detalhes na camisa que antes eram em branco, mudanças que voltaram a ser efetivadas a partir de 1995 até hoje.[8]

Los Teros já venceram alguns campeonatos de menor expressão, incluindo alguns torneios na categoria seven a side e o Sul-Americano de 1981. Foi a edição que não contou com participação da Argentina, a seleção dominante do rugby union no continente e que venceu todas as demais 33 edições - os argentinos resolveram não participar pois na mesma época receberiam pela primeira vez a visita da seleção inglesa.[2] Na campanha, o Uruguai venceu o Paraguai por 54-14, o Brasil por 77-0 e o Chile por 33-3.[9]

O Uruguai teve duas aparições em Copa do Mundo, nos mundiais de 1999 e 2003. Em ambas, foi eliminado na primeira fase e venceu apenas um jogo. O personagem uruguaio principal nos torneios foi o oitavo Diego Ormaechea, que no primeiro, aos 40 anos de idade, tornou-se o mais velho jogador, estreante, capitão e marcador de try da história da competição;[10][11][12][13] e, no segundo, foi o técnico do selecionado.[14] Ormaechea era o único remanescente do único título sul-americano dos Teros, em 1981, embora, ainda muito jovem, só tenha sido titular em um dos três jogos, contra o Brasil (77-0, com dois tries dele).[9]

Outros jogadores célebres são o ponta Roberto Canessa, que atuou entre 1971-79 pela seleção, Gustavo Zerbino (que atuou como ponta, centro e asa), que competiu nos Sul-Americanos de 1973 e 1977, e o pilar Antonio Vizintín, que competiu no de 1975 e no vitorioso de 1981.[8] Os três eram integrantes do time Old Christians Club que sobreviveram à queda do Voo Força Aérea Uruguaia 571 nos Andes, em 1972, tragédia cujas condições impuseram aos sobreviventes a prática de canibalismo. Canessa foi um dos dois sobreviventes que se resolveram se arriscar a caminhar pelas montanhas até encontrar ajuda, o que conseguiram após dez dias. Palestrante motivacional,[15] ele tornou-se em 1980 o único uruguaio incluído na primeira convocação dos Jaguares, a seleção da América do Sul utilizada para excursões à África do Sul na década de 1980.[16]

O quero-quero (tero, em espanhol) é o animal que representa a equipe uruguaia.

Desempenho em Copas do Mundo

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Ano Desempenho Jogos Vitória Empate Derrota
1987 Não participou
1991 Não Classificado
1995 Não Classificado
1999 Primeira fase 3  Espanha  África do Sul  Escócia
2003 Primeira fase 4 Geórgia  Inglaterra  África do Sul  Samoa
2007 Não Classificado
2011 Não Classificado
2015 Primeira fase 4  País de Gales  Austrália  Fiji  Inglaterra
2019 Classificado

Referências

  1. REGULES, Ceibal (dezembro 2008). 1951 - Torneo ABCU (Argentina, Brasil, Chile y Uruguay). Todos somos Teros - Bitácora del Rugby Celeste. Montevidéu: Ediciones de la Plaza, p. 11
  2. a b BRANDÃO, Caio (7 de setembro de 2012). «Histórias dos Pumas – Parte III: O começo na elite». Futebol Portenho. Consultado em 18 de março de 2014 
  3. BRANDÃO, Caio (29 de setembro de 2012). «História dos Pumas – Parte V: O primeiro sucesso mundial». Futebol Portenho. Consultado em 18 de março de 2013 
  4. «Montevideo Cricket, el club más antiguo del país». La Red 21. 9 de junho de 2003. Consultado em 18 de março de 2014 
  5. a b c «HISTORIA DEL MVCC». Montevideo Cricket Club. Consultado em 18 de março de 2014 
  6. BRANDÃO, Caio (9 de agosto de 2012). «145 anos do primeiro clube de futebol da Argentina (e da América): o Buenos Aires Football Club». Futebol Portenho. Consultado em 18 de março de 2014 
  7. REGULES, Ceibal (dezembro 2008). Un largo recorrido. Todos somos Teros - Bitácora del Rugby Celeste. Montevidéu: Ediciones de la Plaza, pp. 7-8
  8. a b REGULES, Ceibal (dezembro 2008). Todos somos Teros - Bitácora del Rugby Celeste. Montevidéu: Ediciones de la Plaza, 336 p. ISBN 978-9974-48-158-9
  9. a b REGULES, Ceibal (dezembro 2008). 1981 - 11º Sudamericano. Todos somos Teros - Bitácora del Rugby Celeste. Montevidéu: Ediciones de la Plaza, pp. 96-101
  10. «Oldest appearance». ESPN Scrum. Consultado em 2 de abril de 2013 
  11. «Oldest appearance on debut». ESPN Scrum. Consultado em 2 de abril de 2013 
  12. «Oldest appearance as a captain». ESPN Scrum. Consultado em 2 de abril de 2013 
  13. «Oldest tryscorer». ESPN Scrum. Consultado em 2 de abril de 2013 
  14. «Historia». Unión de Rugby del Uruguay. Consultado em 2 de abril de 2013. Arquivado do original em 3 de maio de 2012 
  15. «Biography». Roberto Canessa. Consultado em 19 de março de 2014 
  16. MASCHWITZ, Eduardo ZAGO (1998). 100 Años de la Unión Argentina de Rugby - 1899 - 1999. 1980 - SIC, pero acosado, Los Jaguars y Fidji. Buenos Aires: Manrique Zago Ediciones, pp. 139-141

Ligações externas

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