Sílvia Orthof – Wikipédia, a enciclopédia livre
Sylvia Orthof | |
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Nascimento | 3 de setembro de 1932 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil |
Morte | 24 de julho de 1997 (64 anos) Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Escritora |
Prémios | Prémio Jabuti 2014 |
Sylvia Orthof Gostkorzewicz (Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1932 – Petrópolis, 24 de julho de 1997) foi uma atriz e escritora brasileira de livros infantis.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filha do pintor Gerhard Orthof e da pintora e ceramista Gertrud Alice Goldberg, um casal de judeus austríacos, é também sobrinha do compositor Arnold Schönberg.[1] Sua formação inclui cursos de mímica, desenho, pintura, arte dramática e teatro. Na área de dramaturgia infantil, trabalhou como autora de texto, diretora de espetáculos, pesquisadora e professora de teatro. Viveu dois anos em Paris, aprendendo com Marcel Marceau a arte da mímica.[2] De lá, voltou ao Brasil para trabalhar como atriz. Atuou no Teatro Brasileiro de Comédia e na TV Record, ambos em São Paulo. Mudou-se então para Nova Viçosa-BA,[3] desenvolveu atividades com teatro de bonecos com as crianças do local utilizando materiais de uso comum na região transferiu-se posteriormente para Brasília, onde lecionou Teatro na Universidade de Brasília e coordenou as atividades de teatro do SESI. Em 1966, segundo o livro Cães de Guarda, de Beatriz Kushnir, foi convidada a ministrar um curso de teatro para aperfeiçoamento do corpo de censores em Brasília. Em julho de 1969, lecionou a disciplina "Expressão Corporal" no Curso de Teatro do Festival de Inverno de Ouro Preto-MG, vinculado à Universidade Federal de Belo Horizonte. Como produto do Curso, o grupo de alunos encenou o espetáculo teatral "Ciranda de Vila Rica", dirigido e montado por Sylvia Orthof, com trechos do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
Começa em 1979, a convite de Ruth Rocha, a colaborar com a Revista Recreio.
Publicou seu primeiro livro infantil em 1981, escrevendo, a partir de então, cerca de 120 títulos para crianças e jovens, entre contos, peças teatrais e poesias.
Entre as muitas peças de teatro, destacam-se Eu chovo, tu choves, ele chove e " Quem roubou meu futuro". Entre as histórias infantis, Maria-vai-com-as-outras, de 1982, que conta a história de uma ovelha chamada Maria que fazia tudo que as demais faziam, até que um dia resolveu seguir seu próprio caminho, foi um enorme sucesso de crítica de público, bem como Quem roubou o meu futuro?, sobre uma menina de 13 anos chamada Valéria que deseja encenar uma peça, no que é impedida pela avó, que prefere que ela faça um curso de datilografia.
Em 1989, criou, na cidade de Petrópolis-RJ, a Cia. Teatro Livro Aberto, onde dirigiu oito de seus textos. A Cia. Teatro Livro Aberto mantém suas atividades até os dias de hoje encenando os textos de Sylvia Orthof pelo Brasil sob a direção de Fernando Vianna. Atualmente seu repertório é composto por 7 espetáculos: 'O Cavalo Transparente', 'A Viagem de Um Barquinho', 'Se as Coisas Fossem Mães', 'Ponto de Tecer Poesia', 'Ervilina e o Princês', 'Zé Vagão da Roda Fina e Sua Mãe Leopoldina' e 'Lustrosa, Cantora Misteriosa'.
Em 2002, o músico, ator e compositor Marco Aurêh (que também foi um dos fundadores do TELIA) lança o CD "Cantando Sylvia Orthof". O disco reúne uma seleção das melhores músicas compostas por Aurêh sobre as letras de Sylvia.
"Lá vai o barco, lá vai / Papel de jornal, papel / Dobrado em velho jornal / Em novo mar / Tão gaivota /
Na asa branca do dia / Na estrela da lua nova / Lá vai o barco, lá vai / Navio, tão grande barco /
Veleiro branco da água / Lá vai o barco crescido / Sem âncora / Sem marinheiro / Sem nada, além de um papel"
(A Viagem de um Barquinho)
Sua Morte
Ganhou inúmeros prêmios por suas obras, entre eles 13 títulos premiados com o selo Altamente Recomendável para Crianças pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Viveu seus últimos anos de vida em Petrópolis. Descobriu em 1996 que estava com câncer e faleceu um ano e meio depois, no dia 24 de julho de 1997.
Prêmios
[editar | editar código-fonte]- 1978 - Prêmio Molière de teatro por A Viagem do Barquinho.
- 1979 - 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro com o espetáculo A Gema do Ovo da Ema. Seu conto O Pé Chato e a Mão Furada é premiado no 1º Concurso Nacional de Contos Infantis do Banco Auxiliar de São Paulo.
- 1983 - É premiada com o Prêmio Jabuti de Literatura, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Literatura infantil, pelo livro A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda. Além disso, Os Bichos que Tive ganha prêmio de melhor livro infantil do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA, e de melhor livro para a criança da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ.
- 1985 - Seu livro O Sapato que Miava recebe o Prêmio de Jornalismo da Abril.
- 1987 - Ponto de Tecer Poesia ganha o Prêmio Odylo da Costa Filho, da FNLIJ.
- 1990 - O Cavalo Transparente é adaptado para o teatro pelo grupo Tespis, e recebe o prêmio de melhor espetáculo do ano em teatro infantil da APCA dadada
Obras
[editar | editar código-fonte]Obs.: As obras sem indicação de data são anteriores a 1981.
- A Barriga de H. Linha
- A Fada Lá de Pasárgada
- A Gema do Ovo da Ema
- A Limpeza de Teresa
- A Mesa de Botequim e Seu Amigo Joaquim
- A Velhota Cambalhota
- A Viagem de um Barquinho (versão literária)
- Adolescente Poesia
- As Aventuras da Família Repinica
- As Visitas de Dona Zefa
- Avoada, a Sereia Voadora
- Bóia, Bóia, Lambisgóia!
- Bruzundunga da Silva
- Cabidelim, o Doce Monstrinho
- Cadê a peruca de Mozart? - 1997
- Canarinho, Cachorrão e a Tigela de Ração
- Currupaco, Paco e Tal, Quero Ir pra Portugal!
- Dita-Cuja, a Coruja
- Dona Lua Vai Casar
- Duas Histórias de Perna Fina
- Enferrujado, Lá Vai o Soldado
- Ervilina e o Princês
- Fada Fofa e a Onça Fada
- Fada Fofa e os Sete Anjinhos
- Fada Fofa em Paris
- Felipe do Abagunçado
- Foi o Ovo? Um Ova!
- Fraca Fracola, Galinha D'Angola
- Gato pra Cá, Rato pra Lá
- História Avacalhada
- História de Arrepiar o Cabelo
- História Engatada
- História Enrroscada
- História Vira-Lata
- Histórias Curtas e Birutas
- Jogando Conversa Fora
- Livro Aberto
- Luana Adolescente, Lua Crescente
- Mais-que-Perfeita Adolescente
- Malandragens de um Urubu
- Manual de Boas Maneiras das Fadas
- Maria-vai-com-as-outras
- Mas que Bicho Lagarticho
- Meus Vários Quinze Anos
- Mudanças no Galinheiro Mudam as Coisas por Inteiro
- O Cavalo Transparente
- O Livro que Ninguém Vai Lê
- O Sapato que Miava
- Os Bichos que Tive: Memórias Zoológicas
- Ovos Nevados
- Papos de Anjo
- Pé de Pato
- Pirraça que Passa, Passa...
- Pomba Colomba
- Que Raio de História!
- Quem Roubou o Meu Futuro?
- Quincas Plim, Foi Assim
- Rabiscos ou Rabanetes
- Saracotico no Céu
- Se a Memória Não Me Falha
- Tem Cachorro no Salame
- Tem Cavalo no Chilique
- Tia Anacleta e Sua Dieta
- Tia Carlota Tricota e Tricota!
- Tia Januária É Veterinária
- Trem de Pai... Uai!
- Uma Estória de Telhado - 1981
- Maria Vai com as Outras - 1982
- Um Pipi Choveu Aqui - 1983
- No Fundo do Fundo Fundo, Lá Vai o Tatu Raimundo - 1984
- Se as Coisas Fossem Mães - 1984
- Uxa, ora Fada, ora Bruxa - 1985
- Uma Velha e Três Chapéus - 1986
- Doce, Doce... e Quem Comeu Regalou-Se - 1987
- Ponto de Tecer Poesia - 1987
- Nana Pestana - 1987
- Sou Miloquinha, a Duende - 1988
- Ave Alegria - 1989
- Tumebune, o Vaga-Lume - 1989
- Zoiudo, o Monstrinho que Bebia Colírio - 1990
- A Poesia É uma Pulga - 1991
- A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda - 1991
- Pomba Colomba - 1991
- Chora Não! - 1991
- Fada Cisco-Quase-Nada - 1992
- Galo, Galo, Não Me Calo! - 1992
- São Francisco Bem-Te-Vi - 1993
- A Fraca Fracola, Galinha d'Angola - 1993
- João Feijão - 1993
- A Onça de Vitalino Vitalino - 1994
- Vovó Viaja e Não Sai de Casa - 1994
- Tem Minhoca no Caminho - 1995
- Tem Graças no Botticelli - 1996
- Papai Bach, Família e Fraldas - 1997
- Sonhando Santos Dumont - 1997
- Tia Libória Conta História - 1998
- Guardachuvando Doideiras - 2005
Referências
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de julho de 2021
- ↑ COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira: séculos XIX e XX. 4ª ed. São Paulo: Edusp, 1995.
- ↑ «EDC». EDC. Consultado em 19 de julho de 2021