Terceira Roma – Wikipédia, a enciclopédia livre

Águia bicéfala, brasão imperial da dinastia paleóloga, do Império Bizantino, ainda presente na heráldica russa e balcânica

O termo Terceira Roma descreve a ideia que alguma cidade, estado ou país europeu seria o sucessor contemporâneo do legado do Império Romano. A Primeira Roma seria a própria cidade de Roma, centro do Império Romano, e a Segunda Roma seria a cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente), o estado sucessor do Império Romano. O conceito de Terceira Roma, pelo sentido histórico, deve então assim denominar o estado sucessor do Império Bizantino.

As sementes do conceito foram lançadas por Constantino I, quando ele moveu a capital do Império de Roma para Constantinopla, que logo passou a ser referida como Segunda Roma.

Reivindicações russas

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Brasão de armas do Império Russo com a águia bicéfala, mais comumente associada ao Império Bizantino e ao Sacro Império Romano-Germânico

Algumas décadas depois da queda de Constantinopla nas mãos de Maomé II, o Conquistador do Império Otomano, em 29 de maio de 1453, alguns começaram a nomear Moscou como a terceira Roma. Este sentimento reacendeu-se no reinado de Ivã III da Rússia que era casado com Sofia Paleólogo, sobrinha de Constantino XI Paleólogo , o último imperador bizantino, e assim Ivan reivindicou ser o herdeiro do Império Bizantino.

O fato da então nascente cultura russa ter como base a cultura bizantina, fato visto através da arquitetura, artes e literatura; além da religiosidade do estado russo ser o Cristianismo Ortodoxo, em acordo com o Império Bizantino e seu cisma religioso com a Igreja Católica; características que reforçam a ideia do Império Russo, mais especificamente Moscou, como sucessor do Império Bizantino, mais especificamente, Constantinopla.[carece de fontes?].

Reivindicações italianas

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Uma águia segurando um fasces era um símbolo comum usado na Itália Fascista

Giuseppe Mazzini, nacionalista italiano, promoveu a noção de "Terceira Roma". Ele disse: "Depois da Roma dos imperadores, depois da Roma dos papas, virá a Roma do povo.", promovendo o Risorgimento e o estabelecimento de Roma como capital.[1] Depois da unificação da Itália como Reino de Itália, o estado foi referido como "Terceira Roma" por personalidades italianas.[2]

Em seus discursos, o ditador Benito Mussolini referia-se à Itália Fascista como a "terceira Roma". Em um discurso pronunciado em 31 de dezembro de 1925 no Monte Capitolino, ele profetizava uma nova era para Roma, que veria seu território expandir-se até uma saída ao mar.[3]

Referências

  1. «Rome Seminar». Consultado em 29 de setembro de 2014. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2008 
  2. Christopher Duggan. The Force of Destiny: A History of Italy Since 1796. New York, New York, USA: Houghton Mifflin Harcourt, 2008. P. 304.
  3. «Discurso pronunciado no Capitólio em 31 de dzembro de 1925». Consultado em 24 de junho de 2004. Arquivado do original em 24 de junho de 2004 
  • Dmytryshyn, Basil (transl). 1991. Medieval Russia: A Source Book, 850-1700. 259–261. Harcourt Brace Jovanovich. Fort Worth, Texas.
  • Poe, Marshall. “Moscow, the Third Rome: the Origins and Transformations of a ‘Pivotal Moment.’” Jahrbücher für Geschichte Osteuropas (2001) (In Russian: “Izobretenie kontseptsii “Moskva—Tretii Rim.” Ab Imperio. Teoriia i istoriia natsional’nostei i natsionalizma v postsovetskom prostranstve 1: 2 (2000), 61-86.)
  • Martin, Janet. 1995. Medieval Russia: 980-1584. 293. Cambridge University Press. Cambridge, UK.