Vogal – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Vogal é todo fonema em cuja emissão o ar passa livremente pela boca (ou também pelo nariz), sem obstrução.[1][2]
Também é como se denominam as letras que representam os sons vocálicos. Na língua portuguesa são cinco as letras usadas para representar vogais: A, E, I, O, U. Também há outras três letras que podem ser consideradas como vogais:
Na maioria das línguas as vogais constituem o que se chama de cume silábico, ou seja, qualquer sílaba tem de possuir uma vogal, quer tenha consoantes ou não, sendo essa vogal o segmento fonético pronunciado com maior intensidade.
Articulação
[editar | editar código-fonte]As características da articulação distinguem as diferentes qualidades das vogais. Daniel Jones elaborou o sistema de vogal cardinal, para descrever as vogais em termos comuns como a altura (posição vertical da língua), a posteridade (posição horizontal da língua) e o arredondamento (posição dos lábios). E também existem outras características como a nasalização, a fonação, a posição da raiz da língua, e mais algumas outras características.
Nasalização
[editar | editar código-fonte]São variações das vogais onde o ar é liberado também pelo nariz. As vogais nasais são encontradas em algumas línguas, as quais incluem, além do português, o francês, o polonês, o iorubá, o navajo e o cassúbio, além do dialeto sueco älvdalzmål.
Altura
[editar | editar código-fonte]Editar | Anterior | Quase anterior | Central | Quase posterior | Posterior |
Fechada | |||||
Quase fechada | |||||
Semifechada | |||||
Média | |||||
Semiaberta | |||||
Quase aberta | |||||
Aberta |
direita representa uma vogal arredondada.
O Alfabeto Fonético Internacional identifica sete diferentes alturas vocálicas.
- Vogal fechada (vogal alta)
- Vogal quase fechada
- Vogal semifechada
- Vogal média
- Vogal semiaberta
- Vogal quase aberta
- Vogal aberta (vogal baixa)
Posteridade
[editar | editar código-fonte]O Alfabeto Fonético Internacional identifica cinco diferentes graus de posteridade.
Arredondamento
[editar | editar código-fonte]O termo arredondamento refere se as vogais são pronunciadas com os lábios arredondados ou não, na língua portuguesa, todas as vogais posteriores são arredondadas, enquanto as vogais anteriores e centrais não.
Fonação
[editar | editar código-fonte]A fonação consiste nas vibrações das cordas vocais durante a articulação, na maioria das línguas no mundo as vogais são todas sonoras.
Tensão
[editar | editar código-fonte]O contraste entre as tensões são comuns numa pequena quantidade de idiomas, principalmente nas línguas germânicas, como no caso da língua inglesa, geralmente usa-se mais o termo vogais longas e vogais curtas, como por exemplo, a diferença da pronuncia tensa de leap [liːp] e da lassa de lip [lɪp].
ATR
[editar | editar código-fonte]O ATR (do inglês Advanced Tongue Root, raiz da língua adiantada), é uma característica muito comum nos idiomas africanos. O contraste entre a raiz da língua adiantada e a retraída se assemelham acusticamente com o contraste entre o tenso e o lasso, mas são articulados de maneira diferente. As vogais ATR envolvem uma notável tensão no aparelho vocal.
R vocálico
[editar | editar código-fonte]Ocorrem em alguns idiomas, sendo o exemplo mais conhecido, o de muitos sotaques da língua inglesa, são as vogais que antecedem o R aproximante em finais silábicos, como em surfer [ˈsɝːfɚ] no inglês americano.
Fechamentos secundários no aparelho vocal
[editar | editar código-fonte]A faringalização e epiglotalização ocorrem em alguns idiomas, são assemelhantes ao ATR, mas são acusticamente distintos.
Encontros vocálicos
[editar | editar código-fonte]O encontro vocálico acontece quando há dois fonemas com sons vocálicos juntos em uma mesma palavra. Existem três tipos de encontros vocálicos: Ditongo, Tritongo e Hiato.
Ditongo
[editar | editar código-fonte]Ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal (e vice-versa), em uma mesma sílaba. O ditongo decrescente é o encontro sequencial de uma vogal com uma semivogal, o ditongo crescente da semivogal com a vogal.[3]
Exemplos:
- História → his-tó-ria
- ia, semivogal (i) com vogal (a).
- Paixão → pai-xão
- ai, vogal (a) com semivogal (i).
Tritongo
[editar | editar código-fonte]Tritongo é o encontro de uma vogal permeada por duas semivogais numa mesma sílaba.[4]
Exemplos:
- Iguais → i-guais
- uai, uma semivogal (u), seguido de vogal (a), seguido de uma semivogal (i).
Hiato
[editar | editar código-fonte]Hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes.[5]
Exemplos:
- Ruído → ru-í-do
- u e i, duas vogais em sílabas diferentes.
- Saúde → sa-ú-de
- a e u, duas vogais em sílabas diferentes.
Vogal temática
[editar | editar código-fonte]É uma vogal que se acrescenta a alguns radicais, antes das desinências.[6] Esse morfema é necessário em alguns casos para que uma palavra receba desinências ou sufixos.[7] São classificadas em: nominais e verbais.
- Vogais temáticas nominais
- São vogais como a, o ou e, acrescidas às palavras paroxítonas ou proparoxítonas.[7]
Exemplos: bola, livro, estudante.
- Vogais temáticas verbais
- São vogais como a, e ou i, acrescidas a radicais verbais. Estas vogais formam as chamadas conjugações. A vogal a caracteriza os verbos de 1ª conjugação, o e os de 2ª, e o i os de 3ª conjugação.[7]
Exemplos: alegrar, torcer, sorrir.
Tema
[editar | editar código-fonte]É a união entre o radical e a vogal temática.[6][7]
Referências
- ↑ «Dicionário Terminológico para consulta em linha». Ministério da Educação e Ciência de Portugal. Consultado em 17 de fevereiro de 2014
- ↑ «Dicionário de Termos Linguísticos». Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC). Consultado em 17 de fevereiro de 2014
- ↑ «Dicionário Terminológico para consulta em linha (ditongo)». Ministério da Educação e Ciência de Portugal. Consultado em 18 de fevereiro de 2014
- ↑ «Dicionário de Termos Linguísticos (tritongo)». Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC). Consultado em 18 de fevereiro de 2014
- ↑ «Dicionário Terminológico para consulta em linha (hiato)». Ministério da Educação e Ciência de Portugal. Consultado em 18 de fevereiro de 2014
- ↑ a b Mesquita, Roberto Melo; Martos, Cloder Rivas (1994). Português - Linguagem & Realidade. 1 3 ed. São Paulo: Saraiva. p. 113. ISBN 85-02-01251-7
- ↑ a b c d Abaurre, Maria Luiza; Pontara, Marcela Nogueira; Fadel, Tatiana (2005). Português: língua e literatura. 1 2 ed. São Paulo: Moderna. p. 157. ISBN 85-16-03845-9
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MATTOSO CAMARA JR, Joaquim. História e estrutura da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Padrão. 2 ed.A.
- SABRINA ROSMANN Ortografia, pontuação e crase ESPIRÍTO SANTO: 2. ed.2015