Variograma de indicatriz – Wikipédia, a enciclopédia livre

O variograma de indicatriz (variograma por indicação) é um tipo de variograma experimental especifico para casos em que a variável de estudo é discreta apoiando-se no formalismo da indicatriz (também conhecido por função indicadora) o que implica que cada uma das amostras de uma amostragem ou pertence a um sub-conjunto (e por isso probabilidade 1) ou não (probabilidade 0). Para efeitos de utilização em métodos de geoestatística, como é caso da krigagem da indicatriz, é necessário fazer um variograma de indicatriz para cada sub-conjunto considerado na amostragem.


Formalismo da indicatriz

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Se a variável for convertida para uma variável indicatriz temos que[1]:

No caso de transformação de variáveis contínuas (corrente em casos de geoestatística) o que, habitualmente, se faz é a utilização de valores de corte para discretização e posterior conversão em classes de indicatriz. Assim, considerando a variável para um valor de corte correspondente à amostra na população ,o formalismo poderia ser exposto da seguinte maneira[2]:

Isto implica que para cada amostra de uma amostragem há um vector subjacente indicando a probabilidade (1 ou 0) de a mesma amostra pertence ou não aos vários subconjuntos definidos pelo utilizador. Ilustrando um caso hipotético, se um conjunto de mínimo 10 e máximo 90 com 3 sub-conjuntos cujos valores de corte seriam 30,60,90 ([0,30], [30,60], [60,90]) então uma amostra de valor 33 teria associado o seguinte vector:

Em que o primeiro termo do vector para cada amostra estaria sempre associado à classe , o segundo a e terceiro a .


Para fazer um variograma de indicatriz basta seguir o mesmo processo do variograma experimental mas neste caso usando valores de indicatriz (presentes no vector associado a cada amostra). Para serem usados em métodos como a krigagem de indicatriz deve ser feito um variograma para cada uma das classes usando a seguinte fórmula:

 

A covariância estacionária de indicatriz é dada por (Soares,2006):

 

na qual é correspondente ao valor esperado de , melhor dizendo a probabilidade deste evento acontecer na amostragem:

Finalmente o correlograma da indicatriz é dado por:

 

onde:


Fazer um variograma da indicatriz em métodos de geoestatística implica fazer um para cada sub-conjunto considerado, melhor dizendo um variograma para cada um dos termos do vector associado às amostras como se vê na secção Formalismos da indicatriz.



Referências

  1. CASELLA, George e BERGER, Roger L. Inferência estatística - tradução da 2ª edição norte americana. São Paulo, Centage Learning, 2010. ISBN Original: 10:0-495-3918-5. Página 102.
  2. Soares, A. (2006), "Geoestatística para as ciências da Terra e do Ambiente" (2006), Lisboa: Instituto Superior Técnico