Chapada do Araripe – Wikipédia, a enciclopédia livre

Chapada do Araripe
Chapada do Araripe
Vista da Chapada do Araripe a partir do seu sopé no Crato, no Ceará
Localização
Localização Ceará
Pernambuco
Piauí
País  Brasil
Localidades mais próximas Exu-PE e Crato-CE
Características
Altitude máxima 1004[1] m
Comprimento Sentido (L-O) 178 km
Largura Sentido (N-S) 58 km
Era geológica Mesozóico
Mapa hipsométrico da chapada
Mapa hipsométrico da chapada

A Chapada do Araripe é um acidente geográfico e sítio paleontológico localizado na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, no Brasil.[2] A chapada abriga uma floresta nacional (1946), uma área de proteção ambiental (1997) e um geoparque (2006).[3]

"Araripe" deriva do tupi antigo ararype, que significa "no rio das araras" (arara, arara + 'y, rio + pe, em).[4]

Características

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A Chapada do Araripe é uma feição geomorfológica alongada na direção Leste-Oeste, de topo plano mergulhante suavemente para oeste e limitada por escarpas erosivas e íngremes, sendo uma expressão fisiográfica da Bacia do Araripe.[5] O empilhamento de rochas sedimentares dessa grande estrutura que se destaca no Nordeste do Brasil, juntamente com as bacias de Almada, Camamu, Recôncavo, Tucano, Jatobá, Sergipe, Alagoas e Gabão, registra em detalhes a história da separação do Supercontinente Gondwana, no período Jurássico, no que viria a se tornar os continentes Sul-Americano e Africano.[6]

Existem dois tipos principais de solo: latossolo e sedimentar. O primeiro, oriundo do período cretáceo, é rico em fósseis. Uma equipe do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro já pesquisou o sítio paleontológico e descobriu diversas espécies de dinossauros, tais como Santanaraptor placidus, Angaturama limai, Irritator e Mirischia asymmetrica. Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos, existindo várias fontes de água espalhadas por toda a área da chapada.

A fauna local é composta por diversas espécies de répteis, insetos e mamíferos. Já foram catalogadas 290 espécies de aves presentes no livro.[7] Destaca-se o soldadinho-do-araripe, ave que corre risco de extinção e que é encontrada somente na região da floresta do Araripe.

A vegetação predominante é de cerradão. Existem faixas de transição que apresentam traços de mata atlântica, cerrado e caatinga

Interferência antrópica

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Muitas cidades ocupam áreas da chapada, provocando forte impacto no ambiente. Parte considerável da mata original foi desmatada ou destruída por queimadas. O forte potencial econômico da chapada é bastante explorado por indústrias que, muitas vezes, não tomam o cuidado de zelar pelo desenvolvimento sustentável. As principais riquezas exploradas são as minas de gesso e calcário, além do extrativismo vegetal, que explora principalmente piqui, carnaúba, mandioca e frutas.

Referências

  1. sinageo.org.br. «MAPEAMENTO DE UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DO ARARIPE» (PDF). 9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 
  2. Rosiane Limaverde. «OS REGISTROS RUPESTRES DA CHAPADA DO ARARIPE, CEARÁ, BRASIL» (PDF). Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri 
  3. Amancio Calland Sales Costa; Francisco Idalécio de Freitas; Maria Helena Hessel. «ESTUDOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS - GEOTOPES DO GEOPARK ARARIPE» (PDF) 
  4. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 545.
  5. «Bacia do Araripe - 05/2007 - Boletim de Geociências da Petrobras» (PDF). www.petrobras.com.br. Consultado em 7 de maio de 2022 
  6. «A contribution to regional stratigraphic correlations of the Afro-Brazilian depression – The Dom João Stage (Brotas Group and equivalent units – Late Jurassic) in Northeastern Brazilian sedimentary basins - 04/2011 - Journal of South American Earth Sciences». www.sciencedirect.com. Consultado em 7 de maio de 2022 
  7. Aves da Chapada do Araripe
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