Francisco José Teixeira Bastos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Francisco José Teixeira Bastos
Francisco José Teixeira Bastos
Retrato de Teixeira Bastos, publicado no Album Republicano, 1908.
Nascimento 1857
Morte 1902 (44–45 anos)
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação jornalista

Francisco José Teixeira Bastos (Lisboa, 1857 — Lisboa, 1902),[1][2] mais conhecido por Teixeira Bastos, foi um poeta, jornalista e ensaísta, que atingiu grande nomeada no último quartel do século XIX. Com Teófilo Braga editou diversos periódicos de crítica literária, tendo sido um dos introdutores em Portugal do positivismo de Augusto Comte. Foi sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, eleito em 5 de Novembro de 1891.[3]

Formou-se no Curso Superior de Letras, onde foi aluno de Teófilo Braga, a cuja influência se deve a adesão de Teixeira Bastos à doutrina positivista.

Teixeira Bastos foi um dos maiores entusiastas do positivismo, doutrina que entendia aplicável a todos os domínios do pensamento. Dedicou-se à divulgação do pensamento de Auguste Comte, resumindo em português a sua obra Cours de Philosophie Positive, que em 1883 publicou sob o título de Princípios de Filosofia Positiva.

O pensamento positivista está também patente na sua obra poética, dando-lhe um cunho filosófico e uma intenção declarada de a consagrar ao progresso da humanidade. Este carácter está bem patente na sua obra Vibrações do Século' (1882).

Como jornalista e publicista, dirigiu a revista Era Nova[4] (1880-1881), a Revista de Estudos Livres[5] (1883-1886) e O Positivismo, periódicos que fundou e dirigiu com Teófilo Braga. Também colaborou em vários jornais e revistas, entre os quais O Século, Renascença[6] (1878-1879?), A Mulher[7] (1879), O Pantheon[8] (1880-1881) e a Galeria republicana[9] (1882-1883), Livre Exame[10] (1885-1886).

Defendia a aplicação do positivismo à estética realista-naturalista, considerando que as insuficiências da corrente literária naturalista se devia à falta da luz viva e clara da filosofia positiva, a única que os podia guiar conscientemente na exploração dos fenómenos sociais.[11]

Principais obras

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  • Rumores Vulcânicos, 1879 (poesia);
  • Luís de Camões e a Nacionalidade Portuguesa, 1880 (ensaio);
  • Ensaios sobre a Evolução da Humanidade, 1882 (ensaio);
  • Vibrações do Século, 1882 (poesia);
  • Princípios de Filosofia Positiva, 1883 (ensaio);
  • Ciência e Filosofia. Ensaios de Crítica Positivista, 1890 (ensaio);
  • Teófilo Braga e a sua Obra, 1892 (ensaio);
  • A crise: estudo sobre a situação política, financeira, económica e moral da nação, 1894 (ensaio);
  • Poetas brazileiros, 1895 (crítica literária).

Notas

  1. «Ocidente,10 de Junho de 1901, nº 808, página 122». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  2. «Serões, julho de 1901, nº 4, página 31». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 16 de novembro de 2016 
  3. Processo académico.
  4. Rita Correia (2 de maio de 2013). «Ficha histórica: Era Nova: Revista do Movimento Contemporâneo (1880-1881)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 7 de outubro de 2014 
  5. Pedro Mesquita (22 de outubro de 2013). «Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de abril de 2015 
  6. Helena Roldão (3 de outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de março de 2015 
  7. Helena Roldão (6 de março de 2013). «Ficha histórica: A Mulher (1879).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de janeiro de 2015 
  8. Helena Roldão (25 de maio de 2013). «Ficha histórica: O pantheon: revista de sciencias e lettras (1880-1881)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de fevereiro de 2015 
  9. «Galeria republicana (1882-1883), Nº1, 1ª página» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de fevereiro de 2017 
  10. Rita Correia (6 de outubro de 2016). «Ficha histórica:O livre exame : orgão do Centro de Lisboa da Associação Propagadora do Livre Pensamento (1885-1886)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 7 de novembro de 2016 
  11. A Renascença.