Senha – Wikipédia, a enciclopédia livre
Senha, palavra-passe, palavra-chave ou password[1] é uma palavra ou código secreto previamente convencionado entre as partes como forma de reconhecimento. Em sistemas de computação, senhas são amplamente utilizadas para autenticar usuários e conceder-lhes privilégios — para agir como administradores de um sistema, por exemplo ou permitir-lhes o acesso a informações personalizadas armazenadas no sistema.
Uma das referências mais antigas conhecidas ao uso de senhas é o incidente xibolete, narrado do Antigo Testamento.[2] Senhas já eram usadas na Roma Antiga. Na computação, foram usadas pela primeira vez nos anos 60, no MIT, quando pesquisadores construíram um grande computador de tempo compartilhado.[3]
O uso de senhas é o método mais comum usado para provar a identidade de alguém ao acessar sites, contas de email e o próprio computador. Seu uso é, normalmente associado, a um nome de usuário.[4]
Muitas instituições adotam políticas de senhas com o objetivo de aumentar a segurança das senhas utilizadas. Políticas de senhas são conjuntos de regras que definem como devem ser feitas as combinações de palavras, números e/ou símbolos para constituírem uma senha aceitável.[5]
História
[editar | editar código-fonte]Senhas, ou palavras-sentinelas, são usadas desde os tempos antigos. Políbio descreveu o sistema de distribuição de palavras-sentinela da seguinte maneira:
A maneira que eles garantem a distribuição segura da palavra-sentinela para a noite é a seguinte: do décimo manípulo de cada classe de infantaria e cavalaria, o manípulo que estiver acampado na parte mais baixa da rua, um homem é escolhido para ser dispensado do serviço de sentinela e ele aguarda todo dia, ao pôr-do-sol na tenda do tribuno, e, recebendo dele a palavra-sentinela, que é uma placa de madeira com a palavra nela inscrita, retorna a seu quartel e, com a presença de testemunhas, passa a placa para o comandante do próximo manípulo, quem, por sua vez, deve passar ao comandante do manípulo seguinte. Todos fazem o mesmo até chegar ao primeiro manípulo que está acampado mais próximo as tendas do tribuno. Estes últimos devem devolver a placa aos tribunos antes de escurecer. Desta maneira, se todas as placas distribuídas retornarem, o tribuno sabe que a palavra-sentinela foi repassada a todos os manípulos e fez todo o caminho de volta a si. Se alguma delas não retorna, ele faz um inquérito imediatamente e, pelas marcas de identificação das placas, pode dizer qual delas não retornou e ao responsável, seja quem for, são aplicadas as punições devidas.[6]
O uso militar de senhas evoluiu para incluir não somente senhas, mas senhas e contrassenhas. Por exemplo, nos primeiros dias da Batalha da Normandia, paraquedistas da 101a Divisão Aerotransportada dos EUA usaram a senhas flash que era apresentada como senha e a resposta correta era thunder. A senha e respectiva contrassenha eram alteradas a cada três dias. Paraquedistas estadunidenses usaram um aparelho que se tornou famoso conhecido como cricket no Dia D no lugar de uma senha como um sistema temporário de identificação. Um click metálico emitido como senha deveria ser respondido com dois cliques metálicos como contrassenha.[7]
Senhas tem sido usadas em computadores desde os primeiros dias da computação. O CTSS do MIT, um dos primeiros sistemas de tempo compartilhado, foi criado em 1961. Ele tinha um comando LOGIN que pedia uma senha do usuário: Após digitar o comando PASSWORD, o sistema desliga seu sistema de impressão de modo que o usuário possa digitar sua senha com privacidade.[8] No início dos anos 70, Robert Morris desenvolveu um sistema de armazenamento de senhas em formato hash para integrar o sistema operacional Unix. O sistema tinha por base uma simulação de um rotor criptográfico Hagelin, e apareceu pela primeira vez na 6a edição do Unix em 1974. Uma versão posterior do algoritmo, conhecida como crypt(3), usava sal de 12 bits e chamava 25 vezes uma versão modificada do algoritmo DES para reduzir o risco de ataques de dicionário pré-calculados.[9]
Senha compartilhada
[editar | editar código-fonte]É a senha em que o indivíduo compartilha com outras pessoas, colegas de trabalho, cônjuge, etc. A senha pode ser utilizada em hospitais para o atendimento dos pacientes. Senhas compartilhadas também estão presentes nas fechaduras elétricas que são liberadas com senha.
Referências
- ↑ Amílcar Caffé (19 de fevereiro de 1998). «Password é igual a senha». Consultado em 21 de maio de 2014
- ↑ Lennon, Brian (3 de maio de 2010). «The long history, and short future, of the password» (em inglês). The Conversation. Consultado em 11 de dezembro de 2018
- ↑ McMillan, Robert (27 de janeiro de 2012). «The World's First Computer Password? It Was Useless Too» (em inglês). Wired. Consultado em 11 de dezembro de 2018
- ↑ «Passwords» (em inglês). Get Safe Online. Consultado em 11 de dezembro de 2018
- ↑ Starr, Rob (2 de agosto de 2017). «Follow These 20 Password Policy Best Practices to Keep Your Company Secure» (em inglês). Small Business Trends. Consultado em 11 de dezembro de 2018
- ↑ «Polybius on the Roman Military» (em inglês). Ancienthistory.about.com. 13 de abril de 2012. Consultado em 11 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2008
- ↑ Bando, Mark (2007). 101st Airborne: The Screaming Eagles in World War II (em inglês). [S.l.]: Mbi Publishing Company. ISBN 978-0-7603-2984-9. Consultado em 20 de maio de 2012. Cópia arquivada em 2 de junho de 2013
- ↑ CTSS Programmers Guide, 2a Ed (em inglês). [S.l.]: MIT Press. 1965
- ↑ Morris, Robert; Thompson, Ken (3 de abril de 1978). «Password Security: A Case History.» (em inglês). Bell Laboratories. Consultado em 24 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 10 de março de 2016
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Cartilha de Segurança para Internet – Contas e senhasAcessado em 26 de Agosto de 2012.