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Universidade Federal de Ouro Preto
Universidade Federal de Ouro Preto
Edifício da reitoria
UFOP
Fundação 21 de agosto de 1969 (55 anos)
Tipo de instituição Pública (Federal)
Localização Ouro Preto, Minas Gerais
Funcionários técnico-administrativos 1 154 (797 Ativos e 357 inativos)
Reitor(a) Prof.ª Dr.ª Cláudia Aparecida Marliére de Lima
Vice-reitor(a) Prof. Dr. Hermínio Arias Nalini Júnior
Docentes 1 042 (839 ativos, 54 substitutos, 149 inativos)
Total de estudantes 18 174 (Presencial e Distância)
Graduação 10 522 (Presencial)
3 136 (Distância)
Pós-graduação 843 (Mestrado)
231 (Doutorado)
3 442 (Especialização)
Campi Ouro Preto, Mariana, João Monlevade
Afiliações CRUB, RENEX
Orçamento anual 362 708 704,00 (2016)[1]
Página oficial ufop.br

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) é uma instituição de ensino superior pública federal brasileira, sediada em Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Atualmente, também conta com unidades nas cidades de Mariana e João Monlevade, ambas em Minas Gerais. Foi criada em 21 de agosto de 1969 a partir da incorporação de duas centenárias instituições de ensino superior: a Escola de Farmácia fundada em 1839 e a Escola de Minas fundada em 1876. Atualmente, é uma das mais importantes universidades de Minas Gerais e também do Brasil.

A Escola de Farmácia de Ouro Preto foi criada a partir da lei nº 140, de 1839. A lei foi sancionada pelo Conselheiro Bernardo Jacinto da Veiga, Presidente da Província de Minas Gerais. Iniciava-se, portanto, o ensino farmacêutico no Brasil, que não existia nos tempos coloniais.

Em 1876, uma outra instituição surgia em Ouro Preto: A Escola de Minas. Ela foi oficialmente inaugurada em 12 de outubro de 1876, a pedido do imperador Dom Pedro II. Seu fundador, o cientista Claude Henri Gorceix, assim descrevia a cidade de Ouro Preto "Em muito pequena extensão de terreno pode-se acompanhar a série quase completa das rochas metamórficas que constituem grande parte do território brasileiro e todos os arredores da cidade se prestam a excursões mineralógicas proveitosas e interessantes".

Em 21 de agosto de 1969, através do Decreto-Lei nº 778 o Governo Federal incorporou as duas escolas localizadas no município, instituindo a Universidade Federal de Ouro Preto como uma fundação de Direito Público. Desde então, a universidade vem se expandindo com a criação de novos cursos e vagas.

Características: Centros, Escolas e Institutos

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A universidade conta com 11 Unidades Acadêmicas, assim distribuídas segundo a ordem de criação:

  • Escola de Farmácia - EFAR (1839)
  • Escola de Minas - EM (1876)
  • Instituto de Ciências Humanas e Sociais - ICHS (1979) - Mariana;
  • Instituto de Ciências Exatas e Biológicas - ICEB (1982);
  • Instituto de Filosofia, Artes e Cultura - IFAC (1994);
  • Escola de Nutrição - ENUT (1994);
  • Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD (2003);
  • Instituto de Ciências Sociais Aplicadas - ICSA (2008) - Mariana;
  • Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas - ICEA (2009) - João Monlevade;
  • Escola de Medicina - EMED (2012);
  • Escola de Direito, Turismo e Museologia - EDTM (2013).
  • Escola de Educação Física - EEF (2019)

Em 2008, foi criado o Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas, na cidade de Mariana. O campus abriga os cursos de Administração, Economia, Jornalismo e Serviço Social, que já conta com, em média, 800 alunos. A criação do instituto e a ampliação do quadro de funcionários, técnicos e professores só foi possível com o financiamento do Reuni, programa do Governo Federal que expandia o ensino superior gratuito.

A Escola de Direito, Turismo e Museologia - EDTM, foi criada em 21 de outubro de 2013 e teve sua origem da reunião dos Departamentos homônimos, que até então eram Unidades Isoladas vinculadas diretamente a Reitoria.

Sua biblioteca está localizada no interior da Escola de Minas. Ainda sofre de algumas carências, entre elas estão a falta de prédio exclusivo para seu funcionamento, principalmente pela falta de biblioteca e auditório próprios.

O Centro de Educação Aberta e a Distância, atualmente oferece os cursos de graduação em Administração Pública, Matemática, Pedagogia e Geografia.

Os cursos de especialização oferecidos atualmente são: Gestão Pública, Práticas Pedagógicas, Mídias na Educação e Escola de Gestores da educação Básica.

O Centro de Educação Aberta e a Distância da UFOP está presente atualmente em 41 polos, em convênios com a Universidade Aberta do Brasil e com as Prefeituras Municipais, contemplando cidades dos Estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

Cursos, Departamentos e Órgãos da Administração Superior

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A universidade oferece 37 cursos de graduação na modalidade presencial, contando com 27 departamentos.

O curso de Farmácia é o mais antigo da América Latina, sendo também um dos mais conceituados do país. Recebeu nota máxima em todos as edições do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes: 2001, 2004 e 2007.[2]

Fachada lateral da Escola de Minas na década de 1910. Arquivo Nacional.

O curso de Engenharia Ambiental, oferecido pelo Departamento de Engenharia Ambiental da Escola de Minas, teve início em 2000 e é reconhecido pelo MEC desde 2004. É o segundo mais antigo curso de engenharia ambiental de Minas Gerais e já formou mais de 150 engenheiros. Na sua concepção, visa a formar um profissional com visão holística, capaz de entender as questões técnicas e socioambientais de projetos de engenharia e da ocupação e uso dos recursos ambientais. Em 2011, o curso de graduação em engenharia ambiental conquistou pela segunda vez um lugar no seleto grupo de cursos de engenharia ambiental com 4 estrelas (Muito Bom) no Guia do Estudante da Editora Abril.

O Curso de Medicina, criado em 2006 e implantado em 2007. Foram oferecidos, até o momento, nove vestibulares, sempre com 40 vagas. A concorrência manteve índices altos, mas não constantes: o primeiro vestibular, ocorrido em meados de 2007, teve a relação de 213 candidatos para cada vaga; os seguintes, 78, 144, 108, 158, 161, e 228, respectivamente. A seleção, posteriormente, passou a ser feita por meio do Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal, pelo qual os números permaneceram elevados. Observa-se que há maior concorrência no meio do ano: época em que menos universidades realizam os seus processos seletivos.

O Departamento de Direito da UFOP, oferece um dos cursos mais concorridos no Processo Seletivo - no primeiro semestre de 2012, alcançou a marca de 128,9 alunos para cada vaga -. É um dos mais renomados cursos de Direito do país, alcançando bons índices nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil.[3] Em 2006, foi o único a aprovar 100% de seus alunos na primeira fase da prova.

Ver artigo principal: Repúblicas de Ouro Preto

Os estudantes da UFOP têm, à sua disposição, uma forma de moradia peculiar, um modelo que não é visto em nenhum outro lugar do Brasil. A grande maioria das repúblicas "federais"(REFOP)[4] (Casas Públicas, pertencentes à União) e particulares (casas privadas) da cidade de Ouro Preto estabelecem um sistema de seleção de novos moradores conhecido como "Batalha".

A "Batalha de vaga" consiste em um período de avaliação pelo qual os candidatos passam para comprovar sua responsabilidade com a república. Essa batalha é crucial para a continuidade da casa e união dos moradores. Com isso, os estudantes conseguem manter o patrimônio histórico com seu trabalho, organizando eventos para arrecadação de fundos que são integralmente investidos em manutenção e melhorias das repúblicas para que futuros alunos possam usufruir. Além disso, ajudam muitas vezes também com trabalho em pinturas e reformas. Isso é necessário, pois as casas não têm as características de um alojamento e a Universidade teria um gasto muito alto para mantê-las, perdendo poder de investimento na qualidade de ensino. Por causa disso, os moradores acordaram com a universidade a autonomia de escolha de moradores, dando, em contrapartida, manutenção impecável dos imóveis pertencentes a ela.

As repúblicas mantêm uma hierarquia por ordem de chegada à casa. A hierarquia serve principalmente para melhor organização do grupo.

Entretanto, a peculiar forma de organização de tais repúblicas tem mobilizado, nos últimos anos, diversas discussões sobre o caráter autoritário no processo de escolha das repúblicas. Fato tal que, no ano de 2009, o Ministério Público Federal de Minas Gerais recomendou à Universidade que adotasse critérios objetivos para a escolha dos novos moradores, dando preferência de acesso à alunos carentes, já que critérios subjetivos como a chamada "batalha" não permitiriam acesso integral da comunidade estudantil à moradia pública.[5] O fato continua em discussão. Apesar de certos avanços, como a proibição das "placas" nas repúblicas federais, diversas penalidades jurídicas seguem acontecendo dentro de propriedades federais, o que tem, cada vez mais, chamado atenção da mídia.[6]

Referências

  1. «Lei Orçamentária Anual 2016»  Texto "http://dof.ufop.br/sites/default/files/dof/files/lei_orcamentaria_2016.pdf " ignorado (ajuda);
  2. ufop.br - pdf
  3. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 10 de fevereiro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 7 de outubro de 2007 
  4. «Grupo republicano federal de Ouro Preto». Consultado em 24 de setembro de 2011. Arquivado do original em 25 de novembro de 2011  acessado a 24 de setembro de 2011
  5. «MPF/MG recomenda que Universidade Federal de Ouro Preto adote critérios objetivos para moradia estudantil». Jusbrasil 
  6. «cotidiano». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2022 

Ligações externas

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