Yes, Nós Temos Braguinha – Wikipédia, a enciclopédia livre

Yes, Nós Temos Braguinha
Mangueira 1984

Braguinha no desfile da Mangueira em 1984.
Ficha técnica
Componentes 3.800
Alas 45
Alegorias 3
Tripés/Quadripés 20
Presidente Djalma dos Santos
Carnavalesco e
Autor do enredo
Max Lopes
Direção de harmonia Xangô e Alberto Salles
Mestre-sala e porta-bandeira Delegado e Mocinha
Segundo casal de M.S. e P.B. Robertinho e Tidinha
Compositores do samba-enredo Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá
Intérprete Jamelão
Diretores de bateria Ximbico e Taranta
Rainha de bateria Ednéia de Oliveira
Cronologia
<<Beija-Flor 1983 Desfiles campeões Mocidade 1985>>

Yes, Nós Temos Braguinha foi o enredo apresentado pela Estação Primeira de Mangueira no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro do carnaval de 1984, o primeiro realizado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O samba-enredo homônimo foi composto por Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá. Pela primeira vez na história, o desfile da primeira divisão foi dividido em duas noites, sendo que, em cada noite venceria uma escola diferente. A Mangueira participou do desfile da segunda noite, iniciado na segunda-feira de carnaval. Com o desfile, a escola conquistou o seu 13.º título no carnaval carioca.[1]

O enredo da Mangueira homenageou o compositor Braguinha. O título do enredo faz referência a uma marchinha carnavalesca de Braguinha, "Yes, Nós Temos Bananas". O enredo foi criado pelo carnavalesco Max Lopes, que conquistou seu primeiro título no carnaval. O desfile teve a presença de famosos como Sidney Magal e Gretchen, além de mangueirenses ilustres como Alcione e Beth Carvalho. Aos 77 anos de idade, Braguinha desfilou no tripé que abriu o desfile. Ao final da apresentação, a escola deu meia-volta na pista, iniciando um novo cortejo no sentido contrário, da Praça da Apoteose para a Avenida Presidente Vargas.[2][3] O movimento entrou pra história do carnaval como um dos momentos mais marcantes da folia carioca.[4][5][6]

Especialistas apontaram problemas de evolução, mas elogiaram o desfile. A Mangueira foi a agremiação mais premiada do Estandarte de Ouro de 1984, recebendo quatro prêmios, incluindo o principal, de melhor escola do ano. Na avaliação dos jurados do carnaval, a Mangueira perdeu apenas dois pontos: um no quesito Conjunto e outro em Comissão de Frente; vencendo com sete pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Mocidade Independente de Padre Miguel.[7]

Com o resultado, a Mangueira foi classificada para o Supercampeonato, disputado no sábado seguinte ao carnaval entre as melhores colocadas das duas noites de desfiles. A escola foi saudada pelo público com gritos de "campeã" e repetiu a meia-volta na pista realizada no desfile de segunda-feira.[8][9] Confirmando o favoritismo, a Mangueira se sagrou supercampeã, conquistando seu 14.º título no carnaval. A escola perdeu apenas um ponto, no quesito Bateria, vencendo com dois pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Portela.[10][11]

A Estação Primeira de Mangueira chegou ao carnaval de 1984 enfrentando um jejum de dez anos sem vitórias. O último título conquistado pela escola foi no carnaval de 1973, com "Lendas do Abaeté". A Mangueira ainda foi vice-campeã nos carnavais de 1975, 1976 e 1978. Nesse período, houve a ascensão de escolas de samba patrocinadas por bicheiros (contraventores do jogo do bicho), como Beija-Flor com Anísio Abraão David, Mocidade Independente com Castor de Andrade, e Imperatriz Leopoldinense com Luizinho Drummond; além de Portela com Carlinhos Maracanã e Salgueiro com Osmar Valença. Sem patrono, a Mangueira parecia não conseguir competir com o poderio econômico das escolas patrocinadas. Até que, em abril de 1983, a Mangueira elegeu Djalma dos Santos (Djalma Preto) para a presidência da escola. Ele já havia presidido a escola entre 1970 e 1974.[12] Fora do carnaval, Djalma trabalhava para dois bicheiros: Manoel Nunes Areas (Manola) e José Petrus Kalil (Zinho). Djalma levou os dois para a Mangueira. Manola assumiu a vice-presidência da escola e Zinho foi o presidente do Conselho Deliberativo.[13][14] Além de patrocinar o desfile de 1984, Manola e Zinho financiaram um filme sobre a escola (Fala Mangueira), levaram a agremiação para fazer uma série de shows, e fizeram a disputa de samba-enredo para 1984 no Maracanãzinho. Segundo Zinho, o desfile de 1984 custou entre 350 e 400 milhões de cruzeiros. Desse total a escola teria investido apenas 20 milhões. 9 milhões seriam de subvenção da Riotur e 11 milhões da venda de direito de transmissão para a televisão. Uma pequena parte dos custos foi doada pelos próprios integrantes da Mangueira. A maior quantia, cerca de 270 milhões de cruzeiros, foi financiada por Zinho e Manola.[15]

"Nós estamos fazendo um trabalho diferente na Mangueira. Nós não nascemos no morro, apenas somos mangueirenses e estávamos afastados da escola por causa das brigas internas e da violência que havia nos ensaios. O pessoal de lá chamou o Djalma, que impôs como condição ser chapa única e nos levar. Eles aceitaram, não por bom gosto, mas porque não tinham outra solução, estavam nas cinzas. Mas nós resolvemos respeitar o trabalho do morro e decidimos não entrar 'de sola', não 'sair mandando', dando ordens. Quem entende de samba são eles. Nós resolvemos trabalhar por fora, para ganhar a confiança de todos. E deu certo."

— Zinho, sobre sua chegada à Mangueira junto com Manola.[15]

Construção do sambódromo

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No dia 11 de setembro de 1983, o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, anunciou a construção de um local definitivo para os desfiles, o que acabaria com as montagens e desmontagens das arquibancadas de ferro, que causavam prejuízos financeiro e ao trânsito da cidade. O projeto foi executado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e concluído em cinco meses, sendo inaugurado no dia 2 de março de 1984. Inicialmente denominado Avenida dos Desfiles, o local ficou popularmente conhecido como "sambódromo", termo criado pelo então vice-governador do Rio, Darcy Ribeiro, idealizador da obra. O sambódromo foi construído na Rua Marquês de Sapucaí, onde desde 1978 eram realizados os desfiles das escolas de samba. Ao final da pista de desfile foi construída a Praça da Apoteose, onde as agremiações deveriam apresentar uma evolução especial para o público. A ideia causou polêmica entre os sambistas, que alegaram não ter sido consultados quando o projeto estava sendo idealizado, e que a tradição das escolas de samba era evoluir de maneira contínua até a dispersão, sem o "espetáculo" final proposto pelos idealizadores do sambódromo.[16][17][18]

Pela primeira vez, o desfile da primeira divisão do carnaval carioca foi dividido em duas noites. A ideia, sugerida pela AESCRJ, foi acatada pela Riotur devido a grande quantidade de escolas de samba. Ficou definido que uma escola seria campeã da primeira noite de desfiles (iniciada no domingo) e outra escola venceria a segunda noite (iniciada na segunda-feira), sendo que os dois desfiles teriam comissões julgadoras diferentes.[19] Cada agremiação teve 85 minutos para se apresentar, sendo quinze minutos para evoluir na Praça da Apoteose.[20] No sábado seguinte aos desfiles seria realizada uma nova apresentação, valendo o título de supercampeã, disputada pelas três primeiras colocadas do desfile de domingo mais as três melhores classificadas do desfile de segunda-feira e as duas primeiras colocadas do Grupo 1-B (a segunda a divisão do carnaval).[21]

Max Lopes, carnavalesco e autor do enredo sobre Braguinha.

O enredo homenageou o compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, conhecido como Braguinha ou João de Barro. O título do enredo ("Yes, Nós Temos Braguinha") faz referência a uma marchinha carnavalesca de Braguinha, "Yes, Nós Temos Bananas". O enredo foi criado pelo carnavalesco Max Lopes, que assinava seu segundo carnaval consecutivo na Mangueira. A ideia de homenagear Braguinha surgiu após Max "perder" um enredo sobre o compositor Lamartine Babo. Em meados de 1979, o Salgueiro contratou Max Lopes, que sugeriu um enredo sobre Lamartine. Max chegou a desenvolver o enredo e desenhar as fantasias e alegorias. Porém, durante a preparação para o desfile, o presidente Osmar Valença reassumiu o Salgueiro e demitiu o carnavalesco. O enredo foi considerado fraco por Osmar, e também foi trocado. No carnaval de 1981, Arlindo Rodrigues desenvolveu um enredo sobre Lamartine na Imperatriz Leopoldinense e a escola foi campeã.[22] Max começou a pesquisar sobre Braguinha que, segundo o carnavalesco, "tinha uma história linda e relativamente parecida com o Lamartine".[6]

O enredo foi dividido em três setores, que fazem referência aos estilos de composições de Braguinha: músicas românticas, de festas juninas e de carnaval.[23]

  • Setor 1: "A Bela Época"

Com referência a Belle Époque brasileira, período em que Braguinha nasceu, o primeiro setor do enredo remete ao nascimento e infância do compositor, além de suas músicas românticas como "Laura", "Carinhoso" e "A Saudade Mata a Gente".

  • Setor 2: "Festa Junina"

O segundo setor faz referência às músicas de festas juninas como "Mané Fogueteiro", "Noites de Junho" e "Capelinha de Melão".

  • Setor 3: "Carnaval"

O terceiro e último setor do enredo faz referência às marchinhas de carnaval compostas por Braguinha, como "Chiquita Bacana", "Balancê" e "Tem Gato na Tuba e termina lembrando de carnavais de outros tempos, rememorando, com saudosismo, de figuras como Arlequim, Pierrot e Colombina.

O samba-enredo

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O samba-enredo do desfile foi composto por Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá. Álvaro Caetano, o Alvinho, também compôs o samba, mas não pôde assinar a obra porque tinha apenas dois anos como integrante da ala de compositores da escola.[24] O samba foi oficialmente lançado no álbum Sambas de Enredo das Escolas de Samba do Grupo 1A - Carnaval 84, com interpretação de Jurandir, um dos compositores da obra. Na época, o intérprete oficial da Mangueira, Jamelão, não gravava os sambas da escola.

Letra

Trecho do samba-enredo na voz do intérprete Jurandir da Mangueira.

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A letra do samba faz diversas referências à composições de Braguinha, como "As Pastorinhas" e "Yes, Nós Temos Banana" ("Vem... Ouvir de novo o meu cantar / Vem... Ouvir as pastorinhas / À luz de um pássaro cantor / Yes, nós temos Braguinha"); "Primavera no Rio" ("Bela época / Quando o poeta floresceu / Oh! meu Rio / Então cantando amanheceu"); "Fim de Semana em Paquetá", "Carinhoso", "Laura" e "A Saudade Mata a Gente" ("Num fim de semana em Paquetá / Ouvi Carinhoso / Amei ao luar / Laura... que não sai da minha mente / Morena a saudade mata a gente"). O refrão do meio remete às composições de festejos juninos como "Mané Fogueteiro" ("Hoje tem fogueira / Viva São João! / Mané Fogueteiro / Vai soltar balão"). A seguir, o samba faz alusão às composições carnavalescas de Braguinha ("Carnaval! / O povo vibra de alegria / Ao cantar a tua poesia") e lembra de figuras de carnavais antigos, como Arlequim, Pierrot e Colombina, contemplando a parte final do enredo ("Será que hoje tudo já mudou? / Onde andará o Arlequim tão sonhador? / Chora Pierrot, chora! / Se a tua Colombina foi embora"). Em seguida, o samba faz referência às marchinhas "A Mulata É a Tal" e "Linda Lourinha" ("Canta! / A mulata é a tal / Salve a lourinha / Dos olhos claros de cristal"). O refrão principal do samba-enredo cita a música "Balancê" ("É no balancê, balancê / Eu quero ver balançar / É no balanço que a Mangueira vai passar").[23]

A Mangueira participou da primeira noite de desfiles (segunda-feira), competindo com Beija-Flor, Mocidade Independente, Imperatriz, Vila Isabel, Estácio de Sá e Unidos da Ponte. A Mangueira foi a sétima, e última, agremiação a se apresentar, iniciando seu desfile com o dia claro, na manhã da terça-feira de carnaval. A escola desfilou com cerca de três mil e oitocentos componentes, 45 alas, três grandes alegorias, e outros vinte tripés e quadripés menores. Em pesquisa realizada pelo IBOPE com o público no Sambódromo, a Mangueira foi eleita a melhor escola das duas noites.[25] A seguir, o roteiro do desfile:[23]

Setor 1: "A Bela Época"

Braguinha no tripé que abriu o desfile.
  • Destaque de Chão José Antônio, com fantasia em verde e rosa, abriu o desfile carregando um estandarte com o nome do enredo.
  • Tripé "Mangueira": Braguinha sentado num banco de praça, ao lado de uma escultura de mangueira (árvore) com tronco em forma de mulher, representando a casa do João-de-barro, ave que apelida Braguinha. Dona Zica desfilou ao lado do tripé.
  • Comissão de Frente: sete casais com figurinos inspirados na Belle Époque, em referência ao período em que Braguinha nasceu. Homens vestiam fraque verde e bengala e mulheres figurino rosa e sombrinha.
  • Alegoria 1: uma grande escultura de gramofone, ladeada por quatro quadripés com mulheres em cima. Desfilaram na alegoria e nos quadripés: Tânia Scher, Abenaide, Maria Solange, Maria Ramos, Vanda Ferreira, Nádia Richa, Maria Helena Vieira, Margarida e Lídia.

A seguir, desfilaram alas com fantasias em tons de rosa, simbolizando as músicas "Primavera no Rio", "Seu Libório", "Fim de Semana em Paquetá", "Laura", "Carinhoso", e "A Saudade Mata a Gente":

  • Alas Turistas, Aliados, Invencíveis, Gatinhas e G.E.O.K.
  • Ala Fidalgos.
  • Ala Águias da Mangueira.
  • Alas Firmeza, Esforçados e Nobres.
  • Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Robertinho e Tidinha, com fantasias prateadas com plumas cor-de-rosa.
  • Grupo de Destaques.
  • Grupo G.A-20.
  • Quadripé "O Jardim", com inspiração na arquitetura da Belle Époque brasileira. Desfilaram no quadripé cinco crianças e as destaques de luxo Marlene Arruda, Tânia Índio do Brasil e Vanusa.

Setor 2: "Festa Junina"

Quadripé "Mane Fogueteiro".

No setor sobre as músicas de festas juninas, as alas desfilaram cercadas por tripés enfeitados com bandeirinhas coloridas e balões.

  • Ala Mirim: Adolescentes com bandeiras coloridas.
  • Alas É com Nós Mesmo e Mocidade Serena: componentes com fantasias em verde e rosa e chapéu na forma de um balão.
  • Quadripé "Mane Fogueteiro", em referência à música homônima de Braguinha, tinha uma grande escultura de um matuto caipira de formas caricatas.
  • Ala Reencontro: componentes carregavam sombrinhas decoradas com bandeirinhas coloridas.
  • Alas dos Hippies: componentes carregavam adereços em forma de balão colorido.
  • O Casamento na Roça: componentes representando trabalhadores da roça.
  • Quadripé na forma de uma carroça puxada por um burro com o casal de noivos em cima.
  • Damas do Casamento: componentes representando os convidados da festa.

Setor 3: "Carnaval"

  • Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Delegado e Mocinha, com fantasias em tons de verde.
  • Ala de casais de mestre-sala e porta-bandeira mirins.
  • Ala de passistas. À frente desfilaram personalidade como o ator Eduardo Conde, as cantoras Beth Carvalho, Gretchen e Rosemary e o passista Gargalhada.
  • Bateria da escola, com cerca de trezentos ritmistas liderados pelos mestres Ximbico e Taranta.
  • Quadripé "Carnaval" com reproduções de coqueiros dourados. A cantora Marlene desfilou no alto do elemento com fantasia e peruca douradas. Também desfilaram outras mulheres representando as musas de Braguinha.
  • Ala Mil e Uma Noites
  • Ala Quem não É não se Mistura
  • Ala Cheia de Razão
  • Alas Menestréis, Ninguém É de Ninguém e Furacão
  • Alas Deixa Comigo e Barões
  • Quadripé "Estrela Dalva", prateado, decorado com espelhos e estrelas, fez referência a canção "As Pastorinhas" cuja letra diz "a estrela d'alva no céu desponta / E a lua anda tonta com tamanho esplendor".
  • Ala de baianas, com fantasia cor-de-rosa com detalhes prata e pano da costa verde. À frente da ala desfilou a cantora Alcione.
    Ala de Baianas no desfile de 1984.
  • Quadripé "Balancê" em referência à música "Balancê", que fez sucesso na voz da cantora Gal Costa. No alto do quadripé desfilou a drag queen Andréia Gasparelly, reconhecida por Gal como sua cover oficial.[26]
  • Ala de Crianças, tendo a frente sua diretora, Dona Neuma. À frente da ala também desfilou a atriz Teresinha Sodré.

Em referência a marchinha "Yes, Nós Temos Banana", composta por Braguinha e Alberto Ribeiro.

  • Quadripé "Banana, Menina, Tem Vitamina" com a escultura de um macaco que piscava o olho, além de reproduções de bananeiras. Wilma Dias desfilou no quadripé, em cima da reprodução de uma banana. A atriz era conhecida como Wilma da Banana, por conta de sua participação na abertura do humorístico Planeta dos Homens, em que ela saia de dentro de uma banana.[27]
  • Ala do Toninho D'Oxóssi: componentes desfilaram com chapéu na forma de um cacho de bananas.

Em referência a marchinha "Touradas em Madrid", de Braguinha e Alberto Ribeiro.

  • Três tripés com formas de touros vestindo roupas flamencas.
  • Alas Copacabana e Brasas: componentes desfilaram com fantasias de espanhola e toureiro, inspirados na moda flamenca.
  • Ala Eles e Elas: componentes desfilaram com traje tradicional característico dos toureiros espanhóis. O jogador Júnior desfilou na ala.
  • Quadripé "Touradas em Madrid", tendo como destaque principal o cantor Sidney Magal vestido de toureiro.

Em referência a machinha "Pirata da Perna de Pau", de Braguinha:

  • Ala Sambrasa.
  • Alas dos Duques.
  • Ala Independência da Bolívar.
  • Alegoria 2: "Galera do Pirata da Perna de Pau" reproduziu um navio de guerra com componentes fantasiados de piratas.

Em referência a machinha "Tem Gato na Tuba", composta por Braguinha e Alberto Ribeiro:

  • Ala Última Chance
  • Alas Deixa Isso pra Lá, Nós Somos Assim, Chove e não Molha e Zicartola.
  • Ala Eu Quero É Mais: componentes desfilaram com um chapéu em forma de cabeça de gato em referência à marchinha "Tem Gato na Tuba".
  • Quadripé "Tem Gato na Tuba" com uma escultura caricata do então ministro do planejamento Delfim Netto.[28]

Em referência a marchinha "China Pau", composta por Braguinha e Alberto Ribeiro:

  • Ala Flamenga: componentes desfilaram com figurino rosa e chapéu chinês de palha.
  • Ala Arma Comigo que Você Sai: componentes desfilaram com fantasias cor-de-rosa com detalhes dourados e carregavam uma bandeira rosa com o desenho de um dragão chinês dourado.
  • Quadripé "Pagode Chinês": reprodução de um pagode (templo) dourado e quatro cabeças de dragão chinês.

Em referência a marchinha "Chiquita Bacana", de Braguinha e Alberto Ribeiro:

  • Ala Só Vai Quem Pode.
  • Ala dos Seresteiros.
  • Ala Dragões.
  • Ala Dragões da Mangueira.
  • Tripé "Chiquita Bacana": reprodução de um copo, decorado com limão. A modelo e atriz Wanda Moreno desfilou em cima do tripé, com uma fantasia de plumas cor-de-rosa e a reprodução de um cacho de bananas na cabeça.
    Tripé "Chiquita Bacana".

Em referência a marchinha "Pepita de Guadalajara", de Braguinha e Alberto Ribeiro:

  • Ala V.C. Entende.
  • Ala Comigo Ninguém Pode.
  • Ala Acauã.
  • Ala Opção.
  • Alas Baianas Granfinas, Funcionários, Embaixadores, Príncipes.
  • Alas Côrte, Mimosas, Depois Eu Digo.
  • Tripé "Pepita de Guadalajara": reprodução de um grande sombrero mexicano.

A seguir, o desfile faz referência à figuras do carnaval antigo.

  • Ala dos Reis e Grupo Renascença.
  • Ala Panteras.
  • Ala Brasinha e Brasões.
  • Tripé "Pierrot": escultura de um pierrot acompanhada dos destaques de luxo Zinha, com fantasia verde, e Toninho D'Oxóssi, com fantasia rosa.
  • Ala Moana: componentes desfilaram com fantasias de Arlequim em tons de verde.
  • Alas Impossíveis, Embalo e Caçulinhas: componentes desfilaram com fantasias de Colombina, em tons de rosa, e carregando uma máscara carnavalesca.
  • Ala Vendaval: componentes desfilaram com fantasias de Pierrot, em tons de rosa, e carregando a reprodução de um violão.
    Ala Vendaval com fantasias de Pierrot.
  • Alegoria 3: "Saudosismo". Toda decorada com espelho, tinha componentes fantasiados de Arlequim, Colombina e Pierrot.
  • Velha Guarda da Mangueira.

A histórica meia-volta

Ao final da apresentação, o público desceu das arquibancadas e se juntou aos componentes da escola, dando meia-volta na pista e iniciando um novo cortejo no sentido contrário, da Praça da Apoteose para a Avenida Presidente Vargas, totalizando quase três horas de apresentação.[2][3] O movimento entrou pra história do carnaval carioca como um dos momentos mais marcantes da folia.[4][5][6]

Existem várias versões para a histórica meia-volta da Mangueira. Segundo o ex-presidente da escola, Elmo José dos Santos, que na época do desfile era ritmista, a meia-volta foi planejada pelo diretor de carnaval Pedro Paulo.[6] Para o compositor Álvaro Luiz Caetano, que mais tarde seria presidente da Mangueira, o retorno aconteceu porque a escola não tinha dinheiro para contratar pessoas para empurrar as alegorias, optando pelo caminho mais curto de volta para o barracão, que era próximo ao início da passarela. O carnavalesco Max Lopes também alega que a escola já faria o caminho contrário para retornar ao barracão. Wanderson Gomes, filho da porta-bandeira Neide, diz que a volta ocorreu porque os portões da Praça da Apoteose estavam fechados.[29]

Recepção dos especialistas

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Luiz Eduardo Rezende, do Jornal do Brasil, escreveu que "a nova Mangueira, do verde e rosa suaves e alegorias de extremo bom gosto foi, sobretudo, emoção" e que "a evolução da escola teve pequenas falhas, buracos entre algumas alas, logo corrigidas, mas foi sempre solta, com os figurantes sambando à vontade".[30]

No debate do Estandarte de Ouro, o jornalista José Carlos Rego apontou que "a Mangueira teve dois desfiles, um até o meio e outro do meio até o final. Até o meio foi ótimo e até o final foi péssimo". O jornalista Carlos Lemos discordou de Rego, e pontuou que a escola "manteve a harmonia durante todo o tempo". Para Sérgio Cabral, "houve buracos" e "tinha uma ala de passo marcado execrável, que ajudou a desorganizar mais ainda. Felizmente ela se recuperou, graças ao entusiasmo que provocou no final". Para Maria Helena Theodoro, a Mangueira conseguiu vencer os problemas, "retomar a harmonia perfeita e se manter até o final corretamente". A carnavalesca Maria Augusta elogiou o desfile, apontando que "mesmo que a Mangueira não ganhe no júri, sabe que ganhou entre o povo".[31]

Julgamento oficial

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A Mangueira foi a campeã do desfile de segunda-feira, conquistando seu 13.º título no carnaval, quebrando o jejum de dez anos sem conquistas. A apuração das notas foi realizada na quarta-feira de cinzas, dia 7 de março de 1984, no Maracanãzinho. De acordo com o regulamento, os julgadores podiam distribuir notas de cinco à dez.[32] Dos vinte jurados, apenas dois não deram nota máxima (dez) à escola. A Mangueira perdeu apenas dois pontos: um no quesito Conjunto e outro em Comissão de Frente; vencendo com sete pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Mocidade.[7][1] Abaixo, as notas recebidas pelo desfile da Mangueira:

Legenda:  J1  Julgador 1  J2  Julgador 2
Cron. Conc. Total
Bateria Samba-Enredo Harmonia Evolução Conjunto Enredo Fantasias Comissão de Frente Mestre-Sala e Porta-Bandeira Alegorias e Adereços
J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2
10 10 10 10 10 10 10 10 9 10 10 10 10 10 9 10 10 10 10 10 5 5 208

A Mangueira foi a agremiação mais premiada do Estandarte de Ouro de 1984, recebendo quatro prêmios, incluindo o principal, de melhor escola.[33][34]

  • Melhor escola
  • Melhor porta-bandeira (Mocinha)
  • Melhor passista masculino (César Augusto da Graça, o "Índio")
  • Destaque feminino (Maria Helena Abraão Vieira)

Supercampeonato

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No sábado seguinte ao carnaval, a Mangueira participou do Supercampeonato, também realizado no sambódromo. A escola foi a décima, e última, a desfilar, iniciando sua apresentação por volta das nove horas da manhã de domingo, sob forte sol. A escola foi saudada pelo público com gritos de "campeã" e repetiu a meia-volta na pista realizada no desfile de segunda-feira.[8][9] Confirmando o favoritismo, a Mangueira se sagrou supercampeã, conquistando seu 14.º título no carnaval. A apuração das notas foi realizada na noite de domingo, dia 11 de março de 1984, no Maracanãzinho. De acordo com o regulamento, os julgadores podiam distribuir notas de cinco à dez. Os quesitos Alegorias e Adereços, Enredo e Fantasias não foram avaliados. A escola perdeu apenas um ponto, no quesito Bateria, vencendo com dois pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Portela.[10][11] Abaixo, as notas recebidas pela Mangueira no Supercampeonato:

Legenda:  J1  Julgador 1  J2  Julgador 2
Total
Bateria Samba-Enredo Harmonia Evolução Conjunto Comissão de Frente Mestre-Sala e Porta-Bandeira
J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2
9 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 139

O enredo foi reeditado pela escola de samba mirim Mangueira do Amanhã no carnaval de 2007, como forma de homenagear mais uma vez o compositor Braguinha, morto em 24 de dezembro de 2006.[35][36]

Referências

  1. a b «Mangueira e Portela, as campeãs dos desfile do Grupo 1-A». O Globo. 8 de março de 1984. p. 13. Consultado em 31 de julho de 2019. Arquivado do original em 31 de julho de 2019 
  2. a b «Mangueira faz volta na Praça e arrasta o povo». O Globo. 7 de março de 1984. p. 8. Consultado em 31 de julho de 2019. Arquivado do original em 31 de julho de 2019 
  3. a b «Mangueira: Quando a emoção se une à beleza, o povo entende». Jornal do Brasil: 7. 7 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020 
  4. a b «Cristo mendigo, genitália desnuda, DNA, águia redentora: relembre momentos marcantes dos 40 anos do Sambódromo». O Globo. 1 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 1 de fevereiro de 2024 
  5. a b «O histórico desfile da Mangueira que marcou a estreia do Sambódromo». Quem. 27 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  6. a b c d «Especial 30 anos do Sambódromo: personagens contam detalhes do desfile da Mangueira de 84». carnavalesco.com. 21 de fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2018 
  7. a b «Mangueira e Portela festejam vitória no carnaval/84». Jornal do Brasil: 5. 8 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020 
  8. a b «Campeãs: Escolas fazem desfile disputando carnaval». O Globo. 12 de março de 1984. p. 8. Consultado em 7 de agosto de 2019. Arquivado do original em 7 de agosto de 2019 
  9. a b «Mangueira: Um balão verde e rosa numa manhã nublada». Jornal do Brasil: 1. 12 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020 
  10. a b «Mangueira confirma favoritismo e é campeã das campeãs». O Globo. 12 de março de 1984. p. 9. Consultado em 7 de agosto de 2019. Arquivado do original em 7 de agosto de 2019 
  11. a b «Mangueira derrota Portela no desfile das campeãs». Jornal do Brasil: 7. 12 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020 
  12. Oliveira, Marcelo (23 de fevereiro de 2024). «Djalma (Preto) dos Santos e sua maior joia: a Mangueira». Memória Verde Rosa. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024 
  13. Os Porões da Contravenção: Jogo do Bicho e Ditadura Militar [1ª ed.] 9788501106445. [S.l.: s.n.] Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024 
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Precedido por
A Grande Constelação das Estrelas Negras
Beija-Flor 1983
Desfiles campeões
Mangueira 1984

Sucedido por
Ziriguidum 2001 - Carnaval nas Estrelas
Mocidade 1985