Togolândia – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Togolândia britânica, nem com Togolândia francesa.
Schutzgebiet Togo
Protetorado da Togolândia

Protetorado
(Império Alemão)

1884 – 1916
 

Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Togolândia
Localização de Togolândia
Verde escuro: Território que compreende a colônia alemã da Togolândia
Verde claro: Outras possessões alemãs
Continente África
Região África Ocidental
Capital Bagida (1884–86)
Sebe (1886–97)
Lomé (1897–)
Língua oficial Alemão (oficial)
jeje, cabié
Governo Colônia ultramarina
Período histórico Imperialismo
 • 5 de julho de 1884 Estabelecimento do protetorado
 • 26 de agosto de 1916 Ocupação aliada
 • 27 de dezembro de 1916 Partição da Togolândia
Moeda Marco de ouro alemão

A Togolândia foi um protetorado alemão na África Ocidental de 1884 a 1916, abrangendo o que é hoje a nação de Togo e grande parte do que é atualmente a Região do Volta do Gana. A colônia foi fundada durante a partilha da África. A colônia foi criada em 1884 e ocupava parte do que era então conhecida por "Costa dos Escravos" e expandiu-se gradualmente para o interior. No começo da Primeira Guerra Mundial em 1914, a colônia foi englobada no conflito. Foi invadida e rapidamente tomada pelas forças inglesas e francesas durante a Campanha do Togo e colocada sob domínio militar. Em 1916, o território foi separado nas zonas administrativas francesa e inglesa, o que foi oficializado em 1922 com a criação da Togolândia britânica e da Togolândia francesa.

A colônia foi estabelecida perto do final do período de colonização europeia da África, geralmente conhecido como a "Partilha da África". Gustav Nachtigal, explorador, médico, cônsul imperial e comissário alemão para a África Ocidental, foi a força propulsora para o estabelecimento das colônias na África Ocidental da Togolândia e Camarões. Da sua base na ilha espanhola de Fernando Pó na baía de Biafra, viajou extensivamente no continente africano. Em 5 de julho de 1884, Nachtigal assinou um tratado com o chefe local, Mlapa III, em que declarava um protetorado alemão sobre um trecho de território ao longo da Costa dos Escravos na baía de Benim. Com a pequena canhoneira SMS Möwe ancorada, a bandeira imperial foi hasteada pela primeira vez no continente africano. O Cônsul Heinrich Ludwig Randad, Jr., agente residente da empresa C. Goedelts em Uidá, foi nomeado como o primeiro comissário para o território.[1]

Em 1899, a Alemanha e a Grã-Bretanha negociaram o território das Ilhas Samoa pelas Ilhas Salomão do Norte e o controle em Tonga, usando a Zona Neutra da Togolândia (Yendi) e o Triângulo do Volta como moeda de troca.[2]

Economia e desenvolvimento

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Carregamento de fardos de algodão no cais em Lomé (1885)

A Alemanha estendeu gradualmente seu controle no interior. Os administradores coloniais e colonizadores implantaram grandes lavouras tropicais de exportação no país (cacau, café, algodão). A infraestrutura da colônia foi desenvolvida para um dos níveis mais elevados da África. As autoridades coloniais construíram estradas e pontes para as cadeias montanhosas do interior e três linhas de trem/comboio da capital Lomé, ao longo da costa a Aného em 1905, para Palime (atual Kpalimé) em 1907, e a linha mais longa, a Hinterlandbahn para Atakpamé em 1911.[3]

Em 1895, a capital Lomé tinha uma população de 31 alemães e 2 084 nativos. Em 1913, a população nativa havia aumentado para 7 042 pessoas e 194 alemães, incluindo 33 mulheres, enquanto toda a colônia tinha uma população alemã de 316, incluindo 61 mulheres e 14 crianças.[4] Nos anos imediatamente anteriores da Grande Guerra, Lomé havia crescido como a "cidade mais bonita da África Ocidental".[5] Por ser uma das duas colônias auto-sustentáveis da Alemanha,[6] a Togolândia foi reconhecida como uma possessão pequena mas preciosa. Isto duraria até à erupção da Primeira Guerra Mundial.

Ocupação e situação posterior

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Mapa do Togo em 1915

Depois de apelar a colônia alemã para se render em 6 de agosto de 1914, as tropas francesas e britânicas invadiram sem oposição no dia seguinte. Os militares não estavam estacionados no protetorado. A força policial era composta por um comandante e sub-comandante, 10 sargentos alemães, um sargento nativo e 660 policiais togoleses implantados em todo o território.[7] As forças da Entente ocuparam a capital Lomé, então avançaram para uma estação de rádio e uma nova estação de rádio próximo de Kamina (leste de Atakpamé). A colônia se rendeu em 26 de agosto de 1914, depois que os técnicos alemães que tinham construído a instalação de rádio destruíram a estação durante a noite de 24/25 de agosto. Nas semanas anteriores à destruição, Camarões Alemães, Sudoeste Africano Alemão, África Oriental Alemã e 47 navios em alto-mar receberam relatórios sobre as ações dos Aliados, bem como avisos de situações difíceis à frente.[8] Em 27 de dezembro de 1916, a Togolândia foi separada em zonas administrativas francesas e britânicas. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, a recém-criada Checoslováquia tentou adquirir a colônia [carece de fontes?], no entanto, isso não realizou-se. Após a ratificação do Tratado de Versalhes em 20 de julho de 1922, a Togolândia tornou-se formalmente um Mandato Classe B dividido da Liga das Nações em Togolândia britânica e Togolândia francesa, abrangendo, respectivamente, cerca de dois terços e um terço do território.[9]

A área britânica da antiga colônia alemã foi integrada no Gana em 1957, após um plebiscito em maio de 1956, onde 58% dos residentes da área britânica votaram a favor do ingresso no Gana após a sua independência, ao invés de permanecer sob tutela administrada pelos britânicos. A região governada pelos franceses tornou-se a República do Togo em 1960 e atualmente é conhecido como Togo. Em 1960, o novo Estado convidou o último governador alemão da Togolândia, Duque Adolf Friedrich de Mecklenburg, para as celebrações oficiais da independência.

Referências

  1. Washausen, Hamburg und die Kolonialpolitik, p. 79
  2. Paul M. Kennedy, "The Samoan Tangle: A Study in Anglo-German-American Relations, 1878-1900", Harper & Row, p 1974.
  3. Haupt,Deutschlands Schutzgebiete, p. 82
  4. Haupt, p. 81
  5. Haupt, p. 74
  6. Samoa alemã era auto-suficiente após 1908
  7. Haupt, p. 79
  8. Haupt, p. 87
  9. Martin, Lawrence (2007). The treaties of peace, 1919-1923. 2. [S.l.]: The Lawbook Exchange, Ltd. p. 15. ISBN 978-1-58477-708-3. Consultado em 19 de Julho de 2011 
Mapa da Togolândia em 1885

Referências gerais

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  • Haupt, Werner (1984). Deutschlands Schutzgebiete in Übersee 1884-1918. [Germany’s Overseas Protectorates 1884-1918]. Friedberg: Podzun-Pallas Verlag. ISBN 3-7909-0204-7 
  • Washausen, Helmut (1968). Hamburg und die Kolonialpolitik des Deutschen Reiches. [Hamburg and Colonial Politics of the German Empire]. Hamburg: Hans Christians Verlag 


Ligações externas

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