Ypê Nakashima – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ypê Nakashima 中島逸平 | |
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Outros nomes | Yppe Nakashima[1] Yppê Nakashima[2] Ippe Nakashima[3] |
Nascimento | Ippei Nakashima 5 de junho de 1926 Oita, ilha Kyushu, Japão |
Morte | 6 de abril de 1974 (47 anos) São Paulo, SP, Brasil |
Causa da morte | hemorragia interna |
Nacionalidade | brasileiro japonês (expatriado) |
Cônjuge | Emiko Nakashima |
Filho(a)(s) | Itsuo Nakashima |
Ocupação | cartunista e animador |
Principais trabalhos | Piconzé |
Prêmios | Governador do Estado, Troféu HQ Mix |
Ypê Nakashima, nascido como Ippei Nakashima (中島逸平 Nakashima Ippei?)[4] (Oita, 5 de junho de 1926 – São Paulo, 6 de abril de 1974), foi um cartunista e animador japonês naturalizado brasileiro. É pai do também animador Itsuo Nakashima.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em Oita, ilha Kyushu, em 5 de junho de 1926, aos 17 anos, ingressou na Escola de Belas Artes de Quioto, contrariando as vontades do pai, em 1945, é obrigado a largar os estudos por ter sido convocado para servir em um batalhão antiaéreo em Nagasaki, cidade ficaria conhecida pelo bombardeio da bomba atômica. Após o fim da guerra, passa a colaborar com artigos, charges e yonkomas (tiras de jornal), para os jornais, Asahi Shimbun, Mainichi Shimbun, Yomiuri Shimbun, entre outros.[5] Em 1950, casa-se com Emiko Nakashima, com quem tem três filhos, contudo, apenas o caçula sobrevive, Itsuo.[6]
Em 1956, resolve se mudar com esposa e filho para o Brasil, logo começa a colaborar com publicações da colônia japonesa, prestando os mesmos serviços que fazia no Japão para a Cooperativa Agrícola de Cotia, Nippak Shimbum, São Paulo-Shimbun, entre outros. Em 1959, começa a trabalhar com animação, criando uma série de curta-metragens estrelados pelo papagaio Papa-Papo, em 1963, produz o décimo segundo curta estrelado pelo papagaio, porém, nunca chegou a comercializar essa animações, em seguida, começou a trabalhar em animações publicitárias com João Luis de Carvalho Araújo, na época, funcionário da Willys Overland do Brasil com quem funda o estúdio Telstar,[7] dentre os anúncios criados está o comercial dos cobertores Parahyba,[8] em 1966, resolve criar um longa-metragem de animação influenciado pelos folclores brasileiro e japonês, Piconzé, Ypê coloca um anúncio no jornal São Paulo-Shimbun para conseguir mão de obra para produzir o filme. Em 1968, faz uma abertura animada para o filme Panca de Valente de Luís Sérgio Person.[9] Em 1972, Piconzé é finalmente finalizado e exibido em janeiro do ano seguinte,[10] foi o segundo longa-metragem de animação brasileiro e o segundo colorido do país,[11] o filme foi premiado com a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema (INC), por conta dos trabalhos no longa, Ypê desenvolveu uma artrose no ombro, chegou a iniciar um novo longa-metragem,[12] contudo, viria a falecer em 6 de abril de 1974, vítima de uma hemorragia interna.[6] Inspirado no pai, o filho Itsuo Nakashima torna-se um animador, tento inclusive trabalhado em animações da Turma da Mônica da Mauricio de Sousa Produções.[8]
Homenagens póstumas
[editar | editar código-fonte]Em 1975, é premiado pelo Governo do Estado de São Paulo com o "Prêmio Governador do Estado".[13] Em 2002, o filme foi exibido no "Festival Internacional de Animação de Hiroshima",[14] em 2008, em virtude do Centenário da imigração japonesa ao Brasil, o longa animado Piconzé é exibido na cerimonia de entrega do 24º Prêmio Angelo Agostini,[15] logo em seguida, Ypê é premiado com o Troféu HQ Mix na categoria "Grande Mestre", na ocasião, pela primeira vez o Troféu premiava cinco artistas ao mesmo tempo, além de Ypê, foram premiados quadrinhista da EDREL (Editora de Revistas e Livros): os irmãos Paulo e Roberto Fukue, Fernando Ikoma e Minami Keizi, o troféu foi inspirado na revista "O Samurai" de Claudio Seto (falecido naquele ano)[16][17], tanto Seto, quanto Keizi são conhecidos por introduzir o estilo dos quadrinhos japoneses (mangás) no país.[18]
No ano seguinte, a Fundação Japão faz uma exposição sobre o artista, exibindo na integra o filme Piconzé e um documentário produzido por Itsuo e Helio Ishii,[8] no mesmo ano, o documentário foi exibido no Anima Mundi.[19]
Em 2016, em parceria com o estúdio Ideograph, Itsuo iniciou a produção de "Os Irmãos Amazonas", projeto inacabado de Ypê.[20][21]
Referências
- ↑ «USP faz mostra de filmes sobre o Centenário da Imigração Japonesa». Governo do Estado de São Paulo. 2 de agosto de 2008. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
- ↑ Paulo Ramos (30 de julho de 2008). «Homenageados sobem novamente ao palco». UOL. Arquivado do original em 17 de março de 2015
- ↑ Brazil. Ministério da Educação e Cultura, Instituto Nacional do Cinema Educativo (Brazil), Empresa Brasileira de Filmes, Fundação do Cinema Brasileiro (2010). Filme cultura, Edições 13-23. [S.l.]: Centro Técnico Audiovisual. 702 páginas
- ↑ «国際交流基金=中島逸平ドキュメンタリー上映=映画「ピコンゼー」、座談会も». Nikkey Shimbun. 30 de maio de 2009
- ↑ Nassif; Itsuo, Nakashima (1996). «O herói do herói Piconzé». Press Talent. Heróis do Futuro (34): 17-19
- ↑ a b «Quem foi Ypê». Núcleo Virgulino
- ↑ Henrique Minatogawa (7 de agosto de 2012). «Estreia de 'Piconzé', de Ypê Nakashima, completa 40 anos - Parte 3». Made in Japan/Editora JBC. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2015
- ↑ a b c Antonio Gonçalves Filho (2 de junho de 2009). «Um tributo ao pioneiro do desenho». O Estado de S. Paulo
- ↑ «FILMOGRAFIA - PANCA DE VALENTE». bases.cinemateca.gov.br. Consultado em 6 de janeiro de 2020
- ↑ Sergio Augusto (24 de janeiro de 1973). "Peter Pan nativo". Revista Veja (229), Editora Abril
- ↑ Giannalberto Bendazzi (1978). Topolino e poi: cinema d'animazione dal 1888 ai giorni nostri. [S.l.]: Il formichiere
- ↑ Henrique Minatogawa (7 de agosto de 2012). «Estreia de 'Piconzé', de Ypê Nakashima, completa 40 anos - Parte 4». Made in Japan/Editora JBC. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2015
- ↑ «Os Desenhos de Ypê Nakashima». Fundação Japão. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015
- ↑ «Ilustrador japonês Ypê Nakashima recebe homenagem em São Paulo». Made in Japan/Editora JBC. 26 de maio de 2009. Arquivado do original em 28 de novembro de 2012
- ↑ Andréa Pereira (16 de janeiro de 2008). «Veja os vencedores do 24º Prêmio Angelo Agostini». HQManiacs. Arquivado do original em 24 de janeiro de 2018
- ↑ Entrevista Claudio Seto - O Samurai Mágico da HQB (parte 2)
- ↑ Sidney Gusman (17 de julho de 2008). «Universo HQ é octacampeão do HQ Mix; confira todos os premiados». Universo HQ
- ↑ Elydio dos Santos Neto. Primeiro semestre de 2009. «Minami Keizi, a Edrel e as HQs brasileiras: Memórias do desenhista, do roteirista e do editor» (PDF). Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Caderno.com. 4 (1): 28-48. ISSN 1980-0916. Arquivado do original (PDF) em 20 de dezembro de 2016
- ↑ Bruna Cataldi (12 de julho de 2012). «As Cores de Nakashima». Anima Mundi. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
- ↑ O que vem por aí"
- ↑ «Itsuo Nakashima» (PDF). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 29 de Outubro de 2011
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Ypê Nakashima. no IMDb.
- «Ypê Nakashima» (em japonês). site Shimbun-Manga
- «Documentário Ypê Nakashima, pioneiro da animação»