Verive I Corcorúnio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Verive Corcorúnio
Nacionalidade Império Sassânida
Etnia Armênia
Ocupação Nobre

Verive (em armênio: Վրիվ; romaniz.: Vriv) foi um nobre armênio (nacarar) do século V da família Corcorúnio, ativo durante o reinado do xainxá Isdigerdes II (r. 438–457).

Nome[editar | editar código-fonte]

Verive (Վրիվ, Vriv) é um nome armênio, cuja origem é incerta. Pensa-se que pode ser iraniano.[1] Ferdinand Justi propôs que o nome signifique "pernas arqueadas" e está relacionado ao persa novo wurīb / urīb e ao grego raibós (ραιβός).[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Dracma de Vararanes V (r. 420–438)
Dracma de Isdigerdes II (r. 438–457)

Em 428, os nacarares da Armênia peticionaram ao xainxá Vararanes V (r. 420–438) para que destronasse o rei Artaxias IV (r. 422–428) e abolisse a dinastia arsácida. Para governar o país, Vemir-Sapor foi nomeado como marzobã e e Vaanes II foi designado à tenência real.[3] Vemir-Sapor morreu em 442, após uma administração considerada justa e liberal, na qual conseguiu manter a ordem sem ferir o sentimento nacional de frente. Vasaces I substituiu-o como marzobã.[4] Vararanes permitiu a manutenção do cristianismo, enquanto procurava acabar com a influência do Império Bizantino sobre a Igreja da Armênia ao anexá-la à Igreja do Oriente. Contudo, seu filho e sucessor, Isdigerdes II (r. 438–457), era um pietista masdeísta e se comprometeu a impor o masdeísmo na Armênia.[5]

Vida[editar | editar código-fonte]

A parentela de Verive é desconhecida, exceto que pertencia à família Corcorúnio e detinha o título de malcaz (título gentilício hereditário entre os Corcorúnios), o que indica que era chefe (naapetes) de seu clã. De acordo com Lázaro de Farpe, esteve presente no Concílio de Artaxata convocado pelo católico José I, o marzobã Vasaces Siuni, o asparapetes Vardanes II e o vitaxa da Marca da Ibéria Axuxa II.[6][7] A intenção do encontro, ocorrido em 450 segundo Nicholas Adontz[8], era responder ao edito enviado por Mir-Narses, em nome de Isdigerdes, que exigia que a nobreza armênia se convertesse ao zoroastrismo.[9][10]

Referências

  1. Ačaṙyan 1942–1962, p. 134.
  2. Justi 1895, p. 376.
  3. Grousset 1973, p. 182-184.
  4. Grousset 1973, p. 187.
  5. Grousset 1973, p. 189-191.
  6. Lázaro de Farpe 1985, p. 74-75 (II.23), 160 (II.47).
  7. Eliseu, o Armênio 1982, p. 258.
  8. Adontz 1970, p. 228.
  9. Grousset 1973, p. 191.
  10. Garsoïan 1997, p. 99-100.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վրիվ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Adontz, Nicholas (1970). Armenia in the Period of Justinian. The Political Conditions Based on the Naxarar System. Translated with Partial Revisions, a Bibliographical Note and Appendices, by N.G. Garsoïan. Lovaina: Peeters Publishers 
  • Eliseu, o Armênio (1982). Thomson, Robert W., ed. History of Vardan and the Armenian War. Cambridge, Massachussetes: Harvard University Press 
  • Garsoïan, Nina (1997). «The Marzpanate (428-652)». In: Hovannisian, Richard G. Armenian People from Ancient to Modern Times vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition