Urânio natural – Wikipédia, a enciclopédia livre
Urânio natural é uma das denominações para o Urânio encontrado na natureza, ou minério de Urânio, sem ter sido enriquecido, contendo cerca de 0,7% de Urânio-235 99,3% de urânio-238 e traços de urânio–234. Sendo o isótopo 235 o mais relevante à produção de energia em reatores nucleares, pesquisa e produção de armas nucleares. Todavia, é importante ressaltar que o isótopo 238 e 234 do Urânio não são físseis, portanto, não têm uso relevante à indústria nuclear e tem seu uso limitado à produção de produtos que precisam de metais alta densidade, como pesos de aviões e barcos e na indústria bélica, em projéteis balísticos de armas de fogo, já que sua densidade chega a ser superior ao chumbo.[1]
Origem e formação do Urânio natural
[editar | editar código-fonte]Como outros elementos com um número atômico maior que o ferro, o urânio se formou nas supernovas. Os principais isótopos de urânio eram 235-U, 238-U e 236-U, que, devido à meia-vida curta, haviam se transformado completamente em tório.
Quando o planeta Terra se formou, a concentração do isótopo 235-U era de aproximadamente 3% em comparação com os atuais 0,711%. Portanto, uma concentração inicial mais alta de 235 U foi capaz de desencadear uma reação em cadeia da fissão sob condições apropriadas.[2]
A Agência Internacional de Energia Atómica, estimou as reservas mundiais de urânio em 5,4 milhões de toneladas em todo mundo em 2009, sendo que 31% está na Austrália, 12% no Cazaquistão, 9% no Canadá e 9% na Rússia. A produção mundial subiu cerca de 50 000 toneladas em 2009 comparando com 2008, sendo os maiores produtores em 2009 o Cazaquistão (28%), o Canadá (20%), a Austrália (16%), a Namíbia (9%), a Rússia (7%), o Níger (6%) e Uzbequistão (5%).[3]
Aplicação
[editar | editar código-fonte]O Urânio natural é pouco eficiente para a aplicação direta para a maioria dos reatores nucleares, devido ao seu baixo teor de Urânio-235, embora alguns reatores ainda consigam operar com ele, como o RBMK – devido a usar grafite e água leve como moderador, muito presente na União Soviética e que depois teve seu uso reduzido devido a várias falhas de segurança apresentadas como o coeficiente de vazio positivo e a falta de uma contenção, além da catástrofe nuclear de Chernobyl que acabou por questionar muito a sua segurança — e o CANDU, presente no Canadá, são exemplos de reatores capazes de operar com Urânio natural. [4] [5]
Destarte, o enriquecimento do Urânio é o que o torna viável para a maior para das aplicações na indústria nuclear, sendo necessário aumentar a concentração do isótopo-235 para 3 a 5 % para conseguir usá-lo em reatores de água leve.
Contudo, Compete à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) monitorizar e controlar a produção segura e o destino do urânio enriquecido para a geração de energia atômica, de modo a evitar a proliferação de armas nucleares, já que diferentes quantidades de concentrações Urânio-235 têm diferentes aplicações e concentrações mais altas, por exemplo, podem ser usadas para a produção de bombas atômicas.[6]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «O que é urânio natural?». INB - Indústrias Nucleares do Brasil. Consultado em 13 de julho de 2020
- ↑ «Urânio natural | Urânio». pt.energia-nuclear.net. Consultado em 13 de julho de 2020
- ↑ «Urânio». Wikipédia, a enciclopédia livre. 15 de abril de 2020
- ↑ «RBMK». Wikipedia (em inglês). 25 de junho de 2020
- ↑ «CANDU reactor». Wikipedia (em inglês). 10 de julho de 2020
- ↑ «Urânio enriquecido». Wikipédia, a enciclopédia livre. 19 de novembro de 2019