Superior-geral da Companhia de Jesus – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Superior-Geral da Companhia de Jesus é um religioso eleito pela Congregação Geral para governar toda a Ordem dos Jesuítas em caráter vitalício, conforme as Constituições da Companhia. O Padre Geral, como é comumente conhecido, reside na Cúria Generalícia em Roma.
O Prepósito-Geral dos jesuítas é por vezes alcunhado de Papa Negro, dado o seu poder e sua batina negra.
Apesar do cargo ser vitalício, o Papa pode acolher a renúncia do Superior-Geral, como foi o caso de Pedro Arrupe, afetado por um derrame em 1981 e que foi substituído em 1983.
Congregação Geral da Ordem em 2008
[editar | editar código-fonte]O Prepósito-Geral, Peter Hans Kolvenbach que tinha sido eleito a 13 de setembro de 1983 e completou 80 anos em 2008, pediu permissão ao Papa Bento XVI para apresentar renúncia na Congregação Geral da Ordem em 2008, que foi aceite em 14 de janeiro.
A 35.ª congregação geral teve início no dia 5 de Janeiro de 2008 e decorreu na Cúria Geral de Roma, em Itália.
Foi eleito como novo líder religioso Adolfo Nicolás, no dia 18 de janeiro pelos 218 delegados com direito a voto, após quatro dias de oração. O voto foi pela primeira vez electrónico.
O novo prepósito-geral foi eleito vitaliciamente, em respeito pela constituições dos jesuítas. Tal significa que só voltará a haver uma nova eleição em caso de falecimento, doença grave ou em caso de desistência devidamente justificada.
Congregação Geral da Ordem em 2016
[editar | editar código-fonte]A Companhia de Jesus realizou, a partir de 3 de outubro de 2016, na Cúria Geral, em Roma, a 36.ª Congregação Geral para eleger um novo responsável mundial, após a renúncia do padre Adolfo Nicolás.
Neste encontro participaram 215 jesuítas de 62 países, responsáveis pela eleição de um novo superior-geral, que acontece por «uma maioria simples de 50%». Após a eleição, é comunicado ao Papa o nome do novo responsável mundial da Companhia de Jesus e, só posteriormente, é que o nome é anunciado publicamente.
Na eleição, os 215 jesuítas podem pedir informações sobre em quem pensam votar, o que fazem de forma confidencial e falando baixinho. Estão proibidos os elogios ou as críticas particulares por serem considerados campanha eleitoral. E quem obtiver no mínimo 108 votos (50% mais um) será o novo secretário-geral.
Os padres José Frazão Correia (Provincial dos jesuítas em Portugal desde 2014) e Miguel Almeida (preside ao Centro Académico de Braga) foram os representantes portugueses.[1]
O padre Arturo Sosa, da Venezuela, foi eleito novo superior-geral da Companhia de Jesus em 14 de outubro de 2016. Sosa trabalhava em Roma, como membro do conselho do anterior superior-geral, e é doutorado em Ciências Políticas; nasceu a 12 de novembro de 1948, em Caracas.
Lista dos superiores gerais da Companhia de Jesus
[editar | editar código-fonte]# | Nome | Período | Notas |
---|---|---|---|
1.º | Inácio de Loyola | 1541–1556 | |
2.º | Diego Laynez | 1558–1565 | |
3.º | Francisco de Borja | 1565–1572 | |
4.º | Everard Mercurian | 1573–1580 | |
5.º | Claudio Acquaviva | 1581–1615 | |
6.º | Muzio Vitelleschi | 1615–1645 | |
7.º | Vincenzo Carafa | 1646–1649 | |
8.º | Francesco Piccolomini | 1649–1651 | |
9.º | Luigi Gottifredi | 1652 | 21 de janeiro a 12 de março |
10.º | Goswin Nickel | 1652–1664 | |
11.º | Giovanni Paolo Oliva | 1664–1681 | |
12.º | Charles de Noyelle | 1682–1686 | |
13.º | Tirso Gonzalez | 1687–1705 | |
14.º | Michelangelo Tamburini | 1706–1730 | |
15.º | Frantisek Retz | 1730–1750 | |
16.º | Ignazio Visconti | 1751–1755 | |
17.º | Luigi Centurione | 1755–1757 | |
18.º | Lorenzo Ricci | 1758–1775 | |
Supressão 1773 1814 | |||
19.º | Tadeusz Brzozowski | 1814–1820 | |
20.º | Luigi Fortis | 1820–1829 | |
21.º | Jan Roothaan | 1829–1853 | |
22.º | Pieter Jean Beckx | 1853–1887 | |
23.º | Anton Maria Anderledy | 1887–1892 | |
24.º | Luis Martin | 1892–1906 | |
25.º | Franz Xavier Wernz | 1906–1914 | |
26.º | Wlodimir Ledochowski | 1915–1942 | a guerra atrasou a eleição de seu sucessor. |
27.º | Jean-Baptiste Janssens | 1946–1964 | |
28.º | Pedro Arrupe | 1965–1983 | Após um AVC em 1981, foi substituído por Paolo Dezza, delegado pontifício. |
29.º | Peter Hans Kolvenbach | 1983–2008 | Renunciou em 2008. |
30.º | Adolfo Nicolás | 2008–2016 | Renunciou em 2016. |
31.º | Arturo Sosa | 2016–Em funções |
Linha do tempo
[editar | editar código-fonte]A presente linha do tempo percorre o período compreendido entre 1534, início do pontificado de Paulo III, até a data atual.
Faz-se a correspondência dos períodos de governo dos prepósitos gerais da Companhia de Jesus com os períodos dos papados.