Sulfadiazina de prata – Wikipédia, a enciclopédia livre

Sulfadiazina de prata

Sulfadiazina de prata é um fármaco com efeito bacteriostático[1], derivado das sulfamidas de uso tópico (uso externo) historicamente utilizado como um creme tópico para o tratamento de queimaduras de segundo e terceiro grau.[2] Atua impedindo o aparecimento de uma vasta gama de bactérias e leveduras na pele danificada. Estudos têm demonstrado que aumenta o tempo de cicatrização de modo que deixou de ser recomendado. Somente é vendido com retenção de receita médica.

Sulfadiazina de prata é tipicamente fornecido na forma de 1% de creme ou suspensão aquosa. As marcas incluem Silverex, Silvadene (uma marca genérica), Silvederma, Silvazine, Flamazine, Thermazene, SSD [3] e Dermazine.

CONTRAINDICAÇÕES

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Devido à possibilidade aumentada de Kernicterus (potencializado pelas Sulfonamidas) o seu uso não é recomendado, em caso de: gravidez a termo, crianças prematuras e recém-natos nos dois primeiros meses de vida. O seu uso deve ser cuidadosamente observado em pacientes que apresentam hipersensibilidade às Sulfas e aos demais componentes da formulação. Por existirem poucos dados sobre a sua passagem pelo leite materno, também não é recomendado em mulheres que estejam amamentando. Este medicamento é contraindicado para menores de 2 meses de idade. Este medicamento é contraindicado para mulheres grávidas nos últimos três meses de gestação. Categoria B de risco na gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado em mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.[4]

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

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A sulfadiazina de prata possui uma atividade antimicrobiana bastante ampla. É bactericida para uma grande variedade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, bem como algumas espécies de fungos (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, algumas espécies de Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Candida albicans). Há dados bibliográficos suficientes para demonstrar que a sulfadiazina de prata possui ação sobre bactérias comumente resistentes a outros agentes antimicrobianos tópicos e que o composto é superior à sulfadiazina pura, bem como ao nitrato de prata . A atividade antimicrobiana da sulfadiazina de prata é mediada pela reação do íon prata com o DNA microbiano, o que impede a replicação bacteriana. Além disto, age sobre a membrana e parede celulares, promovendo o enfraquecimento destas, com consequente rompimento da célula por efeito da pressão osmótica. Estudos de farmacocinética demonstram que os níveis séricos de Prata e de Sulfadiazina estão relacionados com a extensão e espessura da ferida, e a quantidade de material aplicado, sendo que estes níveis encontram-se muito abaixo dos considerados tóxicos. Estudos experimentais indicam que a absorção da sulfadiazina de prata na pele normal ou com lesões de queimaduras superficiais ou profundas é ínfima. Na aplicação tópica de sulfadiazina de prata, a Prata é liberada lentamente ao redor da ferida, sendo que mais de 99% dos íons Prata permanecem nesta região. A sulfadiazina de prata parece estar presente somente na porção superficial da escara e em torno de alguns apêndices epidérmicos, com muito pouco nas camadas mais profundas . Tais observações têm sido atribuídas à formação de um albuminato de prata a partir da albumina presente na área queimada ou pela formação de complexos de prata com grupos sulfidrila das fibras elásticas abundantes na área cicatricial. Como a absorção através do tecido queimado é muito baixa, a distribuição tecidual foi mensurada após injeção subcutânea de suspensão de sulfadiazina de prata, observando-se maior concentração no fígado e baço e níveis relativamente baixos no cérebro. Como sugerido pelo padrão de distribuição da sulfadiazina de prata, o componente Prata é excretado pela via hepatobiliar e a Sulfadiazina por eliminação renal. Isto tem sido confirmado por estudos em ratos que receberam doses subcutâneas de suspensão de sulfadiazina de prata. A Prata é excretada principalmente nas fezes e a Sulfadiazina predominantemente na urina, sendo que a eliminação da Prata acontece numa taxa bem mais lenta do que a do componente Sulfadiazina.

POSOLOGIA E MODO DE USAR

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Após a limpeza da lesão, aplicar uma camada de Sulfadiazina de prata 1% creme uma vez ao dia. Fazer um curativo com gaze. Caso a lesão seja muito exsudativa (líquido que sai da ferida), aplicar o creme uma segunda vez ao dia, posteriormente o excesso pode ser retirado com uma compressa de gaze ou algodão. Utilizar Sulfadiazina de prata 1% até a cicatrização da ferida. Não deve ser aplicado na região dos olhos.

Referências

  1. Rossi, Lídia Aparecida; Andrade, Denise de; Ferreira, Enéas; Ragonha, Alessandra Cristina Olhan (agosto de 2005). «Evaluación microbiológica de coberturas con sulfadiazina de plata al 1%». Revista Latino-Americana de Enfermagem (em espanhol). 13 (4): 514–521. ISSN 0104-1169. doi:10.1590/S0104-11692005000400009 
  2. Fisher NM, Marsh E, Lazova R (2003). «Scar-localized argyria secondary to silver sulfadiazine cream». J. Am. Acad. Dermatol. 49 (4). pp. 730–2. PMID 14512929 
  3. http://www.drugs.com/mtm/ssd.html This source names Silvadene, SSD, SSD AF, Thermazene
  4. «Consultas - Agência Nacional de Vigilância Sanitária». consultas.anvisa.gov.br. Consultado em 17 de outubro de 2024