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Serra de Gredos
Serra de Gredos
Localização da Serra de Gredos e do Sistema Central ibérico
Localização
Coordenadas 40° 15' N 5° 13' O
Localização províncias de Ávila, Cáceres e Toledo
País(es) Espanha
Sopé 400 a 1 200 m
Subsistemas Sistema Central
Características
Altitude máxima Pico Almançor, 2 592 m
Cumes mais altos Pico Almançor, El Torozo, Pico La Galana, Cabeza Nevada
Comprimento 120
Geologia Granito
Mapa do Parque Regional da Serra de Gredos

A Serra de Gredos (em castelhano: Sierra de Gredos) é uma cordilheira no centro da Península Ibérica, situada entre as províncias espanholas de Ávila, Cáceres e Toledo, cujo ponto mais alto, na província de Ávila, na divisão entre os municípios de Zapardiel de la Ribera e Candeleda, é o pico Almançor, com 2 592 m.[nt 1]

A cordilheira está classificada como parque regional (um tipo de área protegida espanhola) e é uma dos subsistemas montanhosos mais extensos do Sistema Central ibérico, composto de cinco vales fluviais: Alto Tormes, Alto Alberche, Tiétar Oriental, Tiétar Ocidental e La Vera, e Vale do Ambroz.

Em volta dos seus maciços graníticos situam-se quatro comunidades autónomas: Castela e Leão, Estremadura, Castela-Mancha e Madrid. Estende-se desde San Martín de Valdeiglesias a leste, a Hervás a oeste, ao longo de aproximadamente 120 km; e do vale do Tormes a norte, até ao vale do Tiétar, junto a Madrigal de la Vera e Candeleda, a sul, ao longo de aproximadamente 30 km.

O seu relevo agreste serviu de refúgio à tribo celta mais meridional, os vetões, e a outros rebeldes históricos, como El Empecinado, no início do século XIX, ou os maquis (guerrilheiros antifranquistas) em meados do século XX.

A serra divide-se em três setores: o oriental, até à falha do Puerto del Pico, próximo de Cuevas del Valle, o central, até à falha de Plasencia e Puerto de Tornavacas, junto à localidade do mesmo nome, e o ocidental, até ao vale do Ambroz e a Serra de Béjar.

Setor oriental

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Levanta-se pelo sul sobre a falha norte do Tiétar, sobre os sedimentos terciários da fossa com aquele nome. O limite norte do horst (maciço tectónico) estrutura-se sobre um sistema de fracturas orientadas a nordeste, como é o caso da falha do Burguillo, próxima de El Tiemblo, a oeste e a oeste-noroeste, como a falha de Navaluenga, à qual o rio Alberche adapta o seu curso. Os cumes mais destacados neste setor são:

  • Alto del Mirlo 1 770 m
  • Gamonosa 1 993 m (Casavieja)
  • Lanchamala 1 999 m (Piedralaves)
  • El Torozo 2 025 m
  • Risco de Miravalles 2 010 m
  • Risco del Artuñero 2 011 m
  • Cabezo de Mijares 2 190 m (Mijares)

Setor central

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A Serra de Gredos vista desde o Puerto de Peñanegra, na Serra de Villafranca

A oeste da falha do Puerto del Pico eleva-se o Alto Gredos. O horst de Gredos prolonga a sua escarpa elevada sobre a fossa do rio Tiétar. O bordo meridional do horst adapta-se à falha orientada a nordeste, desde Candeleda a Arenas de San Pedro, no extremo oriental, e depois à ribeira de Minchones.

No extremo norte do horst prolongam-se a estruturas de Gredos oriental, constituídas pelas falhas orientadas tendencialmente a este-oeste, às quais se adapta o leito do Tormes.

Entre Gredos central, a Serra de Villafranca e a Serra de La Serrota surgem duas depressões , a do rio Tormes e a de Navadijos (cabeceira do rio Alberche), separadas pela Serra da Pedra Aguda (ou bloco de Miguel Muñoz), perto de Navarredonda de Gredos.

Limitado por estas depressões tectónicas, o maciço do Alto Gredos é um sistema de blocos quase exclusivamente graníticos, vigorosamente levantados e sensivelmente inclinados para norte, ou seja, em direção aos vales altos do Tormes e do Alberche. A vertente sul é uma enorme escarpa ao longo de uma falha que se ergue sobre a região de La Vera com acentuadíssima inclinação. A vertente norte apresenta-se como um extenso plano inclinado, correspondente à superfície de nivelamento anterior à deslocação e elevação.

Vertente sul do Pico Almançor, o mais alto da Serra de Gredos.
Aldeanueva de la Vera no sopé da Serra de Gredos.

No setor central encontra-se o Circo glaciar de Gredos.

Os cumes mais altos deste setor são:

  • Morezón 2 393 m
  • Risco de las Hoyuelas 2 318 m
  • El Enano 2 315 m
  • La Campana
  • Cuchillar de los Cerraillos 2 364 m
  • Los Tres Hermanitos 2 277 m
  • El Perro que fuma 2 342 m
  • El Casquerazo 2 437 m
  • Cuchillar de las Navajas
  • Almançor 2 592 m
  • Cerro de los Huertos 2 474 m
  • Muesca de la Galana
  • Pico La Galana 2 564 m
  • Risco del Gutre
  • Risco Negro 2 295 m
  • Canchal de la Galana
  • La Mira 2 343 m
  • Cabeza Nevada 2 433 m

Sector ocidental

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Este setor situa-se entre o Puerto de Tornavacas, junto à localidade do mesmo nome, e o corredor de Béjar-Hervás. O seu ponto mais alto é o Canchal de la Ceja, a 2 430 m de altitude.

Ver artigo principal: Flora da Serra de Gredos

Observa-se uma variação vegetal, intimamente relacionada com a altitude: azinheira (Quercus ilex, Quercus ilex rotundifolia ou Quercus rotundifolia), castanheiro (Castanea sativa), amieiro (Alnus glutinosa), tramazeira (Sorbus aucuparia), bétula (Betula), choupo (Populus), salgueiro (Salix) e carvalho-negral (Quercus pyrenaica), substituído em algumas áreas por pinheiro (Pinus). Nas zonas mais altas predomina o matagal de piornos (Cytisus purgans), zimbro-rasteiro (Juniperus communis) e diversas variedades de camomila-romana (Chamaemelum nobile).[1]

Merendera montana (noselha)
Genciana-de-turfeiras (Gentiana pneumonanthe, genciana de pantano)
Níveis de vegetação
Nível Altitude (m)
Azinheira 300-500
Carvalho-negral 550-1800
Piornos 1800-2300
Prados de montanha 2300-2592

No nível mais alto só se encontram plantas de pequeno porte que se adaptaram às duras condições da alta montanha.

As principais espécies animais são:

Cabra-montês de Gredos (Capra pyrenaica victoriae)

Geomorfologia

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A sistematização mais completa da morfologia glaciar na vertente norte foi realizada por Martínez de Pisón, E, y Muñoz Jiménez, J. Para estes autores, durante o Quaternário existiram 16 glaciares em direção ao leito do Tormes, a maior parte deles orientados para norte, embora alguns importantes estivessem orientados para oeste-noroeste. Os circos glaciares situam-se a aproximadamente 1 800 m e as línguas teem entre um e os quase 6 km de comprimento do maior, o glaciar de Bohoyo. Os depósitos frontais mais baixos encontram-se entre os 1 400 e 1 500 m. Nas vertentes setentrionais da Serra de Barco de Ávila, esporão ocidental da de Gredos, as características do glaciarismo são similares às anteriores, com percursos mais curtos (entre 2 e 3 km) e depósitos frontais entre os 1 300 e 1 500 m, segundo cartografia de Pedraza y López.

Nas cabeceiras elevadas das gargantas, pode observar-se a morfologia glaciar crionival e torrencial mais desenvolvida de todo o centro da Península Ibérica, existindo áreas que apresentam um relevo de aspeto verdadeiramente alpino, único no Sistema Central. Tal é o caso das áreas que circunda o Pico Almançor, incluindo, na vertente norte os troços superiores das gargantas[nt 2] de Gredos, El Pinar e Bohoyo, e na vertente sul a de Alardos, Lóbrega e Blanca.

A Serra de Gredos está catalogado no panorama nacional espanhol como zona de alta montanha. Por isso mesmo, quem a pretende subir precisa de ser muito precaucioso, quer no inverno quer no verão. Acima dos 2 000 m a temperatura no inverno pode oscilar entre os 0 e os -5 °C, sendo a neve uma constante, sobretudo a partir de dezembro e até abril.

Encosta sul da Serra de Gredos desde Oropesa (Toledo)

Notas

  1. Grande parte do texto foi inicialmente baseado na tradução do artigo «Sierra de Gredos» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
  2. O termo garganta em espanhol aplica-se tanto como sinónimo de desfiladeiro (canhão) como regato ou torrente de montanha.

Referências

  1. Luceño Garcés, Modesto (1998). Flores de Gredos (em espanhol). Ávila: Caja de Ávila. ISBN 84-930203-0-3 
  • Martínez de Pisón, E.; Muñoz Jiménez, J. (1972). Observaciones sobre la morfología del Alto Gredos (em espanhol). Madrid: Estudios Geográficos 
  • Pedraza, J. de; López, J. (1980). Gredos. Geología y glaciarismo (em espanhol). Madrid: [s.n.] 
  • Alonso Otero, F.; Arenillas Parra, M.; Sáenz Ridruejo, C. (1982). La morfología glaciar en las montañas de Castilla la Vieja y León (em espanhol). Burgos: Consejo General de Castilla y León. ISBN 84-300-6572-5 
  • Muñoz Jiménez, J.; Sanz Herráiz, C. (1995). Las Montañas. Guía Física de España (em espanhol). Madrid: Alianza Editorial. ISBN 84-206-0750-9 

Ligações externas

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