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Vladimir Maiakovski
Vladimir Maiakovski
Mayakovski em 1924
Pseudônimo(s) Vladimir Mayakovsky
Nascimento Vladimir Vladimirovitch Mayakovsky (em russo: Владимир Владимирович Маяковский)
19 de julho de 1893
Baghdati, Império Russo
Morte 14 de abril de 1930 (36 anos)
Moscou, URSS
Sepultamento Cemitério Novodevichy
Nacionalidade russo
Cidadania Império Russo, União Soviética
Cônjuge Lilya Brik
Filho(a)(s) Patricia Thompson
Alma mater Universidade Estatal Stroganov de Artes e Indústria de Moscovo, Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscovo
Ocupação poeta, dramaturgo e teórico
Distinções
  • Prêmio Lenin Komsomol
  • Medal "For Diligence" (1801)
Género literário Futurismo russo
Cubofuturismo
Obras destacadas 33 Poesias
Movimento estético Futurismo russo, futurismo
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Página oficial
http://v-v-mayakovsky.ru/
Assinatura
Assinatura de Vladimir Maiakovski

Vladimir Vladimirovitch Maiakovski (em russo: Владимир Владимирович Маяковский; Baghdati, Império Russo, 19 de julho de 1893Moscou, Rússia, 14 de abril de 1930), também chamado de "o poeta da Revolução", foi um poeta, dramaturgo e teórico russo, frequentemente citado como um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot, bem como "o maior poeta do futurismo".[1][2]

Vladimir Vladimirovitch Mayakovsky nasceu e passou a infância na aldeia de Baghdati, nos arredores de Kutaíssi, na Geórgia, Império Russo.[3][4] Lá cursou o ginásio e, após a morte súbita do pai, a família ficou na miséria e transferiu-se para Moscou, onde Vladimir continuou seus estudos.[3]

Fortemente impressionado pelo movimento revolucionário russo e impregnado desde cedo de obras socialistas, ingressou aos quinze anos na organização bolchevique do Partido Social-Democrático Operário Russo. Detido em duas ocasiões, foi solto por falta de provas, mas em 1909-1910 passou onze meses na prisão. Entrou na Escola de Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador de sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do assim chamado cubo-futurismo russo, ao lado de Khlebnikov, Kamiênski e outros.[5] Foram expulsos da Escola de Belas Artes. Procurando difundir suas concepções artísticas, realizaram viagens pela Rússia.

Após a Revolução de Outubro, todo o grupo manifestou sua adesão ao novo regime. Durante a Guerra Civil, Mayakovsky se dedicou a desenhos e legendas para cartazes de propaganda e, no início da consolidação do novo Estado, exaltou campanhas sanitárias, fez publicidade de produtos diversos, etc. Fundou em 1923 a revista LEF (de Liévi Front, Frente de Esquerda), que reuniu a “esquerda das artes”, isto é, os escritores e artistas que pretendiam aliar a forma revolucionária a um conteúdo de renovação social.[3]

Fez numerosas viagens pelo país, aparecendo diante de vastos auditórios para os quais lia os seus versos. Viajou também pela Europa Ocidental, México e Estados Unidos. Entrou frequentemente em choque com os "burocratas" e com os que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas. Foi homem de grandes paixões, arrebatado e lírico, épico e satírico ao mesmo tempo. Era fanático pela equipe de futebol Spartak Moscou.[carece de fontes?]

Oficialmente, suicidou-se com um tiro em 1930, sem que isto tivesse relação alguma com sua atividade literária e social.[6][7][8] Tal fato tem sido questionado, pois na época o poeta estaria sendo pressionado pelos programas oficiais que desejavam instaurar uma literatura simplista e dita realista, dirigidos por Viatcheslav Molotov, que teria perseguido antigos poetas revolucionários como Maiakovski.[3][9] Em vista disso, aponta-se a possibilidade real de um suicídio forjado por motivos políticos. [10][6]

Sua obra, profundamente revolucionária na forma e nas idéias que defendeu, apresenta-se coerente, original, veemente, una. A linguagem que emprega é a do dia a dia, sem nenhuma consideração pela divisão em temas e vocábulos “poéticos” e “não-poéticos”, a par de uma constante elaboração, que vai desde a invenção vocabular até o inusitado arrojo das rimas.[3][4]

Fazendo parte do grupo "Hylaea", que daria origem ao chamado cubo-futurismo, seu primeiro livro de poemas, no entanto, seria de estética influenciada pelo simbolismo, e nunca chegaria a público, tendo sido escrito quando o poeta estava na prisão e apreendido pela polícia no momento da sua libertação.[11][12]

Aproximando-se de David Burliuk na década de 1910, passa a escrever em um estilo aproximado do cubismo e do futurismo, influenciado pelo primitivismo eslavista e pela linguagem transracional de Velimir Khlebnikov e outros, repleto de imagística urbana e surpreendente, com um certo ar impressionista e, ainda, simbolista. Esta fase de sua poesia é a mais apreciada por poetas como Boris Pasternak, em função de ainda manter alguns recursos simbolistas e métrica rigorosa em alguns poemas.[3][4] A Nuvem de Calças é um de seus poemas mais conhecidos desse período.

Em seguida, já na década de 1920, sua poesia, apesar de haver uma continuidade no que diz respeito à inovação rítmica, a rimas inusitadas, ao uso da fala cotidiana e mesmo de imagens inusitadas, assume um tom direto.[13]

Ao mesmo tempo, o gosto pelo desmesurado, o hiperbólico, alia-se em sua poesia desta época à dimensão crítico-satírica. Criou longos poemas e quadras e dísticos que se gravam na memória. Traduções sem preocupação com a forma dos poemas produzidos nesta época têm dado ao público uma imagem errônea do poeta, fazendo-o parecer um "gritador".[13]

Na realidade, era um poeta rigoroso, que chegava a reescrever sessenta vezes o mesmo verso e recolhia muito material informativo e linguístico para posterior uso nos seus poemas. Criou também ensaios sobre a arte poética e artigos curtos de jornal; peças de forte sentido social e rápidas cenas sobre assuntos do dia; roteiros de cinema arrojados e fantasiosos e breves filmes de propaganda.[13]

Tem exercido influência profunda em todo o desenvolvimento da poesia russa moderna, bem como sobre outros poetas e movimentos no mundo inteiro, como Hamid Olimjon, Nazım Hikmet, Hedwig Gorski, Vasko Popa. O cantor e compositor João Bosco gravou sua poesia E Então, Que Quereis...? nos álbuns Bosco, de 1989, e Acústico MTV (João Bosco), de 1992, no qual passou a incluir a poesia como prelúdio da canção Corsário.

Referências

  1. Skoob. «Vladimir Maiakóvski». Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  2. Karpinski, Joanne B. (1980). Poetics and Polemics. Strategies of Ezra Pound and Vladimir Mayakovsky (em inglês). Colorado: University of Colorado at Boulder. 572 páginas. OCLC 7647562 
  3. a b c d e f v-mayakovsky.com. «Vladimir V. Mayakovsky» (em rússo). Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  4. a b c v-mayakovsky.com. «Владимир Маяковский "Я сам"» (em rússo). Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  5. ITINERÁRIOS – Revista de Literatura. «Suprematismo, Cubo-futurismo e a Tragédia, de Maiakóvski» (PDF). Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  6. a b Pravda.ru (26 de outubro de 2005). «The death of the poet of communism, Vladimir Mayakovsky, remains mysterious» (em inglês). Pravda.ru. Consultado em 22 de fevereiro de 2014 
  7. Boym, Svetlana (1991). Death in Quotation Marks: Cultural Myths of the Modern Poet (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. p. 168. 291 páginas. ISBN 9780674194274 
  8. Wilson, Jason (2008). A Companion to Pablo Neruda: Evaluating Neruda's Poetry (em inglês). [S.l.]: Tamesis Books. p. 5. 255 páginas. ISBN 9781855661677 
  9. Arquivo Marxista na Internet (julho de 2005). «O Suicídio de Maiakovsky». Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  10. Fernando A. S. Araújo (julho de 2005). «O Suicídio de Maiakovsky». Marxists Internet Archive. Consultado em 22 de fevereiro de 2014 
  11. Encyclopedia of World Biography (2004). «Vladimir Vladimirovich Mayakovsky» (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  12. M. Lawton, Anna; Eagle, Herbert (2005). LLC, ed. Words in Revolution:. Russian Futurist Manifestoes, 1912-1928 (em inglês). [S.l.]: New Academia Publishing. p. 11. 353 páginas. ISBN 0974493473 
  13. a b c Mayakovsky, Vladimir; Daniels, Guy (1968). Mayakovsky: Plays. European Drama Classics Series (em inglês). [S.l.]: Northwestern University Press. 274 páginas. ISBN 0810113392 

Ligações externas

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