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Umbigo

Detalhes
Vascularização Artéria umbilical
Drenagem venosa Veia umbilical
Precursor Cordão umbilical
Ducto venoso
Identificadores
Latim Umbilicus
MeSH Umbilicus

O umbigo é a cicatriz resultante da queda fisiológica (natural) do coto umbilical,[1] e costuma manifestar-se como uma depressão na pele. Por ser uma cicatriz, é possível diferenciar irmãos gêmeos a partir dos umbigos, uma vez que as cicatrizes não são provocadas pela genética.[2]

A palavra umbigo tem sua origem no latim umbilīcus, diminutivo de umbo, com o sentido de saliência arredondada em uma superfície; foi escrita pela primeira vez em um documento oficial em 1563. Importante destacar que o umbigo não é uma exclusividade dos humanos: todos os mamíferos que têm placentas possuem umbigos;[2]

Em humanos, a queda do coto umbilical ocorre após uma semana do nascimento, mas pode ter uma espera de até três semanas. Ao cair, forma o umbigo do bebê.[1]

É também uma zona erógena, devido a alta sensibilidade que existe ao redor de sua área. De acordo com o psicólogo Leon F. Seltzer, “o fato de ver o umbigo e a área ao seu redor pode ser muito atraente para um parceiro”.[3]

Ponto de vista médico

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Atualmente, o umbigo é utilizado como via de acesso na realização de laparoscopias e intervenções semelhantes, enquanto que o cordão umbilical interessa sobretudo como indicador da existência de alguma anomalia, já que se é curto ou longo demais, pode ser origem de algumas complicações obstétricas.[carece de fontes?] De outro lado, depois do parto é conveniente revisar o cordão por dois motivos: por ele circulam duas artérias e uma veia, e se uma das artérias não está presente, ou então é muito rudimentar, isto pode ser um indício de alguma anomalia fetal, enquanto a existência de nódulos na extensão do cordão podem indicar uma hipóxia fetal. Tais análises também são possíveis por meio da fetoscopia.[carece de fontes?] O cordão umbilical também pode ser um repositório de células sanguíneas com grande potencial de uso em casos de, por exemplo, leucemia.

Existem profundas discussões cientificas a respeito da origem da palavra umbigo, alguns estudos apontam que a palavra se originaria na antiga crença cristã de que o espirito da vida entraria no corpo através do cordão umbilical, a centelha divina seria divida do corpo da mãe e através do cordão, adentraria no feto, por isso a palavra umbigo (um do radical latino uno + bigus, antiga palavra grega correspondente a bebê).

Tipos e formatos

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Um exemplo de uma hérnia umbilical congênita, que faz parecer que o bebê não tem umbigo.

O formato dos umbigos está associado à maneira como o cordão umbilical foi cortado e cicatrizou após o nascimento.[2] Embora o umbigo seja único para cada indivíduo devido a ser uma cicatriz, várias formas gerais foram classificadas por médicos e especialistas. Embora quase 100% dos seres humanos tenha um umbigo, há um defeito chamado hérnia umbilical que pode causar a ausência dele. Esta condição faz com que os intestinos atravessem a parede intestinal, o que, portanto, requer intervenção cirúrgica, que faz parecer que o bebê não tem umbigo. A modelo Karolina Kurkova é um exemplo de uma pessoa que aparenta não ter umbigo. Os tipos de umbigo são:

  • Para fora ou Outie: Um umbigo que consiste na ponta umbilical que se projeta para além da pele periumbilical é um outie, essencialmente qualquer umbigo que não seja côncavo. Estima-se que entre 5%% e 10% da população mundial tenha umbigos “para fora”;[2]
  • Arredondado ou Buraquinho: os umbigos redondos são completamente circulares, sem capuz.
  • Forma vertical: alguns umbigos apresentam-se na forma de um paralelo oco mais alongado com a linha alba.
  • Ovalado: Esta forma consiste em três variantes; Capuz superior, capuz inferior, sem capuz.
  • Em formato de T (T-shaped): Como o nome indica, a cicatriz é na forma de um T, e pode ter capuz superior em vários graus. Segundo uma pesquisa publicada em janeiro do ano 2000, esse foi o umbigo eleito pelos cientistas como esteticamente ideal para mulheres.[2]
  • Horizontal: A cicatriz é menos visível à medida que as linhas naturais da interseção tendinosa se dobram sobre a cicatriz.
  • Swirly / Swirl: Uma forma incomum na qual a cicatriz umbilical forma literalmente um redemoinho.
  • Distorcido: qualquer um que não se encaixe bem em nenhuma das outras categorias.

Também pode acontecer de os umbigos em forma de “buraquinho” ficarem para fora. Essa é uma curiosa “transformação” que pode ser observada durante a gravidez. Muitos retornam à sua forma original após o parto.[3]

Na Grécia Antiga, era comum as pessoas meditarem contemplando o próprio umbigo. Eles acreditavam isso acalmava a alma. O monge grego cristão do Monte Athos usava esse método para ter uma visão maior da glória divina.[3] A esse tipo de meditação dá-se o nome de hesicasmo.[3]

O famoso pintor italiano Michelangelo foi chamado de herege por desenhar um umbigo no Adão em sua famosa pintura criada no teto da Capela Sistina. Considerando que Adão e Eva foram os primeiros humanos a caminhar sobre a Terra e não nasceram de ninguém, eles não poderiam ter umbigos.[2]

Roupas que expõem o umbigo são usuais, especialmente entre mulheres jovens, principalmente devido ao uso do piercing. A exposição do umbigo foi um tabu na sociedade ocidental, por ter sido considerado um estímulo visual erótico.[carece de fontes?]

Desde os clássicos latinos, umbilicus designa também o meio, o ponto central de alguma coisa e, nesse sentido, são inúmeras as acepções do vocábulo que se transferiram a outras línguas.[carece de fontes?] Seu significado sempre foi especial na mente humana, por representar o elo biológico que liga a mãe ao filho e expressar a relação de dependência entre uma vida e outra. No subconsciente, o umbigo simboliza a vinculação do ser com o mundo exterior e identifica-se com o centro do corpo.

Uma preocupação comum, ainda que inofensiva, é a formação de fiapos de tecido no umbigo, a ponto de este ter sido o assunto em sérios experimentos científicos, assim como em experimentos mais questionados, como o do pesquisador australiano Karl Kruszelnicki. Para tal pesquisa ele estudou o umbigo de mais de 4800 pessoas. A pesquisa rendeu um prémio IgNobel, que é conferido aos estudos mais estranhos e esquisitos (que não podem ou não devem ser reproduzidos).

O estudo constatou que:

  • 2/3 das pessoas têm fiapos no umbigo
  • pessoas mais velhas tem mais fiapos no umbigo
  • maior incidência em homens do que em mulheres
  • existe uma relação entre a cor dos fiapos e a cor da pele, pessoas de pele clara têm fiapos claros.
  • o tipo de pele não afeta a incidência de fiapos
  • a presença de fiapos está muito ligada a quantidade de pelos na pessoa. Muitos ou poucos pelos influenciam a quantidade de fiapos.
  • não existe relação com o porte físico
Uma mulher com um piercing no umbigo

Deixar o umbigo a mostra foi durante muito tempo um tabu na sociedade ocidental, já que o umbigo era considerado um estímulo visual erótico. Para se ter uma ideia, na década de 1960, muitas atrizes foram censuradas por mostrar seus umbigos na televisão. O exemplo mais famoso é o da atriz Barbara Eden, que fazia o papel de Jeannie na popular série norte-americana Jeannie é um Gênio, que teve que usar uma roupa que cobrisse seu umbigo por ordens dos chefes da rede de televisão.[2]

Atualmente, porém, isso já não é mais um tabu. Na cultura ocidental, por exemplo, algumas pessoas, na maioria mulheres jovens, fazem opção por usar roupas que expõem a região do umbigo.[4] Algumas pessoas, inclusive, fazem aplicação de piercing no umbigo como forma de serem mais atraentes.[5] Mais recentemente, as pessoas passaram a fazer cirurgia plástica no umbigo com o objetivo de deixar essa parte do corpo "esteticamente aceitável".[6]

O umbigo é usado muitas vezes para o erotismo, além de ser uma zona erógena, devido a alta sensibilidade que existe ao redor de sua área. Muitas pessoas sentem atração pelo umbigo (umbigofilia), e inclusive há um certo fetichismo sobre ele.[7] Existem estudos acadêmicos que indicam que confirmam que, mais do que um acessório estético, o umbigo constitui parte integral do apelo erótico humano.[8] De acordo com o psicólogo Leon F. Seltzer, “o fato de ver o umbigo e a área ao seu redor pode ser muito atraente para um parceiro[3]”.

A onfalofobia é uma fobia associada aos umbigos, e engloba aqueles que não suportam a ideia de ter as suas “cicatrizes umbilicais” tocadas e sentem verdadeiro pavor de olhar para as suas ou as de outras pessoas.[2]

Referências

  1. a b «Umbigo do bebê: saiba como cuidar». Fale Saúde. 24 de novembro de 2020. Consultado em 24 de dezembro de 2021 
  2. a b c d e f g h megacurioso.com.br/ 15 curiosidades fascinantes que você talvez desconheça sobre os umbigos
  3. a b c d e «15 Fatos demonstram que o umbigo é uma parte muito intrigante do corpo». Incrível — Inspiração. Criatividade. Admiração. 11 de fevereiro de 2018. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  4. «A volta da moda do 'umbigo de fora'». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  5. «Urgente: a volta do piercing no umbigo!!». Fashionismo. 8 de agosto de 2018. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  6. Minas, Estado de (28 de fevereiro de 2018). «Nova moda a cirurgia plástica no umbigo». Estado de Minas. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  7. «Americano ganha fama na web exibindo o "maior umbigo do mundo" | Metrópoles». www.metropoles.com. 5 de abril de 2018. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  8. «Contemplando o umbigo». www.bbc.com. Consultado em 21 de outubro de 2023 

Ligações externas

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