Cidade do Rio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Cidade do Rio foi um periódico publicado no Rio de Janeiro, entre 1887 e 1902.
Na sua primeira fase, o jornal circulou entre 1887 e 1893, quando foi interditado por ter publicado um manifesto de apoio a Custódio de Melo, comandante da esquadra sublevada durante a Revolta da Armada.
Fundado pelo abolicionista José do Patrocínio (1854-1905), o jornal já fazia aberta oposição a Floriano Peixoto, desde 1891. [1] Em consequência disso, os seus redatores foram perseguidos pela polícia. Patrocínio foi preso e, juntamente outros opositores, foi desterrado em Cucuí, no Alto rio Negro (Amazonas).[2][3]
Em 5 de agosto de 1892, após ter seus pedidos de habeas corpus sistematicamente negados, os chamados "desterrados do Cucuí" foram anistiados. No ano seguinte, estouraria a Revolta da Armada, liderada por Custódio de Mello. Logo nos primeiros dias da revolta, a Cidade do Rio publica o "manifesto custodista" - encabeçado por Olavo Bilac, Pardal Mallet e Luís Murat. Nova perseguição seria feita à imprensa e aos jornalistas, sendo que vários deles fugiriam da capital temendo nova prisão. A edição da Cidade do Rio foi apreendida, e suas atividades suspensas. [4]
Com o final do estado de sítio, o periódico voltaria a circular, por um curto período, de 1895 a 1902.
A Cidade do Rio foi o primeiro jornal brasileiro a publicar, regularmente, uma caricatura sobre o destaque do dia, na primeira página.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ CIDADE DO RIO, por Bruno Brasil. BNDigital, 3 de novembro de 2015.
- ↑ 1° HC impetrado ao STF. Migalhas, 23 de abril de 2009. Citação: "No dia 23 de abril de 1892, o STF negou o HC impetrado pelo conselheiro Rui Barbosa em favor do senadores almirante Eduardo Wandenkolk, marechal José de Oliveira Barreto, dr. Pinheiro Guedes, coronel João Soares Neiva; deputados contra-almirante Dionísio Manhães Barreto, coronel Alfredo Ernesto Jacques Ourique, tenente-coronel Antonio Adolpho da Fontoura Mena Barreto, 1° tenente João da Silva Retumba, dr. João da Mata Machado, dr. José Joaquim Seabra, 1° tenente Domingos Jesuíno de Albuquerque Júnior; e cidadãos marechal José Clarindo de Queiroz, marechal Antonio Maria Coelho, coronel Antônio Carlos da Silva Piragibe, tenente-coronel Gregorio Thaumaturgo de Azevedo, capitão-tenente Duarte Huet Bacelar Pinto Guedes, major Sebastião Bandeira, capitão Antonio Raymundo Miranda de Carvalho, capitão Felisberto Piá de Andrade, 1° tenente Bento José Manso Sayão, alferes Carlos Jansen Junior, dr. Clímaco Barbosa, dr. Egas Muniz Barreto de Aragão e Menezes, Antônio Joaquim Bandeira Junior, José Elísio dos Reis, José Joaquim Ferreira Júnior, Ignacio Alves Corrêa Carneiro, José Carlos do Patrocínio, Plácido de Abreu, José Carlos Pardal de Medeiros Mallet, Olavo dos Guimarães Bilac, dr. Dermeval da Fonseca, dr. Arthur Fernandes Campos da Paz, Manoel Lavrador, José Carlos de Carvalho, Sabino Ignacio Nogueira da Gama, Francisco Gomes Machado, dr. Francisco Antonio de Almeida, dr. Francisco Portela, capitão-tenente João Nepomuceno Baptista, 1° tenente Libânio Lins e capitão José Gonçalves Leite — uns detidos e outros desterrados para Tabatinga e Cucuí, por ordem do vice-presidente da República, marechal Floriano Peixoto, em razão dos acontecimentos que se deram na Capital e determinaram, pelo Decreto n. 791, do dia 10, a declaração do estado de sítio e a suspensão das garantias constitucionais".
- ↑ Acontecimentos no Rio. A Cidade do Turvo, 24 de abril de 1892, pp 2-3.
- ↑ Um "monarquista da gema" no governo Floriano Peixoto": Francisco Correa Vasques, a imprensa e o teatro nos anos iniciais da república. Por Silvia Cristina Martins de Souza. ANPUH – XXIII Simpósio Nacional de História. Londrina, 2005