Telesur – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Telesur | |
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País | Venezuela |
Fundação | 24 de julho de 2005 |
Proprietário | Cuba Nicarágua Venezuela |
Presidente | Patricia Villegas |
Slogan | Nuestro norte es el sur "Nosso Norte é o Sul" |
Cobertura | Continente Americano, Caribe e Europa |
Página oficial | TeleSurTV.net |
Disponibilidade por satélite | |
4119 MHz @ 2960 Ksps Circular Direito[1] | |
3944 MHz @ 3750 Ksps Vertical[1] | |
11727 MHz @ 27500 Ksps Vertical[1] | |
11068 MHz @ 22000 Ksps Vertical[1] | |
10890 MHz @ 27500 Ksps Vertical[1] | |
Disponibilidade por cabo | |
Canal 239 | |
Canal 223 | |
Canal 131 |
A Televisión del Sur (Telesur ou teleSUR) é uma rede de televisão multi-estatal (ou seja, de vários governos) para América, com sede na Venezuela. Iniciou suas transmissões em 24 de Julho de 2005, aniversário de nascimento de Simón Bolívar. O canal, cujo lema é "Nuestro Norte es el Sur" (Nosso Norte é o Sul), foi criado numa parceria que é financiada pelos governos da Venezuela, Cuba e Nicarágua.
A Telesur é um canal televisivo que, segundo as próprias palavras, "nasce de uma evidente necessidade latino-americana: contar com um canal que permita a todos os habitantes desta vasta região difundir seus próprios valores, divulgar sua própria imagem, debater suas próprias ideias e transmitir seus próprios conteúdos, livre e equitativamente".
A Telesur é uma iniciativa do ex-presidente Hugo Chávez, da Venezuela, na época junto aos governos de Cuba, Argentina e Bolívia, que visa dar uma alternativa comunicacional para toda a América Latina e Caribe, em resposta à hegemonia das grandes corporações estadunidenses, como a CNN e outras emissoras que transmitem em espanhol, de Miami e Atlanta.
O novo canal possui correspondentes em Buenos Aires, La Paz, Havana, Montevidéu, Bogotá, Caracas e Porto Príncipe. Em maio de 2009, por conta de uma reforma administrativa do governo venezuelano, a Telesur fechou as sucursais de Brasília, Cidade do México e Washington DC.[2]
A cobertura do canal atinge toda a América, Europa Ocidental e norte da África, através do satélite NSS (New Skies Satellite) 806. Para receber o sinal da Telesur de forma gratuita é necessária uma antena parabólica de 2,4m de diâmetro e um IRD (receptor-decodificador) compatível com DVB. O sinal é transmitido 24 horas por dia.[1]
A Telesur já sofreu represálias por parte do congresso norte-americano, através do congressista republicano da Flórida Connie Mack. Mack, três dias antes da inauguração da Telesur, elaborou um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Representantes, visando obrigar o governo de seu país a gerar interferências no sinal de transmissão por satélite da Telesul.[3] O objetivo seria evitar uma suposta propagação do antiamericanismo, que viria a ser promovido pelo canal. Chávez declarou que se essa lei estadunidense for aprovada, tomaria medidas técnicas para neutralizar seus efeitos, o que poderia iniciar uma "guerrilha eletrônica". Os opositores de Chávez acusam a Telesur de ser uma Al Jazira latino-americana.[4]
Desvinculação da Argentina
[editar | editar código-fonte]No dia 27 de março de 2016, o ministro das comunicações da Argentina, Hernán Lombardi, anunciou que o país não mais integraria a sociedade proprietária da Telesur. Desta forma, o canal deixou de ser transmitido na televisão aberta e de ser de inclusão obrigatória nas grades de transmissão das televisões pagas, por não ser mais um canal estatal.[5] Em junho de 2016, a Argentina saiu definitivamente da Telesur.[6]
Confusão por declarações no Equador
[editar | editar código-fonte]Em 16 de março de 2018, Andrés Michelena Ayala, chefe do Ministério da Comunicação do Equador, expressou que algum tipo de valor não havia sido desembolsado na administração de Lenín Moreno e que no governo anterior "se entendeu que havia" uma contribuição.[7] Mais tarde, Michelena retirou sua declaração inicial em 19 de março do mesmo ano, afirmando que o governo do Equador nunca havia financiado financeiramente essa emissora de televisão.[8] Isso foi ratificado por Patricio Barriga Jaramillo, ex-secretário de Comunicação do governo. Rafael Correa, que disse que nunca contribuiu financeiramente para o meio, mas acrescentou que havia apenas um acordo para a operação e o compartilhamento de conteúdo.
Posteriormente, jornalistas, parte da mídia internacional, Orlando Pérez Sánchez e Christian Salas, através do jornalista Fabricio Vela, da Rádio Majestad do Equador,[9] expressaram que o Estado equatoriano não alocou recursos para financiar a Telesur, nem no governo de Rafael Correa nem no de Lenín Moreno.[10] Além disso, Salas esclareceu que a Telesur não possui correspondente em Guayaquil, como foi afirmado erroneamente, bem como o suposto financiamento.
Desvinculação do Uruguai
[editar | editar código-fonte]Como parte de um processo de desideologização institucional, o Governo de Luis Alberto Lacalle Pou decidiu retirar no dia 13 de março de 2020 o financiamiento de seu país a esta emissora,[11] assim o canal tem como sócios somente os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Características
[editar | editar código-fonte]O canal não tem fins comerciais ou de lucro. Uma mostra disso é a quase total ausência de publicidade. Além disso, o canal pode ser acessado gratuitamente através de sua página web e também em canais locais de alguns países de língua espanhola. Isso só foi possível graças ao financiamento público dos estados integrantes. Algumas operadoras de TV a cabo ou TV satelital também disponibilizam seu sinal.
A programacão da Telesur se diferencia de outros canais de notícias como Euronews, CNN ou BBC World, pois, além dos conteúdos informativos, oferece programas educativos, de debate, de entretenimento e filmes.
Algumas das emissões da teleSUR são ou foram:
- Noticias desde el Sur: notícias a partir da Venezuela, com dez correspondentes e 35 colaboradores nos países da região.
- Mesa Redonda Internacional: a partir de Cuba, se trata de um debate sobre política internacional e latino-americana.
- Noticias do Brasil: em colaboração com a TV Brasil, é programa diário com as notícias deste país.
- Resumen Aló Presidente: oferecia uma síntese do programa semanal do presidente venezuelano Hugo Chávez.
- Agenda del Sur: revista televisiva onde se tratam temas de cultura e política latino-americana.
- Memorias del Fuego: espaço documental sobre a história recente latino-americana.
- Videoteca Contracorrente: documentos da atualidade, perfis de personagens com uma visão crítica e progressista.
- Maestra Vida: biografias de personalidades latino-americanas.
- América Tierra Nuestra: espaço documental sobre as culturas e povos latino-americanos.
- De este Lado: emitido a partir do México; espaço de opinão e debate, moderado pela jornalista Blanche Petrich.
- Mediotanque: programa documental sobre a cultura e vida do Uruguai.
- CineSur: cinema latino-americano.
O conselho consultor da Telesur é integrado por socialistas americanos e outros do movimento socialista, como o Prêmio Nobel Adolfo Pérez Esquivel, o poeta nicaraguense Ernesto Cardenal, os escritores Eduardo Galeano e Tariq Ali, o historiador Ignacio Ramonet, o ator Danny Glover e o programador Richard Stallman, que abandonou a relação com a televisão em 2011[12]
Referências
- ↑ a b c d e f «Cobertura Satelital» (em espanhol). Telesur. Consultado em 6 de maio de 2024
- ↑ «Telesur fecha sucursal de Brasília, Cidade do México e Estados Unidos». 8 de maio de 2009. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 15 de dezembro de 2009
- ↑ WEISSHEIMER, Marco Aurélio (1 de agosto de 2005). «Estados Unidos aprovam medida para interferir no sinal da TV Sul». Adital. Consultado em 7 de maio de 2024. Arquivado do original em 28 de setembro de 2007
- ↑ «Al Jazira latina? Telesur pretende integrar os povos latino-americanos». Casa dos Jornalistas. 17 de agosto de 2005. Consultado em 7 de maio de 2024. Arquivado do original em 9 de novembro de 2007
- ↑ «Argentina deixa canal de TV Telesur, comandado por Maduro». Folha de S.Paulo. 17 de agosto de 2005. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 23 de junho de 2021
- ↑ «Macri oficializa retirada do sinal da Telesur da Argentina». Portal Vermelho. 30 de junho de 2016. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 7 de maio de 2024
- ↑ «El Gobierno ecuatoriano no aportó recursos a Telesur» (em espanhol). El Comercio. 20 de março de 2018. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 4 de março de 2021
- ↑ «Andrés Michelena afirmó que no existen "ningún financiamiento a Telesur» (em espanhol). Metro Ecuador. 20 de março de 2018. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 4 de abril de 2023
- ↑ Vela, Fabricio (19 de março de 2018). «ATENCIÓN: He tomado contacto con @OrlandoPerezEC, quien conduce el programa @EnClavePolitik por Telesur, y me comentó que el Estado ecuatoriano NUNCA destinó recursos para financiar dicho canal, ni en el gobierno de Rafael Correa ni en el de Lenín Moreno.». @fabriciovelav (em espanhol). Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ «ACLARACIÓN: Gobierno de Ecuador nunca ha financiado a Telesur» (em espanhol). Ecuadorinmediato. 19 de março de 2018. Consultado em 7 de maio de 2024. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2020
- ↑ «Uruguay se retira de Telesur y Banco del Sur bajo el principio de no integrar uniones basadas en afinidades ideológicas» (em espanhol). Ministerio de Relaciones Exteriores de Uruguay. 13 de março de 2020. Consultado em 7 de maio de 2024. Cópia arquivada em 3 de abril de 2023
- ↑ «2010: November - February Political Notes - Richard Stallman». www.stallman.org (em inglês). Consultado em 15 de abril de 2018