Trompa de Eustáquio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tuba auditiva

Anatomia do ouvido humano

Pinna - pavilhão auricular, pavilhão auditivo, orelha Ear Canal - canal auditivo, meato acústico externo, conduto auditivo Ear Drum - membrana timpânica, tímpano Ossicles - ossículos, cadeia ossicular, martelo, bigorna e estribo Eustachian tube - tuba auditiva, trompa de Eustáquio Cochlea - cóclea, orelha interna

Auditory nerve - nervo auditivo, nervo vestíbulo-coclear, VIII par de nervo craniano [1]
Identificadores
Latim Tuba auditiva, tuba auditivea,
tuba auditoria
Gray pág.1042
MeSH Eustachian+tube

A tuba auditiva ou Trompa de Eustáquio é um canal que liga o ouvido médio dos mamíferos à faringe e que ajuda a manter o equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica.[2]

A tuba abre e fecha à medida que engolimos ou bocejamos, permitindo uma equalização entre a pressão do ouvido externo e do ouvido médio. Uma sensação de pressão pode ser causada no ouvido por este processo de equalização em um avião ou em situações de mudanças de altitude, por exemplo. O terço posterolateral da tuba é ósseo e o restante é cartilagíneo. A tuba auditiva é revestida por mucosa, que é continua posteriormente com a mucosa da cavidade timpânica e anteriormente com a mucosa da parte nasal da faringe.

A função da tuba auditiva é igualar a pressão na orelha média à pressão atmosférica, permitindo, assim, o livre movimento da membrana timpânica. Essa tuba permite a entrada e a saída de ar da cavidade timpânica, equilibrando a pressão nos dois lados da membrana. Como normalmente há aposição das paredes da parte cartilaginosa da tuba, a tuba deve ser ativamente aberta.[3] A tuba é aberta pela expansão da circunferência do ventre do músculo levantador do véu palatino quando se contrai longitudinalmente, empurrando uma parede enquanto o músculo tensor do véu palatino traciona a outra. Como esses são músculos do palato mole, a equalização da pressão (“estalido nos ouvidos”) está comumente associada a atividades como bocejar e deglutir.

As artérias da tuba auditiva provêm da artéria faríngea ascendente, um ramo da artéria carótida externa, e da artéria meníngea média e artéria do canal pterigoideo, ramos da artéria maxilar.

Outra função da Tuba auditiva é a drenagem, não permitindo o acúmulo de secreções no interior da orelha média, sendo que o responsável por encaminhar estas secreções para a porção nasal da faringe é o músculo tensor do véu palatino. Além do mais, as células ciliadas e secretoras encontradas na orelha média e Tuba auditiva compõem um sistema de transporte muco ciliar.¹ Diferentes fatores interferem no funcionamento da tuba auditiva, como, por exemplo, adenoides hipertrofiadas, fissura palatina, tumores na rinofaringe e fatores de desenvolvimento.

1-Tympanic membrane;2- Umbo;3- Handle of the malleus;4- Lateral process;5- Anterior tympanomalleolar fold;6- Posterior tympanomalleolar fold;7-Pars flaccida;8- Anterior pouch of Tröltsch;9- Posterior pouch of Tröltsch;10- Fibrocartilaginous ring;11- Petrotympanic fissure;12- Auditory tube;13- Iter chordae posterius;14- Iter chordæ anterius;15- Fossa incudis for short crus of the incus;16- Prominentia styloidea.

A tuba auditiva é um tubo orgânico fechado que une a rinofaringe à orelha média. Se comunica com a faringe através do osteo faríngeo da tuba auditiva. É constituída de uma parte óssea, mais curta, com 12 milímetros de comprimento, correspondendo ao semi-canal da tuba auditiva; e uma cartilagínea, com 24 milímetros de comprimento, cuja base é inserida sob a mucosa da parede lateral da rinofaringe. A porção cartilaginosa é fixada ao segmento ósseo que se encontra em um sulco na base da espinha angular do osso esfenoide, expandindo-se na medida que se dirige para a rinofaringe, onde abre-se em seu óstio faríngeo, posterior à cauda do corneto inferior e anterior ao recesso faríngeo lateral (Fosseta de Rosenmüller).

O desenvolvimento da tuba auditiva só se completa aos 18 anos de vida. No feto a base do crânio é relativamente plana, de modo que a tuba auditiva tem em desvio de cerca de 10 graus do plano horizontal. Com o desenvolvimento pós-natal há aumento das dimensões verticais da base do crânio, além de um distanciamento do palato duro, gerando,no adulto um aumento da angulação da tuba auditiva para 45 graus. O crescimento da mesma varia de 30 a 38 mm.

A tuba auditiva é usualmente dividida em uma porção óssea infratemporal, e uma porção cartilaginosa.A parede medial da porção óssea está em íntimo contato com o canal carotídeo e o labirinto. A mucosa desta região é semelhante a do ouvido médio, incluindo células mucosas e ciliares.

A trajetória da tuba auditiva até a rinofaringe tem a morfologia de um S invertido. O término na rinofaringe está a cerca de 20 mm acimado plano do palato duro e protrai com sua cartilagem no chamado tórus tubáreo. Há uma fina camada de epitélio recobrindo a cartilagem.[4][5]

Referências

  1. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
  2. Young, Barbara; Stevens, Alan; S. Lowe, James (2007). Wheater histologia funcional: texto e atlas em cores. [S.l.]: Elsevier Brasil. p. 417. ISBN 8535218599. Consultado em 12 de dezembro de 2013 
  3. McPhee, Stephen J.; Papadakis, Maxine A.; Rabow, Michael W.. (2013). CURRENT: Medicina (Lange) 51ª ed. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Grupo A Educação. p. 190. ISBN 8580551870. Consultado em 18 de dezembro de 2013 
  4. MOORE,K.L; DALLEY,F.A, AGUR.A.M.R. (2010). «Anatomia orientada para clinica». São Paulo: Guanabara Koogan. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 76 (3). ISSN 1808-8694. doi:10.1590/S1808-86942010000300012. Consultado em 12 de novembro de 2013 
  5. Haruo Passerotti, Gustavo (2003). «Barotrauma em Otorrinolaringologia» (PDF). Fundação Otorrinolaringologia. Consultado em 12 de dezembro de 2013 

Ligações externas

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