Voo Aeroméxico 498 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aeroméxico 498;
Piper 4891 Foxtrot
Voo Aeroméxico 498
Sumário
Data 31 de agosto de 1986
Causa Colisão no ar
Local Cerritos, Califórnia
Total de mortos 82 (incluindo 15 pessoas no solo)
Total de feridos 8 (em solo)
Primeira aeronave
Modelo McDonnell Douglas DC-9-32
Operador Aeroméxico
Primeiro voo 1969
Origem Aeroporto Internacional da Cidade do México - Benito Juárez, México
Escala
Destino Aeroporto Internacional de Los Angeles, Califórnia, EUA
Passageiros 58
Tripulantes 6
Sobreviventes 0
Segunda aeronave
Modelo Piper PA-28-181 Archer
Operador Privado
Prefixo N4891F
Origem Campo Zamperini, Torrance, Califórnia
Destino Aeroporto Municipal de Big Bear Lake, Big Bear Lake, Califórnia
Passageiros 3
Sobreviventes 0

O voo Aeroméxico 498, feito por um avião McDonnell Douglas DC-9-32 de matrícula XA-JED, voava da Cidade do México, México, para o Aeroporto Internacional de Los Angeles, Los Angeles, Califórnia (com escalas em Guadalajara, Loreto, e Tijuana[1]) em 31 de agosto de 1986. Já o N4891F, callsign Piper 4891 Foxtrot, era um Piper PA-28-181 Archer de propriedade da família Kramer, que ia de Torrance, Califórnia a Big Bear Lake, Califórnia. As duas aeronaves colidiram em pleno voo sobre Cerritos, Califórnia, matando os 67 ocupantes dos dois aviões e mais 15 pessoas em solo[2][3][4]. Outras 8 pessoas em solo sofreram ferimentos leves devido ao acidente[5] (8/115).

Colisão e investigação

[editar | editar código-fonte]

Aproximadamente às 11h46 da manhã, o voo 498 iniciou sua descida rumo a Los Angeles, transportando 58 passageiros e seis tripulantes. Minutos antes, o N4891F, transportando um piloto e dois passageiros, partiu de Torrance, na Califórnia. Às 11h52 da manhã, o motor do Piper colidiu com o estabilizador horizontal esquerdo do DC-9; este arrancou o teto do Piper, matando seus três ocupantes.

O DC-9 virou de cabeça para baixo e mergulhou em direção a um bairro residencial em Cerritos,[6] matando 15 pessoas em solo e todos os 64 ocupantes do avião. O impacto e o subsequente incêndio destruíram cinco casas, e danificaram outras sete. O Piper, severamente danificado, caiu no recreio da escola primária de Cerritos. Quando o controlador de tráfego responsável pelo voo 498 perdeu seu sinal, ele pediu ajuda ao voo 333 da American Airlines, que se aproximava para pousar em Los Angeles. O piloto do voo 333 respondeu que via uma grande coluna de fumaça, no local onde o voo 498 sumiu do radar.[7]

Uma investigação conduzida pela National Transportation Safety Board descobriu que o N4891F desviou sua rota para dentro do controle de área do terminal de Los Angeles. Ele não havia estabelecido contato por rádio com o controlador de tráfego, que tinha sido distraído por um outro avião que também havia entrado na área. O Piper também não possuía um transponder equipado com "Mode-C", que transmite dados de altitude, e LAX ainda não era equipada com sistemas automatizados de alarme. E finalmente, nenhum dos pilotos notou a presença do outro avião, ainda que eles estivessem dentro do alcance visual. Quando uma autópsia revelou um considerável estreitamento em uma artéria cardíaca do piloto do Piper, especulou-se que ele poderia ter sofrido um infarto, que o teria deixado incapacitado e contribuído para a colisão; entretanto, provas posteriores refutaram essa teoria, e ficou determinado que a principal causa da colisão foi um erro cometido pelo piloto do Piper.[7]

Consequências

[editar | editar código-fonte]

Como resultado deste acidente e outras quase-colisões em áreas de controle de terminais, A FAA exigiu que todos os aviões comerciais fossem equipados com sistema de alerta anti-colisões (TCAS), e exigiu que aeronaves leves operando em espaços aéreos movimentados fossem equipadas com transponders com "Mode-C", capazes de transmitir dados de altitude.[8]

Após o acidente, um júri concluiu que não houve falhas por parte da Aeroméxico. Segundo o júri, Kramer e a FAA foram igualmente negligentes no episódio. O Juiz Federal americano David Kenyon concordou com o fato de a FAA ter sido em parte responsável.

Dramatização

[editar | editar código-fonte]

Este acidente foi mostrado em um episódio da série de televisão Air Crash Investigation (também chamada Mayday ou Air Emergency), com o título Out of Sight (Fora do Radar [no Brasil][9] / Fora de Vista [em Portugal]) na versão original, e Collision over LA (Colisão sobre LA) na versão Air Crash Investigation.

Referências

  1. "Collision in the "Birdcage"," TIME
  2. «COLISÃO de aviões mata 72 em Los Angeles e incendeia casas». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, ano XCVI, edição 146. Primeiro Caderno, seção Internacional, p. 9 / republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de setembro de 1986. Consultado em 3 de outubro de 2021 
  3. «CHOQUE de aviões no céu da Califórnia mata 72». Acervo Folha. Folha de S.Paulo. São Paulo, ano 66, nº 20.970. Primeiro Caderno, seção Exterior, p. 8. 1 de setembro de 1986. Consultado em 3 de outubro de 2021 
  4. CHOQUE de aviões: 72 mortos. Acervo Estadão. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 107, nº 34.205. Primeiro Caderno, seção Exterior, p. 6. 2 de setembro de 1986 (é necessária uma assinatura para visualizar o artigo completo).
  5. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 2 de dezembro de 2007. Consultado em 1 de setembro de 2021 
  6. "Aircraft Collision Over Los Angeles Suburb," (diagram) Daily Herald (Chicago), 2 de setembro de 1986, p6
  7. a b "Out of Sight," Mayday
  8. Larry Gerber, AP, "1986 Cerritos crash changed the way we fly," The Intelligencer Record (Doylestown, Pa.), September 1, 1996, p A-13
  9. «Cavok Videos: Mayday Desastres Aéreos - T04E07 - Fora do Radar - Aeroméxico 498». www.cavokvideos.com. Consultado em 3 de outubro de 2021 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Voo Aeroméxico 498